Guerra cambial pode abrir guerra no comércio

Os Estados Unidos abriram o placar, e o Brasil decide, em breve, se participará também do jogo de salvaguardas contra as importações chinesas

Em dezembro, a Organização Mundial do Comércio (OMC) deu ganho de causa, por goleada, aos EUA, no primeiro caso de aplicação de salvaguardas especiais (aumento de tarifas extraordinário) contra importações da China. No Brasil, as indústrias de máquinas e equipamentos acabam de pedir barreiras semelhantes, ao Ministério do Desenvolvimento. A reação dos chineses a essas medidas ainda é uma incógnita.

Ao ingressar na OMC, em 2001, a China aceitou medidas excepcionais para acalmar outros países, temerosos de uma enxurrada de mercadorias fabricadas pela barata mão de obra chinesa. Uma dessas medidas, a possibilidade de salvaguardas contra produtos têxteis, já teve expirado seu prazo de aplicação. A outra, a possibilidade de aplicar salvaguardas especiais contra surtos de importação danosa de outros produtos da China, vence só em 2013. Essa arma foi inaugurada contra a China, com êxito, pelos EUA, para barrar a entrada de pneus fabricados no Oriente.

A salvaguarda – sob a forma de tarifas de até 35%, decretadas em 2009 pelo presidente Barack Obama – foi questionada pela China na própria OMC, sob o argumento de que seria indevida. Ironias da globalização: os pneus são fabricados na China pelos próprios americanos, que decidiram trasladar fábricas para lá.

Adoção de salvaguardas é vista pela China como medida de agressão

Quem se queixou e pediu a salvaguarda foi o sindicato dos metalúrgicos, fato lembrado pela China para contestar, sem sucesso, a decisão dos EUA. Afinal, a OMC aceitou uma medida para proteger uma indústria que não queria proteção. É um fato interessante, mas outros pontos chamam maior atenção.

A decisão da OMC, primeira sobre um caso de salvaguarda anti-China, saiu em dezembro. Neste mês de abril, os chineses apenas insinuaram que poderão retaliar. Em um movimento que analistas na China classificaram como reação às salvaguardas, mas de baixo potencial de dano aos EUA, os chineses anunciaram que devem concluir em breve investigações que provam a venda por preços abaixo do normal, de automóveis de cinco fabricantes americanos, entre eles General Motors e Chrysler. Ainda não se fala, porém, de medidas antidumping ou outras barreiras punitivas.

É apenas um alerta chinês de que o país cavará toda possibilidade dentro das regras internacionais para responder a ataques a suas vendas. Os chineses têm reagido com indignação à ameaça de se usar as salvaguardas, que foram obrigados a aceitar para entrar na OMC.

O governo brasileiro sabe dos riscos, tanto que evitou, até agora, a medida. Até usou essa cautela como argumento para que os chineses aceitassem, como aceitaram, uma escalada de medidas antidumping no Brasil contra mercadorias da China, além do adiamento para data indefinida do reconhecimento formal da China como economia de mercado – o que dificultaria os processos contra mercadorias chinesas por dumping.

Ainda na China, há duas semanas, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, revelou ao Valor a decisão concretizada na semana passada pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Máquinas e Equipamentos para a Indústria, a Abimaq, de abrir processos pedindo salvaguardas contra diversos produtos chineses. As salvaguardas são de aplicação mais fácil e rápida que qualquer outro instrumento de defesa comercial.

No seminário para empresários promovido em Pequim, o vice-presidente da Abimaq José Velloso Dias Cardoso, acusou os chineses de venderem produtos, como válvulas e chaves de fenda, a preços capazes de fechar indústrias no Brasil. A Abimaq fez um estudo apontando preços médios para alguns desses produtos abaixo até do preço médio internacional da matéria-prima.

“É a nossa Bíblia”, comentou o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, ao ouvir de Velloso, no seminário, que o governo já recebeu o levantamento da associação com a comparação entre os preços chineses e os internacionais. De fato, impressionado, o ministro Pimentel exibe o estudo em uma mesa do gabinete, e orientou técnicos do ministério a estudar ações possíveis contra importações da China. Ele não pareceu interessado em deixar que considerações políticas sobre o “aliado estratégico” impeçam medidas para conter os chineses.

A adoção de salvaguardas é vista pela China, porém, como medida de agressão, e ameaças veladas de retaliação já foram feitas antes. O Brasil terá de lidar com o dilema de usar todos os instrumentos legais de que dispõe para proteger empresas nacionais e arriscar-se a despertar má vontade do principal parceiro comercial que, timidamente, começou há poucos dias a acenar com medidas para aumentar o valor agregado das compras de produtos brasileiros.

A China já vem fazendo uma transição de seu modelo exportador para um mais voltado ao mercado externo, mas os chineses sabem que não podem abrir mão rapidamente dos mercados que se alimentam de sua produção – e sustentam a geração de emprego no mercado chinês. A ação americana, seguida da brasileira, pode ser prenúncio de um ataque generalizado às invencíveis exportações chinesas, e o governo comandado por Hu Jintao não se dispõe a sancionar precedentes.

A ação aberta pela Abimaq será um teste duplo: para as relações entre Brasil e China e para a atuação chinesa em um mercado cada vez mais tentado pela saída protecionista. Acossados por custos absurdos no Brasil e pela valorização desenfreada do real, segmentos da indústria brasileira podem aproveitar a porta aberta pelos fabricantes de máquinas para impor ao governo uma sucessão de testes semelhantes, no futuro próximo.

fonte: Valor Econômico

Demanda de grãos segue maior que oferta, diz IGC

A produção mundial de grãos deverá aumentar 78 milhões de toneladas nesta temporada na comparação com 2010/11

A produção mundial de grãos deverá aumentar 78 milhões de toneladas nesta temporada na comparação com 2010/11, mas como os estoques estão magros e o consumo também deverá crescer, a tendência é que a relação entre oferta e demanda continue justa no novo ciclo. Essa é a principal conclusão do primeiro relatório do Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) sobre esses fundamentos na safra 2011/12, cuja semeadura ganhará força no Hemisfério Norte em maio.

Conforme a entidade, a produção global de grãos se recuperará dos problemas provocados pelo clima no ciclo passado e chegará a 1,808 bilhão de toneladas em 2011/12, 4,5% mais que em 2010/11. Já o consumo deverá atingir 1,818 bilhão de toneladas, incremento de 1,5%. Apesar da desaceleração do ritmo de aumento do consumo (em 2010/11 a demanda foi 1,7% superior a de 2009/10), o fato de a projeção de demanda permanecer acima da estimativa de oferta deverá levar, conforme o IGC, à nova queda dos estoques de passagem – de 6,7%, para 111 milhões de toneladas.

O levantamento inclui trigo e grãos forrageiros como milho e sorgo, mas não inclui a soja, por exemplo. Segundo o IGC, a produção global de milho chegará a 847 milhões de toneladas em 2011/12, 4,7% mais que em 2010/11, ante um consumo 1,3% maior (854 milhões). A produção de trigo será de 672 milhões de toneladas, alta de 3,4%, e o consumo subirá 1,5% e empatará.

fonte: Valor Econômico

Embrapa lança novas variedades de girassol

Os grãos da planta são usados principalmente para a extração de óleo, que pode ser destinado para as indústrias de alimentos ou para a produção de biodiesel

Os produtores brasileiros de girassol contam com duas novas opções para a safra 2011/12. Já estão no mercado sementes das variedades BRS 321 e BRS 324, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A Embrapa Soja, de Londrina (PR), desenvolveu as novas variedades, que são comercializadas pelo Escritório de Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia, localizado em Dourados (MS).
A principal característica do híbrido simples BRS 321 é o ciclo precoce, de 80 a 100 dias, o que facilita sua utilização no sistema produtivo na rotação e sucessão de culturas. A variedade tem boa adaptação em todas as regiões de cultivo de girassol no Brasil. Já a BRS 324 é uma cultivar de polinização aberta com o mesmo ciclo da BRS 321. Também se adapta bem em todas as regiões. No sistema de rotação de culturas, tanto a BRS 321 como a BRS 324 podem ser cultivadas antecipando a cultura principal de primavera-verão, ou na safrinha, após a colheita de verão.
O girassol apresenta ampla adaptabilidade às condições do Brasil, com maior tolerância à seca, ao frio e ao calor do que a maioria das espécies cultivadas no país. As sementes BRS 321 e BRS 324, por exemplo, são indicadas para os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Sergipe e Bahia.
Os grãos de girassol são usados principalmente para a extração de óleo, que pode ser destinado para as indústrias de alimentos ou para a produção de biodiesel. Além disso, o farelo obtido do processo de extração é altamente protéico e pode ser utilizado na fabricação de ração animal.
Para prevenir a ocorrência de doenças, é importante observar a época de semeadura adequada para cada região. Nos estados do Centro-Oeste, o plantio deve ser feito do início de janeiro a meados de fevereiro; no Sudeste, de fevereiro a março; no Norte, do início de fevereiro a meados de março; no Paraná, do início de agosto a meados de outubro; no Rio Grande do Sul, de meados de julho ao fim de agosto; no oeste, sudeste e centro da Bahia, de novembro a janeiro; e em Sergipe e nordeste da Bahia, de maio a junho.

Abrange promove Encontro Brasileiro do Mercado de Produtos e Sementes Livres de Transgênicos

A Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não – Geneticamente Modificados (Abrange), promove nos dias 10 e 11 de maio o 1º Encontro Brasileiro do mercado de produtos e sementes livres de transgênicos, no hotel Tivoli Mofarref, em São Paulo. O evento vai reunir os maiores especialistas no tema, nacionais e internacionais, que debaterão tendências de mercado, aspectos de mercado, regulamentação aspectos técnicos e políticos.
Com a participação dos maiores especialistas do assunto no Brasil e internacionais, o SEMEAR 2011 marcará uma nova fase do mercado de grãos e derivados não geneticamente modificados (Não-GM) para o nosso país e para o mundo.
Como segundo maior produtor de soja e milho do mundo, o Brasil representa muito bem este mercado. Com uma produção de soja, em 2010, na ordem de 68 milhões de toneladas em uma área de 24 milhões de hectares, o governo e as entidades do setor vêm empreendendo esforços para preservar e identificar os alimentos livres de transgênicos, garantindo o abastecimento mundial desta demanda.
Mais informações: www.semear2011.com.br

Sindicatos rurais terão orientação sobre pedido de carta ao MTE

Os sindicatos rurais de Mato Grosso que estão com os processos de registros arquivados no MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) receberão orientação especial sobre como preceder com o novo pedido para obter a carta sindical. A iniciativa surgiu durante audiência do diretor de relações institucionais do Sistema Famato, Rogério Romanini, com o ministro, Carlos Lupi, na quarta (13), em Brasília.

Sem registro os sindicatos rurais ficam impossibilitados de atuarem em atos privativos, como nos casos de representatividade coletiva em processos trabalhistas, por exemplo. Segundo Romanini, 18 municípios mato-grossenses entraram com pedido de registro no MTE desde 2004. Destes, 14 foram arquivados e 4 estão em andamento. “Nós requeremos os motivos pelos quais esses processos foram arquivados. Por isso solicitamos ao ministro um acompanhamento mais próximo destes casos e este nos garantiu que enviará uma equipe para Mato Grosso a fim de resolvermos esse impasse”.

O primeiro levantamento mostrou que o problema começava em Mato Grosso. A Superintendência do Trabalho recebia os documentos de pedido de registro dos sindicatos rurais e não conferia as possíveis pendências nos documentos entregues, e encaminhava-os com falhas ao Ministério. “Por exemplo, o sindicato de Brasnorte teve seu processo arquivado por conta de uma lista de presença, porque a Portaria nº 186/2008 orienta que o processo com qualquer tipo de erro será arquivado diretamente. Nem todos os Sindicatos Rurais conheciam essa mudança.”.

Outro ponto abordado durante a audiência foi a categoria em que se enquadram os sindicatos rurais. Para o ministério, os Sindicatos Rurais são da categoria industrial e o Sistema Famato entende que eles estão na categoria agroindústria. “No entanto entramos no consenso e o ministro entendeu que nos referimos às atividades primárias do campo”.�

A grande vitória para os envolvidos é que o Sistema Famato conseguiu um compromisso do Ministério de Trabalho de trazer a Cuiabá, um técnico com o objetivo de orientar melhor os sindicatos rurais sobre a forma correta de encaminhar os documentos necessários para a regularização. Esta visita será agendada nos próximos dias.

A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) é a entidade que reúne e representa os sindicatos rurais de todo o Estado. Sua estrutura administrativa inclui ainda o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT). Esse conjunto de entidades forma o Sistema Famato.

G-20 age contra manipulação de preços agrícolas

Grupo pode criar regras para impedir, por exemplo, um investidor de deter posições grandes para influenciar a formação das cotações das commodities

Ministros de Finanças do Grupo dos 20 (G-20) concordaram em criar mecanismos de regulação e supervisão para evitar a excessiva instabilidade de preços dos alimentos e outros produtos agrícolas. Não se trata de uma tentativa de fixar ou tabelar cotações, mas de prevenir “abusos de mercado e manipulação”, segundo o comunicado emitido depois do encontro.

Poderão ser criadas, por exemplo, regras para impedir um investidor de deter posições bastante grandes para influenciar a formação das cotações, explicou a ministra da Economia da França, Christine Lagarde, presidente do grupo em nível ministerial.

O sistema deverá cobrir tanto o mercado de produtos quanto as transações com derivativos, porque mercadorias agrícolas e outras matérias-primas vêm sendo transacionadas também como se fossem ativos financeiros. Um estudo com propostas de regulação e supervisão deverá ser entregue ao G-20 até setembro pela Organização Internacional de Comissões de Valores (OICV), segundo informou Lagarde.

Pobreza. Segundo o Banco Mundial, 44 milhões de pessoas foram jogadas na pobreza pelo aumento recente do custo da alimentação. O índice de preço de alimentos calculado pelo banco subiu 47% entre julho do ano passado e fevereiro deste ano, voltando ao pico de 2008.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, aceitou o esquema discutido na reunião de ontem na sede FMI. Até a véspera, o governo brasileiro se opunha à proposta, originalmente francesa, de regulação dos mercados de alimentos. A oposição brasileira, segundo Lagarde, resultava de um mal-entendido.

Os ministros também concordaram em criar indicadores para avaliar a política das economias com maior peso internacional e promover a correção de desequilíbrios. Com base nesse esquema será definido um plano de ação para assegurar “um crescimento econômico forte, sustentável e equilibrado”, para discussão no próximo encontro de chefes de governo do G-20, em outubro, em Cannes.

Serão levados em conta na avaliação dois grupos de indicadores internos e externos e as políticas cambial, fiscal e monetária. Um rede com malha mais fina deverá capturar para exame os desajustes nas economias com peso superior a 20% PIB do G-20. Esse grupo terá sete países, selecionados com base no tamanho de sua economia, calculado com base no câmbio oficial e também pelo critério da paridade do poder de compra (este critério elimina certas diferenças de preços). O grupo deve incluir Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e – pelo critério PPP – a Índia. Pelo critério do câmbio oficial, o sétimo país seria o Brasil.

fonte: O Estado de São Paulo

IGP-10 desacelera após queda de produtos agrícolas

O freio no preço das matérias-primas agropecuárias foi o maior responsável pela desaceleração do IGP-10 de abril

O freio no preço das matérias-primas agropecuárias foi o maior responsável pela desaceleração do IGP-10 de abril, que passou de 0,84% em março para 0,56% neste mês, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Mas a inflação medida pelo índice continua em patamares elevados, com alta acumulada de 2,95% no ano e de 11,06% em 12 meses.

A desaceleração dos produtos agrícolas teve o maior peso dentro do Índice de Preços por Atacado (IPA-10), que por sua vez reduziu o avanço do IGP-10. As matérias-primas agropecuárias foram responsáveis por 0,42 ponto porcentual da desaceleração. Segundo o economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-Rio, a desaceleração dos produtos agrícolas é sazonal. “Tem a ver com o período da safra”.

fonte: O Estado de São Paulo

Embrapa apresenta biorreator para clonagem

Desenvolvido para clonar plantas, equipamento reduz significativamente os custos com mão-de-obra, além de acelerar o ciclo de produção e aumentar a produtividade

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apresentou o biorreator para clonagem de mudas de plantas na Tecnoshow Comigo 2011. A feira, realizada em Rio Verde (GO), de 12 a 16 de abril, deve receber 65 mil pessoas. Esta é a 10ª edição do evento, que tem 400 expositores.
O biorreator foi desenvolvido e patenteado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 47 unidades da empresa. O equipamento é capaz de multiplicar mudas de plantas com higiene, segurança e economia. Funciona a partir de um sistema de frascos de vidro interligados por tubos de borracha flexível, pelos quais as plantas recebem ar e solução nutritiva por aspersão ou borbulhamento.
Os materiais a serem reproduzidos, como células, tecidos ou órgãos, são armazenados no biorreator que produz plantas de forma semiautomática. A produção é monitorada e as condições de cultivo são controladas, com menor manipulação das culturas.
“O biorreator reduz significativamente os custos com mão-de-obra, além de acelerar o ciclo de produção e aumentar a produtividade e, por isso, representa uma ótima opção para as empresas de fruticultura, produção de plantas ornamentais, reflorestamento, papel e celulose e madeireiras”, afirma o pesquisador responsável pelo equipamento, João Batista Teixeira.
O biorreator apresenta ainda outras vantagens em relação aos métodos tradicionais de produção de muda, como adaptabilidade a diversas espécies vegetais; uniformização da produção; simplicidade de montagem; geração de produtos isentos de pragas e doenças; e redução do custo total por unidade produzida.

Governo tem consenso sobre Código Florestal

 

Ministro da Agricultura, Wagner Rossi, considera que houve avanços significativos na discussão dentro do governo sobre o texto apresentado pelo relator Aldo Rebelo

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, está otimista quanto à reforma do Código Florestal. Após três meses de diálogo dentro do governo, Rossi avalia que o resultado das negociações foi muito positivo. “Posso dizer que, para a Agricultura, o texto está grandemente consensuado”, afirma.
Rossi vem trabalhando há semanas com os ministros Antonio Palocci (Casa Civil), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) e Luiz Sérgio (Relações Institucionais) em torno da construção de um consenso. “Houve avanços muito significativos e tudo foi feito dentro do bom senso”, comentou.

O governo optou por não apresentar projeto de reforma alternativo à proposta do relator do Código Florestal, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Em vez disso, tomou posição sobre cada um dos temas e levará ao relator as sugestões para que ele incorpore ao seu parecer. Desde o início das conversações, o deputado Aldo Rebelo mostrou-se sensível a essa possibilidade.
As posições acordadas entre os diferentes ministérios envolvidos serão levadas ao Congresso pelo ministro Luiz Sérgio. Num primeiro momento, ao relator Aldo Rebelo e, logo em seguida, aos líderes partidários. Questões pontuais que não obtiverem consenso irão à votação, neste caso o governo poderá apresentar eventuais destaques ou emendas por meio de sua liderança.

“O governo tem obrigação de ter posição sobre vários temas, orientando sua base”, disse Wagner Rossi. “É uma tentativa de fazermos o melhor texto possível para a sociedade”. O ministro destacou que o país precisa de um Código Florestal que dê segurança jurídica para a agricultura brasileira, um dos esteios da economia do Brasil. “E, além disso, precisa garantir que o processo de preservação dos recursos naturais seja incrementado de modo a preservá-los para as próximas gerações”, pondera.

Segundo Wagner Rossi, todos os setores envolvidos na discussão querem que o Congresso vote a reforma do Código Florestal o mais rápido possível. “Nada de atropelos nem retardamentos desnecessários”, disse.

Acordo entre Brasil e China beneficia MT

A assinatura do acordo entre Brasil e China que autoriza o envio de carne suína nacional para o país asiático contempla a produção mato-grossense. Atualmente 5 frigoríficos instalados no Estado estariam aptos a embarcar as mercadorias. Cerca de 2,5 milhões de animais são abatidos em indústrias mato-grossenses por ano.

O diretor executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues de Castro Júnior, afirma que mesmo que a produção local não seja enviada à China, o fato de outras regiões embarcarem a carne abre mercado para o produto em outras unidades da federação.

O setor de carne suína tem reivindicado do governo do Estado a redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 12% para 7% para o abatimento em outros estados.

Missão russa – A primeira visita para inspeção e renovação do alvará para exportação para a Rússia garantiu a continuidade da relação comercial com a Sadia do município de Lucas do Rio Verde ( a 354 km de Cuiabá). O superintendente do Ministério da Agricultura em Mato Grosso, Francisco Costa, afirma que nesta semana as empresas Agra Alimentos, de Rondonópolis, de carne bovina e suína, o Marfrig de Paranatinga e o JBS de Barra do Garças serão visitadas.

No país serão 30 unidades de abate e processamento a passarem pela revisão dos técnicos. Francisco Costa afirma que a expectativa é boa para as indústrias locais, que como a Sadia, deverão ter a autorização renovada. O mercado russo é responsável pela compra de 60% da produção de carne suína.

Autor: Laís Costa
Fonte: A Gazetal