Crédito rural soma R$ 65,1 bilhões até janeiro

As aplicações destinadas ao custeio e à comercialização atingiram R$ 44,4 bilhões, 4,9% mais do que na safra anterior

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou os números relativos à concessão de crédito rural, entre os meses de julho até janeiro de 2012. De acordo com os dados, os agricultores brasileiros contrataram R$ 65,17 bilhões para o financiamento de custeio, investimento e comercialização no período. O montante é 52,9% superior ao total de R$ 123,23 bilhões previstos no Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2011/2012 para financiar o setor. Nesse valor está incluso o recurso destinado à Agricultura Familiar (Pronaf), de R$ 16 milhões.

As aplicações nos programas destinados ao custeio e à comercialização atingiram R$ 44,4 bilhões. Entre os financiamentos para investimentos destaca-se a procura por recursos da linha do Programa ABC, para a utilização de boas práticas agrícolas, e do Programa de Sustentação do Investimento (PSI-BK). No ABC, foram contratados R$ 400,2 milhões entre julho de 2011 e janeiro de 2012 (104,9% mais do que em julho de 2010 a janeiro de 2011). No PSI-BK foram aplicados no período R$ 3,8 bilhões para a aquisição de máquinas agrícolas e estruturas de armazenagem.

Os financiamentos concedidos por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) totalizaram R$ 1,2 bilhão, entre julho de 2011 e janeiro de 2012, ante os R$ 710,8 milhões do período anterior. A preocupação do governo é assegurar a disponibilidade de recursos para os próximos meses com vistas à safra de inverno, à comercialização e também ao pré-custeio. O acesso ao crédito é mais um instrumento para qualificar a produção rural e o governo está atento a isso para auxiliar o produtor rural, destacou o diretor do departamento de Economia Agrícola, Wilson Araújo.

A avaliação das contratações do crédito agrícola, atualizada mensalmente, é realizada pelo Grupo de Acompanhamento do Crédito Rural, coordenado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.

Colaboradores da Aprosmat participam de Treinamento de Prevenção a Incêndios

O curso também oferece parte prática aos participantes

Os diferentes tipos de extintor e as utilizações adequadas para cada um, estavam entre os assuntos abordados no Treinamento de Prevenção e Combate a Incêndios realizado por colaboradores da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), nessa quinta-feira (16-02).

Treinamento teórico dos colaboradores – Dez funcionários de diferentes setores participaram do curso ministrado pelo sargento bombeiro, Roberto Lopes. Segundo instrutor, “além de exigido por lei é interessante saber como prevenir e as diferenças entre os extintores para, em caso de necessidade, a população saber como agir”.

Ambos os profissionais destacaram a importância de chamar o socorro, Corpo de Bombeiros ou SAMU, ter o conhecimento desses contatos e manter a calma para auxiliar a vítima.

O curso também oferece parte prática aos participantes – A equipe recebeu orientações de prevenção, como agir em caso de princípio incêndio e de fogo descontrolado, que é o incêndio em si, os cuidados com os extintores e o manuseio correto dos equipamentos.

Preço do frete pode ter alta de 10% em MT

O preço do frete para o transporte da soja, que hoje se mantém estável, pode ter alta de até 10% com o avanço da colheita em Mato Grosso. Com 89% da área da safra 2011/2012 ainda para ser colhida, o valor deve começar a se elevar de forma gradual.

As estimativas são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária e setor do transporte de cargas no Estado, que alerta para uma possível demora no carregamento e descarregamento do grão. O segmento ainda salienta que os problemas de logística continuarão refletindo no transporte na safra atual.

De acordo com boletim semanal do Imea, o frete de Rondonópolis para Paranaguá (PR) na semana passada estava cotado a R$ 112,50 a tonelada, 2,17% a menos que a semana anterior. Já de Sorriso para a cidade paranaense R$ 160, a retração no período foi de 1,54%. Todavia de Canarana para Santos (SP) houve acréscimo de 1,79% ficando a R$ 142,50 a tonelada.

Conforme o gestor do Imea, Daniel Latorraca, a tendência natural é que o frete aumente conforme a colheita avança. “Ainda restam 89% da área para colher em dois meses. Acreditamos que até o fim o frete ao caminhoneiro tenha acréscimos de aproximadamente 10%”.

O presidente do Sindicato do Transporte de Cargas de Mato Grosso, Luiz Gonçalves, confirma o fato. “Além de ainda estar baixo o frete, os caminhoneiros e transportadoras enfrentam outros dois problemas: a logística devido aos buracos tanto nas rodovias quanto nas próprias embarcadoras e desembarcadoras, além da demora para carregar e descarregar. Há motoristas que ficam de dois a oito dias esperando na fila”.

Segundo Gonçalves, o motorista a partir de 24h na fila recebe uma estadia de R$ 0,30 centavos a hora por tonelada.

Fonte: Só Notícias

Classificação do arroz tem novas regras

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou no no Diário Oficial da União desta terça-feira (7) a Instrução Normativa nº 2, que altera a forma de avaliar a qualidade do arroz em casca. A partir de agora, o classificador deverá verificar o percentual de grãos “rajados” no arroz e não mais a quantidade de grãos vermelhos e pretos. A medida iguala o modo de avaliação da matéria prima (arroz em casca) à avaliação do produto final (arroz beneficiado). O texto altera a redação da Instrução Normativa nº 6, de 16 de fevereiro de 2009.

De acordo com o Departamento de Qualidade Vegetal do Mapa, essa análise será realizada no processamento do produto, ou seja, a matéria prima irá passar pelo beneficiamento para a retirada da casca e depois será submetida ao “brunimento” ou polimento. A mudança vale para o arroz em casca natural e para o arroz em casca parboilizado. “O setor alega que os industriais (beneficiadores de arroz) ao adquirir o arroz em casca, que é matéria prima para a produção do arroz beneficiado, estavam realizando os descontos no preço relativos ao quantitativo de grãos vermelhos encontrados e, assim, prejudicando o produtor”, explica o coordenador de Qualidade Vegetal Fábio Fernandes.

Essa IN revoga a Instrução Normativa n° 11, de 11 de março de 2011, que perderia sua validade a partir do dia 01/03/2012 e sugeria a avaliação do arroz pelo percentual de grãos vermelhos e pretos.
O arroz do subgrupo em casca natural é o mais utilizado pelos produtores para venda ao poder público (PGPM). Os outros subgrupos são mais usados pelas indústrias. O governo deve observar essa alteração ao comprar e vender o arroz. Os novos parâmetros nacionais também valem para importar o produto.

Essa IN revoga a Instrução Normativa n° 11, de 11 de março de 2011, que perderia sua validade a partir do dia 01/03/2012 e sugeria a avaliação do arroz pelo percentual de grãos vermelhos e pretos.
Arroz – O regulamento técnico aplica-se aos grãos provenientes da espécie Oryza sativa L. Esse produto é classificado em grupos (formas de apresentação: em casca ou beneficiado), subgrupos (natural, parboilizado, integral, polido, parboilizado integral e parboilizado polido), classes (curto, médio, longo, longo fino e misturado) e tipos (de acordo com a quantidade de grãos defeituosos). Nesses casos, existem tipos de 1 a 5, sendo que o primeiro é de melhor qualidade.

Para os demais tipos de arroz, continuam as regras da Instrução Normativa n° 6/2009, que estabelece o Regulamento Técnico do grão. O documento definiu o padrão oficial de classificação, com os requisitos de identidade, qualidade, modo de apresentação e de rotulagem do produto e foi elaborado por técnicos do Ministério da Agricultura em conjunto com representantes da cadeia produtiva.

Saiba Mais

É considerado arroz o grão proveniente da espécie Oryza sativa L.. O tipo em casca natural é aquele produto que, antes do beneficiamento, não passa por qualquer preparo industrial ou processo tecnológico. A classificação do arroz se dá por tipos 1, 2, 3, 4 e 5, sendo o primeiro o que possui a menor quantidade de grãos defeituosos.

Clima afeta produção de grãos que deve ficar em 157 milhões de toneladas

A produção nacional de grãos da safra 2011/12 deve ficar em 157 milhões de toneladas, uma redução de 3,5% ou 5,770 milhões de toneladas (t), se comparada ao período anterior, quando alcançou 162,958 milhões (t). Os números são do quinto levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e divulgado nesta quinta-feira, 9 de fevereiro, em Brasília.

Em comparação com o quarto levantamento, realizado no mês passado, houve um decréscimo de 0,88% ou menos 1,379 milhão de toneladas. A queda é atribuída a fatores climáticos adversos, como a seca que atingiu principalmente a região Sul do país.

As culturas de maior peso na produção – milho e soja – chegam a 83% de toda a safra, com um volume de 130,059 milhões de toneladas. O milho deve crescer 6%, considerando a safra total, estimada em 60,831 milhões (t). Para a segunda safra de milho, a estimativa é de 25,786 milhões de toneladas, 20% maior que o colhido no período passado que registrou 21,288 milhões de toneladas.  A produtividade deve chegar a 13,854 quilos/hectares, com crescimento de 5,7%, baseado principalmente no ganho tecnológico. A soja deve cair 8,1% ficando em 69,229 milhões de toneladas.

Área – A área cultivada na safra 2011/12 está projetada em 50,661 milhões de hectares, com um crescimento de 3,3% sobre os 49,919 milhões de hectares da última safra. Isto representa aumento de 1,630 milhão de hectares. A ampliação se deve ao milho primeira safra (9%), segunda safra (13%) e à soja (2,4%).

Por outro lado, o arroz teve redução de área, devendo perder 257,6 mil hectares ou 9,1% em relação ao cultivo anterior, quando chegou a 2,820 milhões de hectares. A queda maior atinge o Rio Grande do Sul, que deixa de cultivar 118,6 mil hectares.

O feijão primeira safra também teve queda. Em relação ao cultivo anterior de 1,420 milhão de hectares, houve uma redução de 149,9 mil hectares. O maior produtor nacional, o Paraná, deixou de cultivar 98,1 mil hectares em comparação à safra anterior, quando semeou 344,1 mil hectares. O feijão segunda safra começou a ser semeado no fim de janeiro.

No caso da região Nordeste, o quinto levantamento considerou apenas o oeste da Bahia, o sul do Maranhão e sul do Piauí. E para a região Norte, foram considerados somente os estados do Tocantins e de Rondônia. As demais regiões mantiveram as áreas da safra anterior, uma vez que o plantio só é feito após o início das chuvas.

A pesquisa foi realizada por cerca de 60 técnicos, entre os dias 16 e 20 de janeiro, após visita a órgãos públicos e privados ligados à produção agrícola nos estados produtores.

Exportações para China batem novo recorde

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou nesta quarta-feira, 8 de fevereiro, o resultado da Balança Comercial do Agronegócio. Os números, apurados em janeiro de 2012, mostram que o principal parceiro comercial brasileiro permanece sendo a China, com a cifra de US$ 388,8 milhões em exportações do agronegócio e 8% de participação no total exportado pelo setor no primeiro mês deste ano. Esses números representaram um crescimento das vendas em relação ao mês de janeiro de 2011 da ordem de 51,6% para o país asiático, além de um aumento da participação chinesa nas exportações agrícolas brasileiras de três pontos percentuais.

O segundo principal país a importar os produtos do agronegócio do Brasil foram os Estados Unidos, com um valor de US$ 388,2 milhões e participação de 8%, seguidos pelos Países Baixos (US$ 320,6 milhões) e Alemanha (US$ 242,4 milhões). A mais importante variação em janeiro 2012/2011 foi de Hong Kong, com um aumento de 58,1% (de US$ 125,8 milhões para US$ 198,9 milhões), seguida pela dos Emirados Árabes Unidos (crescimento de 55,1%). Já dentre as principais perdas de participação, destaca-se a Rússia, que passou de um market share de 5,9% para 2,4%, seguida pelos Países Baixos, que possuíam uma participação de 8,3% e passaram a 6,6% em janeiro de 2012.

Resultado do mês

As exportações brasileiras do agronegócio finalizaram o primeiro mês de 2012 com o montante de US$ 4,88 bilhões, 5,3% abaixo dos valores registrados em janeiro de 2011, US$ 5,15 bilhões. No âmbito das importações, houve decréscimo de 4,5% quando comparado com os números de igual período do ano passado, atingindo-se a marca de US$ 1,19 bilhão. Dessa maneira, registrou-se na balança comercial do agronegócio um superávit de US$ 3,69 bilhões, US$ 215 milhões abaixo do saldo encontrado em janeiro do ano anterior. Além disso, houve queda na participação do agronegócio nas exportações brasileiras totais, passando de 33,9% em 2011 para 30,2% nesse primeiro mês de 2012.

Os principais setores exportadores do agronegócio nacional nesse mês foram: carnes (US$ 1,14 bilhão); produtos florestais (US$ 702 milhões); complexo soja (US$ 685 milhões); café (US$ 605 milhões); e complexo sucroalcooleiro (US$ 372 milhões). O principal responsável pelo recuo das exportações nesse período foi o complexo sucroalcooleiro, com uma queda de 52,7% em relação a janeiro de 2011 ou US$ 413 milhões a menor. Além desse setor, cereais, farinhas e preparações também apresentaram queda nas exportações, com a cifra de US$ 337 milhões ou decréscimo de US$ 45 milhões (-11,8%). Já dentre os setores que apresentaram crescimento, destacaram-se carnes, com um incremento de US$ 100 milhões sobre os valores do ano anterior e complexo soja, com uma expansão de US$ 86 milhões.

Importações

As importações de produtos agrícolas também apresentaram queda no mês (-4,5%), com o montante de US$ 1,19 bilhão. O trigo foi o grande responsável por esse recuo, pois com importações de US$ 36 milhões e decréscimo de 77,0% sobre 2011, deixou de ser o principal item da pauta importadora. Os produtos com maior valor de importação foram papel e celulose, com US$ 166 milhões, seguido por borracha natural (US$ 66 milhões). Empatado na segunda colocação vem o óleo de dendê ou de palma, com US$ 66 milhões e o maior crescimento dentre os principais produtos (207,0%), causado pelo incremento da quantidade adquirida (+224,0%).

Conab projeta queda na produção de grãos devido à seca

Problemas regionalizados como a estiagem no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina afetaram a produção das lavouras de soja, milho e trigo. A quebra na produção de milho no Rio Grande do Sul chega a 40% e, em Santa Catarina, 35%. A situação agrícola foi apresentada durante o quinto levantamento da safra 2011/2012 de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), nesta quinta-feira, 9 de fevereiro,em Brasília.

Para o secretário de Política Agrícola do ministério, Caio Rocha, o governo já está adotando medidas de apoio à comercialização do milho e também para o trigo para amenizar os prejuízos dos produtores rurais. Portaria autorizando o leilão de trigo foi publicada hoje, no Diário Oficial da União (DOU).

O levantamento realizado pela Conab, entre os dias 16 e 21 de janeiro, destaca o crescimento de 6% na produção de milho safrinha. Fatores como preço, adoção de tecnologias, como o uso de fertilizantes, e também as condições climáticas favoreceram o incremento da produção do milho safrinha, no entendimento do secretário. Os estoques de passagem chegam a 1,8 milhões de toneladas de milho no país, grande quantidade no Mato Grosso, indica que não haverá desabastecimento do produto no mercado interno.

O diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto, lembrou que a estiagem que começou em novembro no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul se acentuou em meados de dezembro, gerando quebra nas lavouras de milho e soja. Paraná plantou sementes de variedades precoces, suscetíveis às condições climáticas. “Os produtores arriscaram colher a soja e resolveram plantar mais cedo o milho. Foi uma aposta equivocada. Cada semana que passa, temos percebido a recuperação das chuvas no Rio Grande do Sul mas a situação ainda é preocupante. Com relação à soja, os próximos levantamentos poderão se reajustados em valores menores”, alertou Porto.

Ele acrescenta que o clima favorável no Mato Grosso, onde os produtores já colheram a soja e plantam milho safrinha foi positivo. “Vamos ter uma compensação de produção crescimento da área de 29% em relação ao ciclo anterior, um incremento de 25 milhões de toneladas”, disse.

Disparada dos preços do milho e da soja provoca aumento da inflação

A disparada dos preços da soja e do milho no atacado foi responsável por mais da metade da inflação de 0,25% medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de janeiro. Influenciado pela seca no Sul, que afetou a produção, o preço da soja subiu 3,37%, após deflação de 3,53% em dezembro. No caso do milho, a cotação aumentou 5,21% este mês e tinha caído 7,04% no mês passado. Juntos, os produtos responderam por 0,15 ponto porcentual do resultado do IGP-M.

A virada no IGP-M veio dos preços agrícolas (soja e milho), afirma o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Em dezembro, o IGP-M tinha registrado deflação de 0,12%. Ele frisa que a mudança de resultado, de deflação para inflação, se deve à perda da safra e não tem conexão com o ritmo de atividade. Tanto é que Quadros acredita que provavelmente esse efeito se esgotará neste mês e a trajetória de desaceleração da inflação acumulada em 12 meses não será interrompida.

Até janeiro, o IGP-M acumulou elevação de 4,53% em 12 meses. Desde fevereiro do ano passado, a inflação em 12 meses vem perdendo fôlego mês a mês. E, para fevereiro, o economista acha que não será diferente. ?O resultado de 0,25%, um pouco mais ou um pouco menos, é uma referência para o IGP-M de fevereiro?, diz o coordenador, descartando a possibilidade de deflação e de repetir o resultado de fevereiro do ano passado, quando o indicador teve alta de 1%.

Quadros espera que o IGP-M de fevereiro tenha um comportamento inverso em relação ao deste mês. Em janeiro, a pressão de preços veio dos produtos agropecuários no atacado (1,1%), enquanto os industriais, influenciados pelo minério de ferro (-5,44%), tiveram deflação de 0,49%. Para fevereiro, o cenário é que os preços dos produtos industriais no atacado abandonem o terreno da deflação e os preços agropecuários deixem de pressionar o indicador para cima. ?Será o fim da deflação dos industriais e o fim da pressão dos agrícolas.?

Fonte: Agencia Estado

Plantio do milho não avança por causa do atraso na colheita da soja

O plantio do milho de segunda safra em Mato Grosso ainda não avançou como os agricultores planejavam, por causa do excesso de chuvas durante todo o mês de janeiro, o que impede a colheita da soja. As plantadeiras ainda aguardam as colheitadeiras concluírem a retirada da soja que está no campo.

De acordo com o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), até a última sexta-feira, apenas 3,1% da “safrinha” – projetada em 2,2 milhões de hectares – havia sido semeada. Todavia, apesar da “nebulosidade” em torno da retirada da oleaginosa e semeio do cereal, o plantio deste ano é 1,9 ponto porcentual maior do que o registrado na safra passada, quando, em 27 de janeiro de 2011, apenas 1,2% da safra de milho estava plantada.

Conforme as informações do Imea, o maior índice de plantio registrado por município, na atual safra, é de 9%, em Sapezal, seguido de 4% registrados em Sorriso, Tapurah, Campo Verde e Primavera do Leste, e de 3% em Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Ipiranga do Norte, Nova Ubiratã, Santo Antônio do Leste e Tangará da Serra.

Em meio ao processo de colheita e plantio, os produtores rurais preocupam-se com dois problemas. O primeiro é o surgimento de doenças nas lavouras de soja por causa do excesso de chuvas – e a conseqüente perda de produção – e com a eventual perda da “janela ideal” para plantar o milho (que é o mês de fevereiro), o que também pode causar quebra de rendimento.

Caso haja problemas com o semeio do milho, alguns agricultores poderão ter problemas, inclusive, para honrar contratos de venda feitos de forma antecipada. O último levantamento do Imea aponta que 53,3% do cereal da safra 2011/12 já está comercializado. Portanto, os produtores já possuem 5,2 milhões de toneladas contratadas. Em contrapartida, muitos não estão encontrando sementes de alta tecnologia e as que já se encontram de posse do agricultor não seriam suficientes nem para saldar a dívida dos insumos adquiridos.

Autor: Alexandre Alves
Fonte: Olhar Direto

Janeiro de altas de preços das commodities agrícolas

Após recuarem em dezembro ao menor patamar de 2011, as cotações internacionais das principais commodities agrícolas negociadas pelo Brasil no exterior recuperaram-se em janeiro. Os patamares permanecem em geral elevados, mas a maior parte das previsões converge para alguma perda de sustentação nos próximos meses, ainda em decorrência das turbulências financeiras em países desenvolvidos e seus eventuais reflexos sobre a demanda por alimentos, inclusive em mercados emergentes.

Cálculos do Valor Data baseados nas médias mensais dos contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) de produtos negociados nas bolsas de Chicago (soja, milho e trigo) e Nova York (açúcar, café, cacau, suco de laranja e algodão) mostram que todos eles encerraram o mês passado em níveis superiores aos de dezembro. Mas apenas o suco fechou janeiro com preço médio maior que o do mesmo mês do ano passado, dada a tendência dominante de queda que marcou o quarto trimestre de 2011, sob forte influência da redução dos investimentos especulativos nesses mercados. Em 2011, pela primeira vez que foi criado, em 2000, o índice da corretora americana Newedge que mede a rentabilidade de fundos de hedge em commodities registrou queda (1,7%), destacou o “Financial Times”.

Commodities agrícolas mais negociadas, os grãos, como os demais produtos que fazem parte do levantamento, também encontraram na fraqueza do dólar diante de outras moedas um importante fator de suporte para as cotações em Chicago em janeiro. Mas veio dos fundamentos de oferta e demanda o principal impulso altista. Se o consumo segue a resistir às incertezas e a mostrar sinais de firmeza, em países desenvolvidos e em emergentes como a China, a oferta global sofre com a seca provocada pelo fenômeno La Niña na América do Sul, principalmente em Argentina, Brasil e Paraguai.

A estiagem tem provocado correções para baixo em diferentes previsões para a produção de soja e milho da região nesta safra 2011/12, cuja colheita já começou, e esses ajustes normalmente têm sido seguidos de altas em Chicago. Segundo o Valor Data, a segunda posição da soja fechou janeiro com cotação média 4,93% maior que a de dezembro, enquanto no milho o salto foi de 4,44%. Mesmo fora do alcance do La Niña, o trigo, que pode ser usado como alternativa ao milho em alguns casos, subiu 4,28%. Em relação às médias observadas em janeiro de 2011, os três aparecem com variações negativas (ver gráficos acima).

Entre os fundamentos, o fator La Niña na América do Sul continuará a atrair a maior parte das atenção em fevereiro, em um período de “weather market” (mercado de clima) que, dado o crescente peso da região nesses mercados, começa a ser comparável ao que costuma guiar as cotações entre o fim do segundo e o início do terceiro trimestre de cada ano, quando são as lavouras do Hemisfério Norte que estão em desenvolvimento. Durante o “weather market”, brincam os analistas, comercializa-se chuva ou a falta dela, por seus efeitos sobre as plantações.

Em Nova York, onde são negociadas as “soft commodities”, o grande destaque foi a disparada do suco de laranja, que alcançou máximas históricas e encerrou janeiro com a maior valorização de seu preço médio mensal entre as oito commodities agrícolas pesquisadas (12,93%). Com isso, o produto também foi o único a fechar o mês passado com cotação média superior à de janeiro de 2011 (9,4%).

No início de janeiro, os preços foram alavancados pelas geadas que ameaçaram pomares na Flórida, que reúne o segundo maior parque citrícola do mundo, atrás de São Paulo. Mais recentemente, pelas travas impostas pelos EUA a cargas importadas de suco em razão da presença de um fungicida permitido em países como o Brasil, mas vetado no mercado americano. São dois fatores, contudo, que tendem a perder força.

Outro produto que subiu consideravelmente foi o algodão (8,33%), que após as máximas do primeiro trimestre de 2011 entrou em queda livre com o aumento da oferta global e da concorrência de alternativas sintéticas e ainda encerrou o mês passado com a maior variação negativa do grupo em relação a janeiro de 2011 (34,11%). Mais barato, voltou a atrair os compradores.

Fonte: Valor Econômico