Governo garante compra de milho para abastecer mercado

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) garantirá o abastecimento de milho nas regiões deficitárias do Sul, Sudeste e Nordeste do país. A operação se dará por meio da compra do produto. A decisão foi anunciada após reunião com representantes do setor nesta segunda-feira, dia 23 de julho, em Brasília.

“Com essa medida atenderemos a demanda emergencial do mercado. É importante o país saber que não faltará milho”, disse o secretário de Política Agrícola do ministério, Caio Rocha. A quantidade de milho a ser comprada e  forma da aquisição será definida após avaliação conjunta com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Ministério da Fazenda.

O encontro com o setor produtivo teve por objetivo a elaboração de uma agenda estratégica para discutir as demandas emergências e futuras da produção de milho. Os produtores discutiram também as questões relativas ao plantio e a comercialização do produto.  De acordo com Rocha, o principal objetivo é estabelecer um cronograma de atividades para que o produtor possa realizar o plantio de forma eficiente e segura e depois comercializá-lo, com custos competitivos.

“Discutimos o planejamento da cultura do milho, considerando a alta do preço, os custos de produção, a logística, entre outros tópicos. Com essa troca de informações com o setor, a expectativa é de avançarmos na produção e ganharmos em produtividade”, disse o secretário.

Clique aqui para ouvir entrevista do secretário Caio Rocha sobre o tema

Financiamentos da safra 2011/12 totalizam R$ 93,50 bilhões

O ano safra 2011/12 encerrou com desembolsos do financiamento rural para a agricultura empresarial de R$ 93,50 bilhões, de um total de R$ 107,24 bilhões disponibilizados pelo Governo. No mesmo período, a agricultura familiar financiou R$ 12,90 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, dia 26 de julho, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e se referem à movimentação de junho.

Dos recursos destinados à agricultura empresarial, R$ 72,14 bilhões foram utilizados para financiar o custeio e a comercialização, de um total programado de R$ 80,24 bilhões. O destaque foi o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), com taxa de juro anual de 6,5% e desembolsos de R$ 5,59 bilhões. Já para os programas de investimentos, incluindo o Programa de Sustentação do Investimento (PSI/BNDES), foram desembolsados R$ 21,36 bilhões, de um total de R$ 27 bilhões. Entre os destaques dos financiamentos de investimento, as contratações registradas por meio do Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais (Moderagro), R$ 512,1 milhões, e do Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra), R$ 227,7 milhões, ambos com juros de 6,75% ao ano e o PSI, R$ 6,04 bilhões, com taxas de juros de 5,5% ao ano.

O apoio ao médio produtor rural, foco do Governo, também se deu por meio do Pronamp. Entre julho de 2011 e junho de 2012, os desembolsos foram de R$ 2,12 bilhões.

A avaliação das contratações do crédito agrícola, atualizada mensalmente, é realizada pelo Grupo de Acompanhamento do Crédito Rural, coordenado pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa.

Acesseaqui a tabela com dados do financiamento rural do ano safra 2011/12.

Falta espaço em MT para armazenar a produção de milho

Na propriedade de Carlos Simon, que fica em Lucas do Rio Verde, a colheita do milho safrinha já terminou. Foram colhidos 1.500 hectares e a produtividade foi de 110 sacas por hectare.

Carlos já comercializou parte do grão colhido, mas o problema é com a entrega. Falta espaço nos armazéns.

Em um armazém que fica em Lucas do Rio Verde há problema de espaço e logística. “Não estamos conseguindo acomodar esse saldo de milho. Estamos trabalhando para tirar o grão que está exposto ao tempo porque isso é sempre um risco para quem está armazenando”, explica Jaime Binsfeld, diretor comercial da empresa.

A situação tende a ficar mais difícil, já que existe uma previsão de safra recorde em Mato Grosso. A produção do milho safrinha deve crescer 74% este ano, chegando a 12,6 milhões de toneladas, de acordo com a CONAB.

Chuva provoca queda na produção de sementes de pastagens em MT

A chuva prejudicou a safra das sementes de pastagens, em Mato Grosso. A produção será menor e a qualidade também ficou comprometida.

Na propriedade do agricultor Gutemberg Silveira, de Rondonópolis, em Mato Grosso, as sementes de mombaça, tanzânia e massai plantadas em outubro do ano passado começaram a ser colhidas com 45 dias de atraso por causa do excesso de chuva principalmente no mês de junho. O produtor plantou dois mil hectares de sementes de pastagens. Por causa da umidade do solo além do normal, ele já contabiliza queda de produtividade.

Como as sementes são colhidas no chão por meio de varredura, muitos grãos se misturam com a terra. Por isso, é preciso fazer o beneficiamento para manter o nível de pureza exigido pelo Ministério da Agricultura. A análise em laboratório aponta a interferência da umidade na qualidade das sementes. É possível identificar o potencial genético e a capacidade de germinação.

A redução da oferta causou aumento no preço das sementes voltadas para pastagens. De acordo com a Associação dos Produtores de Sementes, o quilo, que há dois meses era vendido por R$ 9, chega a custar R$ 14.

fonte: G1.com.br

Semente tratada e manejo integrado evitam proliferação de mofo branco

A semeadura da soja começa somente em outubro, mas os produtores rurais já começam a adquirir sementes para a instalação da lavoura. E um dos cuidados que se deve ter é escolher bem as sementes que, de preferência, devem ter recebido tratamento fungicida para evitar o “mofo branco”. Essa doença, considerada uma das principais enfermidades nas culturas da soja, feijão e algodão, é causada pelo fungo necrotrófico Sclerotinia sclerotiorum.
O mofo branco ocorre em condições climáticas mais amenas e altitudes elevadas, provoca redução do rendimento da planta, apodrecimento da haste e da vagem e formação de mofo de coloração branca. Como consequência, a planta seca e morre. Para saber se a semente está contaminada é necessário fazer teste de patologia, já que não é possível ver a olho nu.
“A adoção do tratamento de sementes com fungicidas tem sido, atualmente, a ferramenta mais eficiente no sentido de evitar a introdução deste patógeno em novas áreas. Desde o advento da adoção desta prática, inúmeros progressos foram obtidos no sentido de maximizar seu uso, visando ao controle desse patógeno, como a utilização de princípios ativos mais específicos, menos tóxicos ao ambiente e ao homem e em doses mais baixas e eficientes”, diz o pesquisador da área de fitopatologia da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS), Augusto César Pereira Goulart.
Segundo ele, os fungicidas recomendados controlam de forma eficiente o inóculo inicial que é transmitido através da semente infectada e propiciam residual de 12 a 15 dias de proteção da plântula. O tratamento das sementes industriais (TSI), prática que está sendo cada vez mais adotada pelas empresas, é realizado com equipamentos especiais que asseguram cobertura uniforme, dose adequada e qualidade das sementes, e evita o contato do produtor com o fungicida. Também é possível que o tratamento seja realizado on farm (na fazenda), ou seja, feito pelo próprio produtor, mas a qualidade não é a mesma, o que pode ser percebido pela coloração desigual das sementes, além de não alcançar o padrão de segurança (já que o produtor entra em contato com o fungicida) e não ter a mesma qualidade do tratamento industrial.
Goulart destaca que os fungicidas mais modernos agem além da fungitoxicidade, porque deixam as plantas mais vigorosas, o que diminui o ataque da doença. Algumas estrobilurinas, grupo novo de fungicida utilizado no tratamento das sementes, apresentam essas características. “O tratamento de sementes possibilita maior desenvolvimento radicular, aumento do vigor da plântula e proteção da parte aérea contra doenças”, afirma o pesquisador.
Transmissão
A transmissão do patógeno através das sementes se dá por micélio dormente (interno) ou por escleródios misturados às sementes, que são as estruturas de resistência do fungo, de coloração preta. Um único escleródio, segundo Goulart, é suficiente para contaminar uma área. Apesar da incidência de fungo na semente ser considerada baixa, em torno de 0,25% a 1,0%, em média, a transmissão é eficiente. “Se considerarmos uma população de 240 mil plantas por hectare e for usado um lote de sementes com 1,0% de Sclerotinia, considerando a eficiente transmissão do fungo, podemos ter em torno de 2400 novos focos de mofo branco em 1 ha”, diz o pesquisador. Por isso é importante o uso de sementes sadias e de fungicidas eficientes, já que ainda não existem variedades resistentes ao mofo.
O ideal para manter a planta saudável e maximizar o controle do mofo branco, é realizar o manejo integrado de doenças, que se constitui na adoção de um conjunto de práticas, como uso de sementes de alta qualidade, tratamento de sementes com fungicidas, adubação equilibrada, rotação de culturas, espaçamento adequado, manutenção de palhada, além do controle químico e biológico.

Fonte: Embrapa

Laboratório de Sementes da Aprosmat tem novo gerente técnico

O engenheiro agrônomo, Suemar Alexandre Gonçalves Avelar assumiu esse mês o cargo de gerente técnico do Laboratório de Sementes da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat).

Natural de Rondonópolis-MT, concluiu a graduação em agronomia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em 2006 e, no mesmo ano iniciou um mestrado em Ciência e Tecnologia de Sementes na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) concluindo em 2009 e, em seguida deu inicio ao seu doutorado na mesma instituição.

A sua expectativa para assumir o cargo é positiva, mas sabe que será um desafio, depois de 11 anos de vida acadêmica e trabalho junto a laboratórios de sementes.

Apesar de na universidade ter que realizar pesquisas e estudos o que lhe confere experiência na prática, na Aprosmat ele tem que se preocupar para que os resultados cheguem a tempo para o produtor, cuidar para que a analise esteja bem feita e, agora ele lida com um publico maior e, durante o mestrado você trabalha com poucas pessoas, mais diretamente com um estagiário para auxiliar.

Ele acredita que profissionalmente, ter entrado na Aprosmat logo após sua vida acadêmica é um excelente começo, não apenas por ser um laboratório grande, mas por ser um laboratório reconhecido   e conhecido em nível internacional. Agora ele vai comandar uma equipe de 16 pessoas e, pretende fazer melhorias dentro desse ambiente e iniciar alguns projetos.

A sua qualificação lhe ofereceu uma bagagem internacional, na universidade teve um trabalho aceito para ser apresentado oralmente no Ista Seed Symposium em Colônia, na Alemanha em 2010.

Atualmente, durante o doutorado, fez seu “sanduíche” (uma espécie de intercâmbio) na Oregon State University (OSU), Oregon-Estados Unidos) onde ficou seis meses e voltou para o Brasil para defender sua tese que é a parte final do projeto.

Forrageiras: Comércio de sementes ilegais lesa o País

Unipasto estima que sementes piratas ocupem 30% do mercado de sementes do Brasil, com prejuízos para toda a cadeia produtiva

O Brasil é o maior produtor do mundo de sementes forrageiras tropicais e também o líder mundial no consumo e exportação dessas espécies – um mercado que movimenta por volta de R$ 1 bilhão por ano, tomado 30% pela pirataria, conforme alerta a Unipasto (Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras) – uma das principais entidades representativas do setor e parceira da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) no desenvolvimento da pesquisa para novas cultivares forrageiras e técnicas de produção e manejo.
A demanda anual de 50 mil toneladas de sementes puras de espécies forrageiras no País – 45 mil toneladas para abastecer o mercado interno e 5 mil toneladas para exportação – está na mão de cerca de 600 produtores, que cultivam uma área aproximada de 150 mil hectares de campos de sementes nas diversas regiões brasileiras. A importância dessa atividade para o agronegócio é enorme, já que o rebanho bovino nacional – o maior rebanho comercial do mundo – tem na pastagem a base de sua alimentação.

Não é a toa que o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) arrochou as regras, a partir da safra 2008/2009, elevando os padrões mínimos de pureza para a comercialização de sementes de brachiaria de 40% (com exceção da ruziziensis, que era de 50%) para 60%. Já para as sementes do gênero panicum, o índice de pureza passou a ser de 40%, sendo que até a safra 2007/2008 esse percentual era de 30%, à exceção das espécies aruana e massai, das quais já eram exigidos 40%.

No entanto, se na teoria a Instrução Normativa nº 30 do Mapa, que estabeleceu o novo padrão mínimo de pureza, é boa, na prática tornou ainda mais desleal a competição entre a fatia legal dos produtores e aquela que não respeita a legislação. Mas o problema não se restringe a quem produz e comercializa sementes dentro da lei. “Com o avanço da pirataria, toda a cadeia produtiva sai perdendo”, alerta o gerente-executivo da Unipasto, Marcos Roveri José. “As sementes piratas não estão inscritas no Sistema Nacional de Sementes e Mudas, do Mapa, e assim não sofrem qualquer tipo de fiscalização ou controle. Portanto, acabam ofertadas a um preço abaixo do mercado – daí sua expressiva presença – como também podem levar pragas e doenças de difícil controle para o produtor, principalmente onde a maioria do sistema de colheita adotado – e viável – é de varredura do solo”, considera Roveri.

Os danos da pirataria vão além, pondo em risco a pesquisa necessária à constante evolução no segmento de sementes forrageiras no Brasil . No caso da Unipasto, por exemplo, Roveri teme pela longevidade da parceria entre a entidade e a Embrapa. “Se as cultivares lançadas sofrerem bastante com o problema de pirataria, iremos comprometer todo o investimento na pesquisa. Não vale a pena investir tanto, para outros se aproveitarem para produzir e comercializar sem qualquer punição”, pontua.

O presidente da Abrasem (Associação Brasileira de Sementes e Mudas), Narciso Barison, explica que a pirataria de sementes ocorre a partir do momento que o produtor transforma grão em semente e não cumpre as regras do Mapa. “O produtor pirata adquire um campo – caso já não tenha – e usa o grão como semente, sem que esteja inscrito no ministério”, ressalta. Desta forma, o comprador de sementes ilegais não tem controle algum sobre a semente, nem segurança de sua qualidade. “Alguns produtores não têm consciência dos reais prejuízos e dos riscos que trazem para as próprias lavouras”, alerta.

Assim como Roveri, da Unipasto, Barison observa que todos perdem com a prática ilegal. De acordo com ele, os produtores levam para as lavouras sementes sem qualidade, nem procedência ou garantia de sanidade. Com isso, as empresas não recebem o retorno pelos investimentos em pesquisas e, consequentemente, investem menos em novas tecnologias de sementes e pesquisas. “Ao passo que o uso de sementes legais garante que o setor sempre tenha sementes de qualidade, que não prejudicam as lavouras e trazem resultados melhores”, frisa.

Fiscalização – Inibir o comércio de sementes ilegais passa, necessariamente, pela fiscalização. Sabe-se que as forrageiras de maior impacto no mercado têm um modo de reprodução apomítico, ou seja, as plantas filhas são clones da planta mãe. Essa característica, aliada à perenidade, deixa o sistema muito sensível à prática da pirataria. “É preciso acompanhar os campos durante alguns anos, com reinscrições junto ao Mapa, pois eles podem servir de campos clandestinos no futuro, um problema que está contaminando todo o País”, ressalta Roveri. “E além da atualização eficiente da fiscalização do Mapa, é preciso um trabalho de conscientização dos perigos de tal prática perante o agropecuarista”, complementa.

É o que está fazendo a Soesp (Sementes Oeste Paulista). Entre as cinco maiores do mundo no segmento de sementes forrageiras, a empresa lançou na Feicorte uma campanha de alerta aos produtores rurais sobre os riscos do uso de sementes ilegais –- atitude pioneira no Brasil por parte de uma empresa privada.

O diretor da Soesp, Itamar Oliveira Júnior, diz que por um lado está em jogo o direito dos produtores rurais a sementes de qualidade, e por outro, a campanha defende as empresas que atuam rigorosamente dentro da lei e sofrem com a concorrência desleal. “O aumento nos padrões mínimos de pureza é bem-vindo, no entanto é preciso combater a ilegalidade que prejudica o País. Para isso, buscamos conscientizar o produtor rural das desvantagens do uso de sementes ilegais e para o fato de que pode denunciar a pirataria à Abrasem”, explica Oliveira Júnior.

Barison explica que a Abrasem é uma associação forte no combate à pirataria, uma vez que une todos os setores e interage com o Mapa na hora da fiscalização. “É necessário que haja um maior controle e fiscalização para evitar a produção e o comércio das sementes piratas”, enfatiza o presidente da entidade. “O Mapa é o órgão fiscalizador, mas, às vezes, é um pouco limitado por falta de pessoal e de recursos. Por isso, todos devem ter consciência e auxiliar nesse controle”, completa.

O diretor da Soesp ainda alerta para o fato de muitos produtores estarem acostumados a índices mais baixos de pureza das sementes e, assim, vão mantendo o velho hábito de utilizar uma taxa de semeadura superior à necessária. “Na desconfiança – difícil de ser vencida, já que o mercado continua com uma oferta expressiva de sementes ilegais – continuam utilizando maior quantidade de produto por área, enquanto que o ideal é utilizar um bom produto, dentro do recomendado pela tecnologia de formação de pastagens”.

A semente ilegal pode trazer muitos problemas ao produtor rural, do estabelecimento das plantas e manejo da pastagem até o ganho de produção de leite ou carne menor. “Isso tudo tem um custo, então a conta de comprar semente mais barata e de pior qualidade é uma conta que não fecha a favor do produtor, que sabe o quanto é importante uma boa pastagem”, conclui Oliveira Júnior.

Autor: Vinculado ao portaldoagronegocio

Estudo indica que Mato Grosso vai liderar o “boom” do agronegócio nacional

Mato Grosso será o principal responsável pelo crescimento do agronegócio no país em futuro próximo. A previsão foi feita nesta terça-feira (26), por um dos principais responsáveis pelo projeto “Norte Competitivo”, que traçou o planejamento estratégico da infraestrutura de transporte e logística de cargas da Amazônia Legal. Mas terá que agir. Exato um ano após apresentar no Legislativo mato-grossense a palestra “A infraestrutura necessária para o desenvolvimento da Amazônia”, Renato Pavan, da Macrologística, disse ao vice-líder do Governo, deputado Wagner Ramos (PR), que o Estado continuará sendo o centro das necessidades logísticas do país por ter – comprovadamente – as maiores reservas de terras férteis do mundo.

Segundo o parlamentar, esse é um caminho sem volta e só poderá ser retardado por conta de gargalos já apontados pelo estudo. O principal deles, atualmente, a duplicação da BR-163 no trecho Rondonópolis-Posto Gil está saindo do papel.

“Já existem várias emendas de bancada, no Congresso, para os projetos do Norte Competitivo. Ele está saindo do papel pelas obras na BR-364, já concluídas, e da BR-163, que têm prazo para até 2014”, observou Wagner Ramos. Outros avanços importantes já conquistados são a eclusa de Tucuruí, importante para o transporte de produtos agrícolas e já pronta; o estudo de viabilidade da Hidrovia Juruena-Tapajós e o terminal graneleiro da Emap – a Empresa Maranhense de Administração Portuária, em São Luiz, que está em construção.

Também já foi iniciada a duplicação da Ferrovia dos Carajás; o Terminal 4, em Ponta da Madeira, está em construção e a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), em projeto, tem início previsto para 2014. Além desses, a inauguração do Terminal da América Latina Logística (ALL), em Itiquira; o término da ferrovia até Rondonópolis e a licitação para o novo porto de Manaus, entre outras obras.

O “Norte Competitivo” foi apresentado duas vezes no Forum de Governadores da Amazônia Legal com adesão integral. O mesmo trabalho aconteceu com a bancada de Mato Grosso, a Famato, Aprosoja, Ampa, Acrimat e os Ministérios do Planejamento, da Agricultura, dos Transportes e da Integração Nacional, além do Dnit – o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre e da Valec.

Empresa pública constituída sob a forma de sociedade por ações, a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. é vinculada ao Ministério dos Transportes nos termos previstos na Lei n° 11.772 (17.09.2008). Sua função social abrange construção e exploração de infraestrutura ferroviária.

Fonte: 24 Horas News

Mato Grosso negocia financiamento chinês de US$ 10 bi para ferrovia

O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), assinou carta de intenção com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB, na sigla em inglês) para construir uma ferrovia de Cuiabá a Santarém (PA).

O projeto prevê a construção de uma linha férrea paralela à BR-163, que liga as mesmas cidades e está sendo pavimentada. O trajeto é de cerca de 1.800 quilômetros.
Projeto de ferrovia no MT concorre com corredor para Santos

Segundo o governo de Mato Grosso, o banco se comprometeu a emprestar US$ 10 bilhões. Em contrapartida, produtos e serviços terão de ser importados da China.

O próximo passo é um estudo de viabilidade do projeto. Ao menos duas empresas estão envolvidas –a ATI, uma holding de Hong Kong, e a estatal Empresa de Engenharia Ferroviária da China (Crec, na sigla em inglês).

Apesar do projeto ainda embrionário, o governo mato-grossense prevê que a obra fique pronta em cinco anos.

A viagem da comitiva a Pequim foi precedida de reuniões no Brasil nos últimos meses. Em uma deles, em setembro, Barbosa viajou de carro com representantes da Crec de Cuiabá a Santarém.

LIBERAÇÃO
“A ferrovia é a carta de alforria para os produtores de Mato Grosso”, afirmou Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja, que reúne aproximadamente 5.000 sojicultores. Ele integra a comitiva em Pequim.

Fávaro afirma que a BR-163 “já está nascendo estrangulada” em razão das poucas opções para o escoamento da safra.

O sojicultor afirma que o transporte do meio-norte do Estado até o porto de Santos custa entre US$ 100 e US$ 120 por tonelada. Esse valor cai para US$ 50 a US$ 60 com o escoamento via Santarém.

Caso o empréstimo se confirme, será o maior dado pela CDB ao Brasil, empatado com os US$ 10 bilhões concedidos à Petrobras em 2009.

O banco deve inaugurar escritório no Rio de Janeiro até o fim do ano.

FABIANO MAISONNAVE
Fonte: Folha de S. Paulo

Portaria autoriza leilões de COV, mas preço tira interesse

O Ministério da Agricultura confirmou a realização de leilões de Opção de Venda ao milho. Aguardada pelos produtores mato-grossenses desde abril, a portaria interministerial que autoriza a modalidade está publicada no Diário Oficial da União de ontem. No entanto, as formas como a comercialização será realizada não agradaram ao segmento. Se todos os custos forem pontuados sobre o valor ofertado à saca, o mercado deixa de ser vilão, para ficar mais atrativo do que a intervenção federal.

Como foi anunciado ontem, os leilões de Contrato de Opção de Venda público (COV) para milho serão para os grãos da safra 2011/12 e 2012. O preço de exercício das opções para Mato Grosso e Rondônia é de R$ 14,60 a saca de 60 kg, para um preço mínimo de R$ 12,60 a saca. Já para o Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais o preço estabelecido foi de R$ 19,46 a saca (preço mínimo de R$ 17,46 a saca). A comercialização será feita por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura. Cada contrato corresponde a 27 toneladas e o vencimento ocorrerá em 15 de dezembro de 2012.

O objetivo do Governo com a medida é dar sustentação às cotações do cereal acima do preço mínimo de garantia. Para tanto, foram destinados R$ 675 milhões, na rubrica Formação de Estoques Públicos.

“O contrato é uma alternativa que os produtores têm para viabilizar a comercialização da cultura do milho que está acima do preço mínimo. Se houver baixa do mínimo, faremos a intervenção pagando a diferença para atingir esse mínimo”, disse o secretário de Política Agrícola do ministério, Caio Rocha.

Mesmo reconhecendo a sensibilidade do governo, a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja/MT) que por diversas vezes esteve encaminhando ofícios e comparecendo a reuniões no Ministério solicitando a intervenção, destaca que o preço ofertado ao Estado, diluído de todos os custos que existem por trás da operação, acabará sendo inferior o que o mercado está pagando atualmente. No dia 25, a saca ficou cotada a R$ 14,80 em Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá). O custo médio para produção de cada saca nesta safra Oe de cerca de R$ 12. “Considerando o preço de R$ 14,60 e descontando prêmios que já vimos abocanhar até mais de R$ 1 por saca e mais o custo de padronização, de R$ 2, o produtor terá de forma líquida, menos que o preço mínimo e menos o que o mercado sinaliza. Da forma como está posta, neste momento, não surte o efeito pretendido”, explica a gerente da Comissão de Crédito, Comercialização e Renda da Aprosoja/MT, Maria Amélia Tirloni. O prêmio aumenta na medida em há maior demanda e por isso esse valor ao final, pode abocanhar vários reais da saca. “Somente o custo de padronização, esse milho tem de ter bom aspecto, consome 13,06% da saca”.

O edital para os leilões deverá ser publicado no início de julho e trará as regras do COV. Para o produtor mato-grossense, o valor ofertado à saca deveria estar em cerca de R$ 16, para que ao final dos custos intrínsecos à modalidade, haja remuneração ao produtor.

CONTEXTO – Os COVs são importantes, mas os valores não contextualizam o mercado atual. Com uma supersafra, 13,11 milhões de toneladas, 87% acima da temporada anterior, os preços que no mercado futuro chegaram a R$ 18, passaram para até R$ 13 na semana passada, desestimulando e preocupando o produtor que investiu R$ 12 para produzir uma saca. Prevendo esse cenário e até maior pressão contra a cotação em pleno pico de colheita, a Aprosoja/MT estava desde dezembro alertando a União para necessidade de salvaguardar preços e assim evitar uma queda brusca na produção de 2013, interrupção que afetaria outras atividades como suinocultura e avicultura, ao encarecer o milho no próximo ano.

Cerca de 56% desta nova safra veio sendo negociada por meio de vendas antecipadas desde setembro do ano passado e considerando o percentual de negócios, o presidente da Aprosoja/MT, Carlos Fávaro, em entrevista exclusiva ao Diário sobre este assunto na semana passada, destaca que o volume a fixar, quase 6 milhões de toneladas que seguem sem preço e sem dono, representam quase toda a safra passada, cuja produção foi de 6,99 milhões de toneladas. “Como se vê, o tamanho do nosso problema é grande. Temos quase uma safra a comercializar e justo em um momento de forte pressão da oferta por conta da colheita já iniciada e que se intensifica no próximo mês”.

MARIANNA PERES
Fonte: Diário de Cuiabá