Leilões da Conab negociam arroz e sisal

Duas operações de Prêmio para Escoamento de Produto comercializam 133 mil toneladas dos produtos nesta quinta-feira

Nesta quinta-feira, 28 de abril, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vai realizar duas operações de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP), que negociarão 133,2 mil toneladas de arroz e sisal.
O leilão de sisal bruto será de 3,25 mil toneladas da safra 2010/2011 ─ 3 mil t da Bahia, 150 t da Paraíba e 100 t do Rio Grande do Norte. Poderão participar da operação as indústrias de beneficiamento e comerciantes que não sejam provenientes dos estados produtores da fibra.
O Prêmio de arroz será de 130 mil toneladas do produto em casca, produzido nos estados do Rio Grande do Sul (100 mil t), de Santa Catarina (10 mil t), do Mato Grosso do Sul (10 mil t) e do Paraná (10 mil t). O destino poderá ser qualquer localidade, exceto as regiões Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste; os estados de Tocantins, Rondônia e Pará; e países como Argentina, Paraguai, Uruguai e Suriname.
Desde o início do ano, foram realizados 12 leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) de sisal, com a negociação de 31,3 mil toneladas de fibra. De arroz, foram seis leilões, com o Prêmio de 556,6 mil toneladas do produto.
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Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) – O governo concede um valor à agroindústria ou cooperativa que adquire o produto pelo preço mínimo diretamente do produtor rural e o transporta para região com necessidade de abastecimento. Este instrumento desonera o governo da obrigatoriedade de comprar e estocar o produto.

Norma define importação de sementes da Índia

Legislação determina que os envios de mucuna deverão ser tratados previamente para entrar no país

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou nesta quarta-feira, 27 de abril, os critérios fitossanitários para a importação de sementes de mucuna (Mucuna bracteata) produzidas na Índia.
A Instrução Normativa nº 15, publicada no Diário Oficial da União, define que os envios deverão estar livres de restos vegetais e impurezas, além de estar acompanhados de Certificado Fitossanitário (CF) emitido pela Organização Nacional de Proteção Fitossanitária (ONPF) da Índia. No documento, deve constar a informação de que as sementes foram tratadas, especificando produto, dose ou concentração, temperatura e tempo de exposição.

“O objetivo do tratamento é eliminar eventuais pragas associadas ao produto, ainda na origem, para minimizar o risco de introdução no Brasil por meio da importação das sementes”, explica o Chefe da Divisão de Análise de Risco de Pragas, Jefé Leão Ribeiro.
Os envios serão inspecionados no ponto de ingresso e terão amostras coletadas e encaminhadas para análise fitossanitária em laboratório oficial ou credenciado. Caso seja interceptada praga quarentenária ou praga sem registro de ocorrência no Brasil, a ONPF do país de origem será notificada e o órgão correspondente brasileiro poderá suspender as importações.
A norma também esclarece que a ONPF da Índia deverá comunicar à ONPF do Brasil qualquer alteração na condição fitossanitária das regiões de produção de sementes de mucuna a serem exportadas para o país.
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A mucuna é um tipo de leguminosa muito utilizada para a produção de massa verde para ser incorporada ao solo e na recuperação de solos degradados, devido à fixação biológica de nitrogênio. Existem diversas espécies e variedades, mas as mais conhecidas são a mucuna rajada ou feijão cacau, a mucuna preta e a jaspeada, de sementes brancas.

Programa reduz índice de analfabetismo no campo

O Senar-MT (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) realiza a partir desta semana o Programa Alfabetização de Jovens e Adultos. O objetivo é reduzir os índices de analfabetismo no meio rural. A capacitação dos professores selecionados para lecionar no programa marca o início das atividades que neste ano atenderá cerca de 700 pessoas com baixa ou sem escolaridade.

A preparação organizada pelo Núcleo Pedagógico, que ocorre até sexta-feira (29) na sede da instituição em Cuiabá, instrui os educadores sobre a aplicação do método “Paulo Freire”, voltado ao universo que compreende a inter-relação educacional a partir da leitura e a escrita. “Este programa visa não somente o ler e o escrever, mas considera o saber de cada indivíduo. O conhecimento é adquirido por meio das experiências vivenciadas pelos alunos, que também contribuem para o desenvolvimento de cada turma. Por exemplo, o meio em que eles convivem, as relações familiar e social, entre outros fatores, são pontos de partida neste processo de aprendizagem que tem como figura primordial o educador”, disse o superintendente do Senar-MT, Tiago Mattosinho.

No treinamento os docentes recebem o conteúdo por meio de estratégias pedagógicas diversas, como debates, exposição dialogada e oficinas. Pela primeira vez o professor de Educação Física aposentado, Geraldo Pereira Rosa Junior, 67 anos, participa da capacitação do Senar-MT. Natural de São Paulo, Junior mora no município de Barra do Bugres há cinco anos e está otimista com a oportunidade de ensinar jovens e adultos a ler e escrever. Sem esconder a emoção, o professor recorda que aos 10 anos de idade conseguiu alfabetizar a tia, que na época tinha 92 anos. “Nunca me esqueço dela assinando o nome numa cartolina e dizendo que não era mais analfabeta. Com esse treinamento do Senar vou poder ajudar outras pessoas também”.

Já a professora Maria Lúcia da Costa Lopes, 35 anos, de Campinápolis, está participando pela terceira vez do Programa. “Todos os anos que participo do curso tem algo novo para aprender. Isso ajuda para eu adquirir experiência, conhecer novas metodologias de ensino e aperfeiçoar ainda mais as aulas para os alunos”, afirma.
Este ano o programa ampliará em mais de 60% sua área de atuação passando de 13 para 21 municípios. “Observamos que o grau de instrução entre essas pessoas é o maior agente responsável pela transformação social no meio rural. Portanto crescendo a abrangência do programa acreditamos que poder aumentar também o bem estar dos trabalhadores e suas famílias”, finalizou Mattosinho.

Vendas antecipadas movimentam sojicultores mato-grossenses

Com mais de 80% da safra 10/11 comercializada, os sojicultores mato-grossense dão um passo à frente e adiantam a venda do grão que só será plantado a partir de setembro deste ano, para a safra 11/12. Segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), 12% da soja a ser colhida no próximo ano já foi vendida às tradings. É a primeira vez que isso acontece nos meses de março e abril, em pleno período de colheita e sem ao menos o produtor ter feito o seu planejamento de plantio para a nova temporada.

Otimismo a parte, o sojicultor tem motivos de sobra para avançar na comercialização de um produto que nem ele sabe quando vai plantar, ou quanto plantar. “Os preços realmente estão atrativos e este seria o momento dos produtores travarem custos para a próxima safra, antecipando a comercialização”, diz o superintendente do Imea, Otávio Celidônio. Segundo ele, os preços pagos atualmente nas bolsas internacionais e no mercado doméstico “estão remunerando adequadamente” o produtor.

“A relação de troca também está interessante. Mas é importante que, ao mesmo tempo em que compra os insumos para a próxima safra, vá travando sua margem [de lucro] e fazendo hedge {reduzir risco de preço}. O momento é bom e o produtor tem diversas formas de travar custos para a safra 11/12. Ele tem de avaliar e ver em que perfil melhor se encaixa”, frisa.

Há informações de que os preços dos fertilizantes estão sendo reajustados, daí a pressa do produtor em adiantar a venda da soja futura para assegurar uma remuneração adequada frente a uma possível elevação de custos. “O momento é oportuno [para adiantar as vendas de soja], sem dúvida”, completa o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), Carlos Henrique Fávaro.

CAUTELA – Mas lembra que o produtor deve ter cautela. “Ele tem de aproveitar o momento e vender. Mas não pode travar grandes volumes, mesmo porque se o mercado melhorar no futuro, ele pode perder a oportunidade de vender por uma média de preços maior. Por outro, lado, existe também a possibilidade de os preços caírem e ele também perder se deixar de fazer a venda agora”.

A recomendação, na avaliação de Favaro, é simples: “Os produtores devem fixar preços com base em uma análise – bem feita – dos custos de produção, aproveitando os momentos de alta e fazer vendas menores”. A ordem é ter máxima cautela e estar atento também à trajetória do dólar, que está desvalorizado e aponta para o aumento dos custos do frete aos portos. “Não dá para vender tudo de uma vez”, pondera.

Favaro se diz surpreso com o movimento do mercado no momento em que a safra sequer começou a ser planejada. “É a primeira vez que vejo isso ocorrer em Mato Grosso {venda antecipada ainda no mês de março], sendo que a safra nem começou a ser de fato planejada”.

Este movimento se deve ao bom comportamento dos preços no mercado interno e nas Bolsas internacionais, onde as cotações continuam favorecendo os negócios. Na safra passada, de acordo com a Aprosoja/MT, o percentual de 12% de soja vendida só pôde ser observado no mês de maio.

COTAÇÕES – Nas principais regiões produtoras do Estado, os preços estão acima da média histórica. Em Campo Verde, os compradores ofertaram R$ 36,50 pela saca de soja. Em Canarana o preço da soja foi mantido pelo produtor em R$ 40/saca. Em Primavera do Leste, a cotação atingiu R$ 37. Em Sapezal, foram indicados preços de R$ 36,50/saca e, em Lucas do Rio Verde, e R$ 34,60.

Autor: Marcondes Maciel

Fonte: Diário de Cuiabá

Lobby ameaça lucro do Brasil no caso do algodão

Enquanto os parlamentares americanos esquadrinham o orçamento em busca de formas de reduzir os gastos do governo

Enquanto os parlamentares americanos esquadrinham o orçamento em busca de formas de reduzir os gastos do governo, os Estados Unidos continuam a enviar milhões de dólares ao Brasil para subsidiar o setor de algodão do país, pagamentos que ficaram intocados na última rodada de propostas de cortes orçamentários.

Os pagamentos dos EUA ao Brasil, feitos em troca do acordo com o país para não elevar tarifas sobre bens americanos, parecem estar a salvo dos cortadores de gastos fiscais no Congresso, apesar dos esforços renovados de alguns parlamentares para interrompê-los. Os EUA pagam US$ 12,275 milhões mensais ao Brasil, pelos termos do acordo entre os dois países. O deputado Ron Kind (democrata por Wisconsin) encabeça os esforços para acabar com esse pagamento.

O Brasil levou os EUA à corte internacional de comércio em 2003 por seus programas de subsídios ao algodão, sustentando que os EUA impulsionavam de forma desleal suas exportações de algodão e colocavam os brasileiros em desvantagem. O Brasil venceu o caso e até a apelação dos EUA, em 2005, embora tenham continuado as divergências legais a respeito do cumprimento pelos EUA das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do fim dos programas de subsídio ao algodão.

Em junho de 2010, os EUA fecharam acordo com o Brasil para pagar mensalmente US$ 12,275 milhões, além de dois pagamentos únicos de US$ 30 milhões e US$ 4,3 milhões. O total pago pelos EUA ao Brasil até o fim do mês deve chegar a US$ 157 milhões.

Pelos termos do acordo, o Brasil é responsável por certificar-se de que o dinheiro será gasto para melhorar o setor de algodão do país.

O Departamento de agricultura dos EUA continua a pagar subsídios aos agricultores de algodão americanos. Em 2003, o ano em que o Brasil levou a discussão do assunto para uma comissão da OMC, o Departamento de agricultura pagou US$ 2,9 bilhões aos plantadores de algodão, segundo dados do governo. O valor anual variou bastante desde então, chegando a US$ 4,2 bilhões em 2005 e a US$ 872 milhões em 2010.

“É a política pública mais estúpida com a qual já me deparei”, disse o deputado Barney Frank, de Massachusetts, democrata de maior hierarquia na Comissão de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados. Kind a colocou como mau exemplo de como os EUA lidam com disputas comerciais.

Um porta-voz do Departamento de agricultura defendeu o acordo. Disse que impediu o Brasil de impor “centenas de milhões de dólares em retaliações comerciais contra os EUA, incluindo um direcionamento inédito contra nossos direitos de propriedade intelectual”.

O plano orçamentário aprovado pela Câmara dos Deputados este mês exige cortes de bilhões de dólares nos gastos com agricultura, mas deixa a definição de como essas reduções serão feitas a membros da Comissão de agricultura da casa. Em fevereiro, todos os parlamentares da comissão, com exceção de três, votaram pela continuidade do pagamento ao Brasil.

Kind e Frank procuraram acabar com esses pagamentos neste ano e agora renovam os esforços, à medida que a batalha pelo orçamento de 2012 se aquece. A Câmara aprovou o orçamento de 2012, com cortes dos gastos públicos de US$ 5,8 trilhões ao longo de dez anos, incluindo cortes significativos nos programas de assistência médica Medicare e Medicaid.

Os pagamentos dos EUA almejam convencer o Brasil a não impor bilhões de dólares em tarifas retaliatórias sobre produtos dos EUA, mas também proteger a capacidade do governo de subsidiar os produtores de algodão. Dos quatro programas de subsídios dos EUA que o Brasil contestou de início em 2003, três ainda estão em operação, sob a supervisão do Departamento de agricultura americano.

Os EUA, maior país exportador mundial de algodão, deverão embarcar cerca de 12 milhões de fardos de 480 libras-peso (217,72 quilos) neste ano, segundo previsão do departamento. A projeção das exportações brasileiras de algodão é de só 2 milhões de fardos.

Kind, com apoio de Frank e Jeff Flake, republicano, tentou e não conseguiu interromper os pagamentos ao Brasil em fevereiro ao propor uma emenda ao projeto de lei de gastos do governo. A emenda foi derrotada por 246 a 183 votos, em 18 de fevereiro.

O presidente da Comissão de agricultura da Câmara dos Deputados, o republicano Frank Lucas e o principal democrata na comissão, Collin Peterson, votaram contra a emenda de Kind, assim como a maioria dos membros. O presidente da Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados, o republicano Paul Ryan votou a favor de interromper o fluxo de dinheiro de americanos para o Brasil.

Frank atribuiu a derrota aos parlamentares dos grandes Estados sulinos produtores de algodão.

Há parlamentares “com grande senso de urgência para cortar o déficit”, afirmou, mas não “quando se trata de algo que coloca dinheiro no bolso de seus eleitores”.

Lucas, contrário à emenda de Kind, disse entender que os EUA terão de cumprir a determinação da OMC contra o programa de subsídios dos EUA e interromper os pagamentos ao Brasil. Pode ser uma tarefa bem complicada convencer os agricultores de algodão a viver sem o apoio do governo, afirmou, embora as recentes altas nos preços tenham tornado desnecessários os pagamentos ultimamente. As condições de mercado, contudo, podem mudar rapidamente.

“Temos de encontrar a solução que esteja em cumprimento com a OMC e seja politicamente palatável. Meus amigos do [setor de] algodão entendem isso e ao longo do próximo ano vamos trabalhar todas as opções”, disse Lucas.

Ele será arquiteto-chave no próximo projeto de lei da agricultura, um projeto de cinco anos para a política agrícola dos EUA, e espera concluí-lo até o fim de 2012. Isso não é bom o suficiente, no entanto, quando os EUA pagam mais de US$ 12 milhões por mês ao Brasil, disse Frank. “Vamos ter feito isso por três anos”, disse Frank. “Se tivéssemos feito a coisa certa e cortado nossos subsídios a nossos agricultores de algodão, então, [os EUA] estariam economizando [centenas de milhões de dólares].

fonte: Valor Econômico

Governo autoriza aporte de R$ 13 mi em estudos para hidrovias

O Ministério dos Transportes autorizou a inclusão no PAC 2 do chamado Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (Evtea) das hidrovias Juruena-Tapajós e Teles Pires-Tapajós, em Mato Grosso

Haverá um aporte imediato de R$ 13 milhões no levantamento, visando avaliar todas as possibilidades de exploração das duas hidrovias. Além do Evtea, o Ministério autorizou (também para 2011) o início da dragagem, derrocagem e sinalização do rio Tapajós no trecho entre as cidades de Santarém e Miritituba (ambas no Pará), bem como a construção de um porto público neste último município.

Segundo o presidente do Movimento Pró-Logística e da Associação dos Produtores de soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Glauber Silveira, a medida é mais do que bem-vinda. “Sempre se falou muito sobre a importância destas 2 hidrovias, mas apenas com estes levantamentos saberemos ao certo quais as vantagens de cada uma e poderemos traçar um plano de exploração.”

As hidrovias irão conectar as egiões centro-norte e noroeste de Mato Grosso até os portos paraenses de Santarém e Belém, agilizando e desonerando o escoamento da produção agropecuária daquelas regiões. A hidrovia Teles Pires-Tapajós sai de Sinop (MT) e chega até Santarém, com 1.576 km de extensão. Já a hidrovia Juruena, Arinos-Tapajós vai de Porto de Gaúchos (MT) até Santarém e tem aproximadamente 1,5 km. Silveira ressaltou, a esse respeito: “Os problemas de logística têm impedido Mato Grosso de crescer e tornaram o escoamento um peso no bolso dos agricultores. O investimento no setor modal é um importante passo para o desenvolvimento sustentável do Estado, que tem uma produção agropecuária competitiva, mas que se perde pelo caminho quando precisamos tirá-la de Mato Grosso, exatamente pela carência de investimentos em transportes”.

O coordenador executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, ressaltou que, com a conclusão da BR-163 e a construção do Porto de Miritituba, o custo local com logística será significativamente reduzido. “Só com a conclusão da rodovia, o produtor terá a chance de economizar algo em torno de R$ 2 por saca de soja. Com os estudos e as hidrovias em exploração, a economia pode chegar a R$ 6 por saca de soja, por produção”, finalizou Ferreira.

fonte: Alex Ricciardi – DCI

Soja deve elevar o MT para o posto de mais rentável do País

Produto segue marcando a história do Mato Grosso. Neste ano, além de uma produção recorde, o grão pode ampliar o valor bruto de produção para R$ 33,3 bi

O valor bruto da produção (VBP) do Mato Grosso pode ultrapassar a casa dos R$ 33,3 bilhões este ano, deixando para trás São Paulo, que detinha a liderança, e Paraná, segundo colocado até o ano passado. A principal responsável por este resultado foi a soja, cuja safra 2010/2011, apesar dos problemas sofridos por conta do clima, deve registrar recorde com 20,3 milhões de toneladas, ou seja, 8,3% maior que a safra 2009/2010.

A soja continua sendo a menina dos olhos para o Mato Grosso, além de uma produção recorde nesta safra 2010/2011, a produtividade por hectare é o outro grande motivo para as comemorações do estado. Na safra passada, o produtor agrícola obteve em média 3 toneladas de soja por hectare, o que representa um volume de 50 sacas de 60 quilos por hectare. Nesta safra, o montante gerado por hectare deve superar a marca de 3,2 toneladas, ou seja, 53 sacas por hectare. “A produtividade da soja foi muito boa, já colhemos tudo praticamente. E esse crescimento é bastante considerável, o que deixa esta safra com a melhor produtividade da história do estado”, contou Otávio Celidonio, superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia agropecuária (Imea).

Para ele, o principal fator que gerou essa boa produtividade nas lavouras de soja foi a baixa incidência da ferrugem asiática, doença causada por um fungo que ataca as plantações. Celidonio afirmou que a rotina dos produtores para evitar essa praga, aliada ao período seco visto na entressafra, resultou em uma ótima produtividade da soja. “Esse ano, um dos fatores que incidiram para esse aumento na produtividade foi a baixa influencia da ferrugem asiática que não trouxe transtornos para os produtores. Isso foi por causa do período de entressafra que foi bastante seco. Além do que os próprios produtores têm feito esse controle rotineiramente. O desenvolvimento da soja precoce foi outro fator que contribuiu para essa média de produtividade no estado, pois ela foi plantada mais tarde e pegou o período certo de chuvas, que contribuiu para melhorar seu desenvolvimento”, enfatizou ele.

Além da produtividade maior, o Imea prevê aumentos consideráveis de áreas até 2020. Este ano a soja ocupou 6,4 milhões de hectares, que representa um crescimento ante a ultima safra de 3,1%. Nos próximos nove anos a expectativa é de que o estado supere a marca de 8,3 milhões de hectares, oriundos principalmente de terrenos usados para pastagens. “Temos 26 milhões de hectares de pasto no estado, desse total cerca de 9 milhões de hectares estão sobre um solo muito adequado para lavouras de soja.”

Para o presidente da Associação dos Produtores de soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, a aposta do setor deve continuar no aumento de produtividade, e não em áreas. Segundo Silveira, nos próximos dez anos o Brasil teria de saltar das atuais 2,8 toneladas por hectare na média, para 4 toneladas. “Não temos mais tantas áreas para ampliar a produção, temos de investir em tecnologias para ampliar a produtividade. E isso somente será possível se a nossa logística funcionar”, frisou.

Valor de Produção

O Brasil deve atingir este ano um valor bruto de produção agropecuária de aproximadamente R$ 193,1 bilhões, contra os R$ 179,9 de 2010. Somente o Estado do Mato Grosso pode atingir a marca de R$ 33,35 bilhões, superando os R$ 21,3 bilhões vistos no ano passado. Neste cenário a soja é mais uma vez a grande responsável pelo resultado, representando 47% deste total, ou seja, R$ 15,5 bilhões. “O potencial do Mato Grosso é tão grande que aos poucos eles estão dominando a Agricultura do País”, afirmou o coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques.

O estado paulista, que em 2010 havia registrado um valor bruto de produção de R$ 32,9 bilhões, deve fechar este ano com R$ 29,8 bilhões, dado principalmente a cana-de-açúcar. Já no Paraná não houve queda no valor bruto obtido, mas o crescimento foi aquém do esperado, e deve fechar com R$ 24,9 bilhões em 2011, ante os R$ 23,6 bilhões de 2010.

fonte: Daniel Popov – DCI

Líder do governo não acredita em adiamento da votação do Código Florestal

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), não acredita em adiamento da votação do Código Florestal

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), não acredita em adiamento da votação do Código Florestal, prevista para os dias 3 e 4 de maio, conforme definido pelo presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS).

Para Vaccarezza, apesar da falta de acordo sobre algumas das mudanças propostas para o novo Código Florestal, até a semana que vem, muitos desse pontos poderão ser acertados entre o governo, os ruralistas e os ambientalistas. E, mesmo que não haja acordo, a decisão, segundo ele, será tomada em votação pelo plenário da Câmara.

Entre os pontos até agora sem consenso, de acordo com o líder, está a isenção de reserva legal para pequenas propriedades rurais, defendida pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do projeto que altera a atual legislação. O governo defende a manutenção da exigência para todas as propriedades, não importa o tamanho.

Vaccarezza participa da reunião com os líderes partidários, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo e os ministros da Agricultura, Wagner Rossi, do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e de Relações Institucionais, Luiz Sérgio. Eles buscam um entendimento para a votação do novo código.

“No começo tínhamos divergências em mais de 20 pontos, depois chegamos a 11 pontos. Agora temos quase consenso em três e duas divergências. Então, vai ser fácil chegar a um acordo”, disse Vaccareza.

Em relação à pressão feita pela comunidade científica para adiar a votação do Código Florestal por pelo menos dois anos, para que fossem estudados os impactos das mudanças propostas, o líder do governo disse que isso não mudará a decisão do Parlamento de votar na próxima semana. “A ciência não é absoluta. O fato de a ciência falar não quer dizer que seja a última palavra”.

fonte: Correio Braziliense Online

Comercialização de insumos aumenta em Mato Grosso

A comercialização de insumos para a próxima safra de soja está acelerada em Mato Grosso. Os agricultores aproveitaram a conclusão da colheita para dar início ao planejamento do próximo plantio, que deve acontecer em cinco meses. Enquanto acompanha a evolução da safrinha, o agricultor Volnei Presa planeja a safra seguinte. Ele pretende ampliar a área cultivada, de 280 para 500 hectares. Mas não é apenas o tamanho da lavoura que está nos pensamentos do agricultor. A compra dos insumos que vão ser utilizados também faz parte dos planos.

– Eu pretendo comprar um pouco mais cedo pra tentar escapar de alguns aumentos, porque a demanda vai ser grande e o aumento pode vir atrás. É bom porque você já fica sabendo quanto está gastando, já faz o planejamento certo, compra na medida em que vai produzir, pagar e sabe o que vai sobrar. Muitos agricultores também preferiram antecipar a aquisição de insumos para a safra 2011/2012. Uma pesquisa do Imea revela que, a cinco meses do início do plantio, as negociações em Mato Grosso estão bastante aceleradas. 66% dos defensivos que vão ser utilizados já foram vendidos, volume 13% superior ao comercializado no mesmo período do ano passado.

Quanto aos fertilizantes, o aumento foi parecido. Já foram adquiridos 68%, 55% na mesma época ano passado. Já com relação às sementes que vão ser cultivadas o avanço foi ainda maior. Até agora o volume comercializado soma 72%, 16 pontos percentuais a mais que na mesma época de 2010. O proprietário de uma revenda focada no comércio de sementes, Márcio Dornelles, confirma o maior movimento.

– No caso de sementes já andou bem, até porque a produção de semente foi complicada, sabemos que terá um déficit de semente no mercado. O pessoal procurou comprar mais cedo. 70% do mercado já finalizado. O insumo, como teve melhora de preço principalmente no algodão, o pessoal já travou grande parte dos defensivos agora, já tem volume muito alto das cooperativas, das próprias revendas com pacote de troca.

A antecipação das compras também demonstra maior profissionalismo do homem do campo, segundo a Aprosoja. A entidade destaca que a cada ano o agricultor melhora a gestão da propriedade e busca minimizar os riscos diante das constantes oscilações no mercado de commodities.

– Esse é o reflexo, a ideia que sempre tentamos levar ao produtor. Começamos engatinhando e hoje já estamos andando. Temos muito a melhorar, mas nossa missão de levar ferramenta e informação ao produtor. Sempre fomos bem da porteira pra dentro, mas da porteira pra fora não. Hoje a compra em conjunto tem aumentado, através das cooperativas, dos pacotes. O produtor esta vendo que pra se manter na atividade tem que lançar mão disso – ressalta Luiz Nery Ribas, gerente técnico Aprosoja-MT.

Para aqueles que ainda não compraram os insumos, a Aprosoja deixa uma orientação.

– O produtor tem que acompanhar preço de mercado, como foi a safra anterior. Tem que estar bem informado para fechar pacotes. Tem que fazer contas, saber quanto pagou, como fica a escala de compra. A rentabilidade está nestes detalhes destas negociações. Isso é importante – afirma Ribas.
Fonte: Canal Rural

Rei da soja aposta na diversificação da produção

O atual rei da soja, Eraí Maggi Scheffer, iniciou o trabalho na lavoura em uma propriedade de 65 hectares em São Miguel do Iguaçu, Oeste do Paraná. Nascido em Torres (RS), o gaúcho se mudou com a família para o Estado aos seis anos. Na safra 2010/2011, o Grupo Bom Futuro, comandado por Eraí e administrado também pelos irmãos Elusmar e Fernando e pelo cunhado José Maria Bortoli, seus sócios, plantou mais de 178 mil hectares de soja. Com média de produtividade de 54 sacas por hectare, o Grupo atingiu uma produção de aproximadamente 576 mil toneladas do grão.

Em 1969 a família começou a mecanizar a produção com o auxílio de um trator financiado. Em 1976, com a morte do pai, Eraí assumiu os negócios da família. Três anos depois, começou a arrendar propriedades no Mato Grosso, onde a terra era barata. Em 1982, Eraí vendeu a propriedade no Paraná e comprou terras no norte do Mato Grosso. ”Depois deu certo, a tecnologia foi chegando, os financiamentos para máquinas ficaram mais fáceis e a terra valorizou muito”, afirma.

Com o auxílio de um avião próprio, Eraí acompanhava o que acontecia nos terrenos próximos e verificava possíveis novas terras para investimento. ”Não é toda crise que acaba com o negócio. Você tem que fazer uma análise para saber o que vem pela frente. As vezes, a crise é uma oportunidade para começar algo diferente”, orienta Eraí. Em 1993, comprou a Fazenda Bom Futuro, no cerrado matogrossense. ”O Mato Grosso aconteceu muito rápido e nós estávamos dentro dele”, comemora.

A Fazenda Fartura, localizada em Campo Verde-MT, possui uma sementeira com capacidade de produzir 800 mil sacas de semente de soja por ano. Atualmente, o Grupo Bom Futuro possui 26 aglomerados de fazendas no Mato Grosso. Além da soja, a empresa plantou 109 mil hectares de algodão, 44 mil hectares de milho e aproximadamente 2 mil hectares de feijão, 2 mil hectares de arroz e 7 mil hectares de sorgo na safra 2010/2011. No total, o Grupo possui 57 mil cabeças de gado.

”Tem um grupo por traz do crescimento, família, técnicos e amigos”, enfatiza Eraí. O número de funcionários não pára de crescer e atualmente 5 mil trabalham para o Grupo Bom Futuro. Eraí alega que não teve tempo de avaliar qual o momento mais marcante da vida. ”O mais marcante agora é ver que os filhos dos funcionários vêm trabalhar comigo, é conseguir dar emprego para eles”, comenta emocionado.
Autor: Mariana Fabre

Fonte: Folha Web