Venda de máquinas deve acompanhar crescimento da produção agrícola em MT

Nos próximos cinco anos a área de soja em Mato Grosso deve crescer em torno de 2,5% ao ano, tendo em vista o aproveitamento da cultura em áreas de pastagens. Para atender a demanda, os produtores também precisarão investir em tecnologia e isso implica na aquisição de novas máquinas agrícolas (tratores e colheitadeiras). Neste período, o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), vinculado ao Sistema Famato, estima que serão necessários 3.169 tratores e 2.288 colheitadeiras comercializados anualmente no Estado para renovar 100% do parque de máquinas.

Os dados fazem parte do levantamento divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Imea que apontou a atual situação do “parque de máquinas” de Mato Grosso. O estudo foi encomendado pelo Sistema Famato com o objetivo de verificar a quantidade real de máquinas usadas nas lavouras mato-grossenses e a projeção para os próximos cinco anos.

O superintendente do Imea, Otavio Celidonio, afirma que existe muita pastagem que pode ser convertida para produção agrícola. Mas, para que isso aconteça, as instituições financeiras terão que disponibilizar novas linhas de crédito e as indústrias de máquinas precisarão se preparar para atender a demanda do setor produtivo. “É fundamental a renovação do parque de máquinas de Mato Grosso, pois as máquinas antigas geram custos altos e provocam perdas de produtividade. Então, o produtor precisa de novas máquinas para evitar perdas e maximizar os lucros”, explica Celidonio.

Segundo o diretor executivo do Sistema Famato, Seneri Paludo, outro desafio será trazer as indústrias de tratores e colheitadeiras para Mato Grosso. “A gente tem que trabalhar essa estratégia juntamente com o governo estadual para trazer cada vez mais essas empresas. Isso vai favorecer redução de preços para o produtor investir e vai gerar divisas de capital no estado”.

O estudo concluiu também que a comercialização de máquinas agrícolas acompanhou o crescimento anual da área de plantio em 2004. Naquele ano, com a crise que atingiu a agricultura em função da queda brusca dos preços no mercado, a correlação entre vendas de máquinas e preço médio da soja caiu consideravelmente. Isso significa que até 2004 a área de soja crescia em função dos preços da commodity e, consequentemente, havia necessidade de aumentar o parque de máquinas para atender a produção que crescia em larga escala. Após esse período, em função da falta de liquidez, o investimento em máquinas em Mato Grosso diminuiu.

De 1995 até 2003 as vendas de tratores e colheitadeiras cresceram 686% e 432% respectivamente. De 2004 a 2009 o resultado foi o oposto. Neste período a comercialização de tratores reduziu 46% e a venda de colheitadeiras caiu 41%. Esses resultados, segundo o Imea, também consideram a entrada de maquinário de outros estados – o que representa 10% do total que foi oficialmente vendido em Mato Grosso.

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