Programa Soja Livre expande fronteiras

Na safra passada, houve grande adesão dos produtores de Mato Grosso ao Programa Soja Livre

Para a safra 2011/2012, outros estados produtores de soja – RO, GO, MS, SP, PR e SC – vão aderir ao Programa. Para esta safra, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (Abrange), a Imcopa e a Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa formataram uma parceria que prevê a instalação de 18 unidades demonstrativas e a realização de 18 dias de campo nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

Nestes estados, a Embrapa e a Fundação Meridional há 11 anos oferecem sementes de soja convencional e transgênicas aos produtores. “Na minha avaliação, o grande diferencial é que com o Soja Livre teremos agora o envolvimento dos compradores de grãos, que compõem a parte final da cadeia produtiva”, analisa o gerente do escritório de Londrina da Embrapa Transferência de Tecnologia, Luiz Carlos Miranda.

Miranda vê com bons olhos a iniciativa que vem ao encontro da missão da Embrapa de oferecer diferentes alternativas tecnológicas demandas pelo mercado produtor. “Sempre defendemos a rotação de culturas e a rotação entre cultivares – transgênicas e convencional – que são técnicas salutares para evitar o desenvolvimento de pragas, doenças e plantas daninhas resistentes a determinado produto”, avalia.

No Paraná, segundo produtor brasileiro de soja, 85% das propriedades têm menos de 50 hectares e, muitas vezes, os serviços de plantio e colheita, são terceirizados. “No Paraná, a segregação é um ponto nevrálgico para o sucesso do Programa Soja Livre, porque ela exige cuidados desde a produção até a entrega do produto para evitar misturas com a soja transgênica”, explica.

Miranda defende, portanto, a elaboração de um manual, seguindo normas da ABNT, para determinar padrões necessários para que o produtor consiga produzir soja convencional sem misturas ou contaminação por transgênicos. “Na minha avaliação, acho necessário inclusive, que as tradings que irão comprar a produção convencional forneçam assistência técnica aos agricultores para receber o produto com a qualidade requerida”, diz.

O presidente da Fundação Meridional, Almir Montecelli, considera o apoio às pesquisas com soja convencional estratégico, principalmente diante do cenário de aumento de resistências pela utilização de produtos químicos. “A Meridional sempre procurou oferecer opções de soja convencional para os produtores. Apesar da disponibilidade de boas cultivares, o produtor prefere a soja transgênica pelo menor custo de produção”, avalia.

Por isso, na avaliação dele, o aumento da área semeada com cultivares convencionais depende dos valores que serão oferecidos como bonificação. “Para ampliar a área com soja convencional tem que compensar financeiramente para o produtor. Além da questão financeira, a produção de soja convencional exige mais cuidados e é mais trabalhosa”, diz.

Segundo a Associação Paranaense de Produtores de Sementes e Mudas (Apasem), na última safra, 90% da oferta de semente de soja no Paraná foi transgênica. O diretor técnico da Abrange Ivan Paghi diz que no Paraná a expectativa é de ampliar a área cultivada com convencional em 25%. “No Paraná, nossa estratégia é de recuperação de área para a soja convencional, enquanto que em MT trabalhamos pela manutenção”, diz.

No Paraná, ao contrário dos outros estados, Paghi diz que o objetivo é mostrar ao produtor que existem boas opções de soja convencional, altamente produtivas e resistentes a doenças. “As variedades argentinas que entraram no mercado e que dizem ser mais produtivas, em alguns casos apresentam problemas de doenças”, alerta. “Acho importante valorizar as vatangens da soja da Embrapa, que sempre esteve presente nos momentos difíceis da agricultura. Queremos mostrar outros lados para os agricultores; apresentar novas visões; fazer com que eles reflitam e façam a sua opção. Este é o espírito do Soja Livre”, diz.

O Programa Soja Livre teve início em Mato Grosso, na safra 2010/2011, em uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja) e a Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (Abrange), com o apoio de mais 11 parceiros: as fundações de apoio à pesquisa; as empresas Amaggi, Caramuru, Imcopa, Agrodinâmica, Agrolab e Associação dos Produtores de Sementes do Mato Grosso (Aprosmat).

fonte: Portal do Agronegócio

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

seis + 14 =