Pressão se confirma e commodities recuam

A esperada pressão dos tremores irradiados dos Estados Unidos e da Europa sobre as cotações das commodities se confirmou e os principais produtos agrícolas negociados nas bolsas de Chicago e Nova York registraram forte queda ontem. Foi o primeiro dia de negociações após o rebaixamento da nota dos papéis da dívida americana pela agência de avaliação de risco Standard & Poor’s.

A fuga dos investidores de ativos considerados de risco e as incertezas em relação ao futuro da demanda global explicam os tombos agrícolas – que em geral foram de 2% a mais de 5%. Durante o dia, o índice Reuters-Jefferies CRB, formado por 19 matérias-primas, inclusive não-agrícolas – o petróleo entre elas -, desceu ao menor nível desde dezembro.

Especificamente no caso dos grãos, transacionados em Chicago e com maior liquidez entre as agrícolas, as previsões de clima favorável às lavouras dos EUA também não ajudaram a conter a sangria, o que reduz os temores inflacionários globais mas prejudica países exportadores de alimentos como os próprios EUA e o Brasil.

Entre os contratos de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) dos principais grãos, os que mais caíram ontem em Chicago foram os do trigo, que também refletem a volta da Rússia ao mercado exportador após a severa estiagem que derrubou a produção do país em meados do ano passado. Os papéis do cereal para dezembro fecharam a US$ 6,9475 por bushel (medida equivalente a 27,2 quilos), em baixa de 28,25 centavos (3,91%).

No caso do milho, a segunda posição (dezembro) recuou 17 centavos de dólar (2,42%), para US$ 6,86 por bushel (25,2 quilos), enquanto no da soja a desvalorização dos contratos para setembro foi de 23,50 centavos (1,77%), para US$ 13,0450 por bushel (27,2 quilos).

Dos três produtos, o único que continua a apresentar valorizações acumuladas em 2011 e nos últimos 12 meses é o milho – 7,78% e 63,33%, respectivamente. A soja ainda ganha no ano-móvel, mas registra perdas desde janeiro, enquanto o trigo já cai em ambas as comparações.

Do ponto de vista da demanda, os analistas ainda tentam medir os efeitos das crises no mundo desenvolvido sobre o emergente; do lado da oferta, as atenções já se voltam para possíveis novos problemas provocados pelo fenômeno La Niña a partir do fim do ano. (Com Dow Jones Newswires e Reuters)

Fonte: Valor Econômico
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