Cuidados com o transporte e armazenagem podem evitar a diminuição da qualidade das sementes

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A Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat) realizou na manhã desta terça-feira (22/09), o Workshop Qualidade de Sementes – Transporte & Armazenagem de Sementes, na cidade de Cuiabá. O evento teve o objetivo de capacitar produtores rurais, revendedores, engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas quanto aos cuidados necessários para manter a qualidade de sementes de soja no transporte, armazenamento, manuseio e plantio.
O workshop foi ministrado pelo pesquisador da Embrapa Soja de Londrina, Ademir Assis Henning. A capacitação aconteceu no auditório do Edifício Clóvis Vettorato. Segundo o palestrante a semente é ser vivo e deve ser transportado e mantido em condições especiais. “O grande problema que o produtor as vezes esquece a que semente é um ser vivo, sensível e que foi produzido com todo cuidado. Produzir semente no campo é uma arte, depois o beneficiamento e bom armazenamento condições de temperatura e umidade apropriadas. Muitas vezes o agricultor na ânsia de ter disponível uma certa cultivar, acaba se antecipando e vai retirar esse material da sementeira que acaba levando para sua fazenda certamente não tem as mesmas condições de armazenagem. Em situações de ausência de chuvas, o produto acaba embaixo de lona, em galpões de zinco, temperatura de até 40 graus. Neste caso a semente fica com vigor e geminação vão a quase zero”, explicou Henning.
Para se conservar o poder germinativo e o vigor das sementes é necessário mantê-las em ambiente seco e frio; quanto mais seco e mais frio, dentro de certos limites, maiores as possibilidades de se prolongar a conservação das sementes. No ambiente, a umidade presente no ar pode ser suficiente para provocar o reinício das atividades do embrião, se o oxigênio e a temperatura forem suficientes; a respiração das sementes, aliada à de micro-organismos e de insetos provoca o aquecimento, que pode chegar ao ponto de reduzir drasticamente a viabilidade das sementes.
Ainda segundo o pesquisador, o equilíbrio higroscópio entre a umidade do ar e a umidade da semente permite estimar a possibilidade de boa conservação, desde que se evite a ocorrência de pontos de acumulação de umidade no interior do depósito. Generalizando, quando as sementes estão em equilíbrio com a umidade relativa inferior a 65%, há boas condições para a conservação.
O transporte rodoviário por longas distâncias pode resultar em reduções de vigor e de viabilidade, devido aos aumentos nos índices de deterioração por umidade e de danos mecânicos à semente. Durante o transporte deve-se evitar que a semente seja transportada no mesmo compartimento de carga que contenha substâncias químicas prejudiciais à sua qualidade, como por exemplo, alguns herbicidas. Caso a semente seja transportada em caminhões graneleiros, é importante que elas sejam protegidas por lonas impermeáveis de cor clara e, se possível, que essas lonas tenham algum tipo de isolante térmico.
Armazenar as sementes em galpão bem ventilado, sobre estrados de madeira, não empilhar as sacas de sementes contra as paredes do deposito, não armazenar sementes juntamente com adubo, calcário ou agroquímicos, o ambiente de armazenagem deve estar livre de fungos e roedores, dentro do armazém a temperatura não deve ultrapassar 25ºC e a umidade relativa não deve ultrapassar 70%. Se as condições não sejam possíveis na propriedade, indica-se que o agricultor somente retire a semente do armazém do seu fornecedor o mais próximo possível da época de semeadura.
Outro fator que pode prejudicar a semente é o uso de implementos como plantadeiras antigas e mal reguladas que pode ocasionar dano mecânico na semente.
Para o presidente da Aprosmat, Carlos Ernesto Augustin, no ano passado em virtude do atraso das chuvas o ocasionou que as sementes ficassem mais tempo na mão do produtor. “Houve casos que a semeadura sofreu atrasos e com isso o insumo foi armazenado de forma indevida, assim ocasionou a diminuição do vigor e germinação. A Aprosmat vai iniciar uma campanha de conscientização com os profissionais que atuam na logística de entrega, armazenagem, manuseio e semeadura. Para que sejam aplicados os cuidados com as sementes”, esclareceu Augustin.

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