Começa a colheita em MT

Por mais um ano, sojicultores da região oeste de Mato Grosso deram a largada da colheita da nova safra brasileira da soja, a temporada 2011/12. Até ontem, pelo menos cinco grandes fazendas da localidade tinham iniciado os trabalhos sobre as lavouras de ciclo de 95 dias, semeadas com variedades conhecidas como precoces. A partir de agora, sai a soja e vem o algodão. Os ‘apressadinhos’ têm parte da propriedade dividida entre soja precoce e tardia com o objetivo de fazer duas boas safras em um mesmo ciclo.

Em Mato Grosso, maior produtor de soja, algodão e milho segunda safra do Brasil, é possível antecipar o plantio da soja e assim, ao colher os grãos, a mesma área recebe a segunda safra de algodão agora ou de milho a partir de meados deste mês.

De acordo com informações repassadas pelo presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), Carlos Fávaro, houve coleta do grão ainda na semana passada e outras propriedades já dessecaram (processo de aceleração da maturação) as plantas e esperam apenas a abertura do céu para dar início à colheita. “Até sexta-feira muita gente que pretende plantar algodão segunda safra, vai estar com o maquinário no campo”.

No médio norte do Estado, onde Fávaro planta, o início da colheita é aguardado para hoje. A região também tem a vocação para o plantio precoce, porém, foca-se mais no milho segunda safra, cultura em que Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao norte de Cuiabá) lidera a produção. Como explica Fávaro, o clima fechou nos últimos dias (finalzinho de 2011 e começo de 2012), o que fez com que os produtores adiassem a coleta do grão. “Com as chuvas recentes, foi preciso em algumas fazendas adiar a dessecação das plantas, em outras com a dessecação pronta, foi preciso esperar o céu limpo chegar para entrar com o maquinário. É uma questão de solução rápida driblar as chuvas para colher a soja precoce”.

Questionado se as chuvas em abundância representam algum tipo de perigo à qualidade do grão, Fávaro explica que até o momento, não. “As lavouras que estão prontas para colher são poucas e com o as modernas máquinas que temos, basta um dia de sol para se colher bem”. Ele destaca ainda, que a maior parte das lavouras mato-grossenses está no estágio de início de enchimento de grão, etapa extremamente importante para o bom rendimento da produção e que requer bastante chuva. “Haverá perigo se no final de janeiro as chuvas impedirem por dias a colheita de lavouras já dessecadas”, aponta.

O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e produtor em Sapezal (470 quilômetros ao noroeste de Cuiabá), José Guarino Fernandes, conta que as chuvas na sua região se regularizaram do dia 10 de dezembro em diante e não indicam nenhuma ameaça até o momento. “Ontem, foram 25 milímetros de precipitações. Entramos o mês de dezembro com o menor volume hídrico desde 1989, quando comecei a fazer este monitoramento. Mas o mês se recuperou e fechamos o ano dentro da média de 800 milímetros”.

MOMENTO – Mesmo sem registros de casos de ferrugens nas lavouras mato-grossenses, Fávaro e Guarino fazem o alerta: com clima típico de verão – úmido e quente – e com lavouras em estágio avançado de desenvolvimento, o período se torna propício para o surgimento e disseminação do fungo causador da ferrugem asiática, doença que compromete a produtividade das plantas e traz sérias perdas econômicas ao produtor, visto que demanda mais fungicidas do que o habitual – quando se faz a prevenção ao fungo – e se colhe menos.

A SAFRA – Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o Estado deverá colher 22,16 milhões de toneladas, 7,8% acima do registrado em 2010/11 em uma área de 6,9 milhões de hectares, 8,9% acima dos 6,41 milhões do ciclo anterior.

fonte: Diário de Cuiabá

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