“Conectividade não é opção, e sim necessidade para tornar a agricultura mais competitiva,” diz deputado Zé Silva

Para permitir a aplicação de recursos na área de telefonia móvel rural tramita no senado o PL 172/2020

Máquinas modernas, informações essenciais para tomada de decisão do produtor, maior eficiência e menor custo de produção são elementos que fazem parte da automação na produção de alimentos. A conectividade como insumo básico para a agricultura moderna no país foi o tema da live, dessa terça-feira (14), do Conexão Brasília.

Por meio de vídeo conferencia, o especialista Sérgio Gonçalves Dutra, assessor de projetos do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt), explicou como cresceu a agropecuária brasileira e o avanço da conectividade no campo. “Agricultura tropical está cada vez mais competitiva, com as informações em tempo real vamos ter condições de potencializar o que temos de recursos naturais.”

A agricultura digital (Agricultura 4.0) reúne instrumentos com a função de coletar e analisar dados sobre o clima, solo, lavouras e equipamentos. Mateus Barros, líder do Negócio de Agricultura Digital da Bayer para a América Latina (Conectaragro) diz que as novas tecnologias estão transformando a produção no campo, mas não é a realidade em grande parte das propriedades rurais no país.

“O nosso campo é muito fértil e temos o desafio de produzir de maneira mais eficiente e sustentável. O mercado consumidor está cada vez mais exigente. Com o Conectaragro o produtor tem à disposição, por exemplo, tecnologias que auxiliam tanto nos aspectos operacionais quanto nas decisões estratégicas do negócio,” disse.

Dados do último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2018, revelam que 72% (cerca de 5,07 milhões) das propriedades rurais se encontram sem conectividade, na qual 50% das propriedades estão na Região Nordeste e 91% tem até 100 hectares. “Enxergando o diálogo do agro, temos uma camada de produção e pessoas que precisam estar conectadas. Com as telecomunicações será uma forma de levar mais conhecimento ao produtor e crescer a produção de alimentos,” afirma Daniela Martins, gerente de Relações Institucionais e Governamentais do SindiTelebrasil.

Conectividade no Campo – para permitir a aplicação de recursos na área de telefonia móvel no campo tramita no senado o PL 172/2020. Relator da medida aprovada na Câmara dos Deputados (PL 1481/07), o deputado Vinicius Poit (Novo-SP) ressaltou que o recurso do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) – cerca de R$ 21,8 bilhões acumulados – deve estimular “os serviços de telecomunicações para reduzir desigualdades regionais e o desenvolvimento de novas tecnologias de conectividade rural.”

Zé Silva (SD-MG), autor do PL na Câmara, disse que o processo de modernização das propriedades rurais não é mais uma opção, e sim uma necessidade para tornar a agricultura brasileira mais competitiva. “Seguramente, quem ganha é o Brasil: é o grande, médio e pequeno agricultor de cada grotão desse país. Estamos trabalhando o texto no Senado para a modernidade da internet das coisas, cobertura 5G, chegue no campo.”

CEO da Datora Telecom e presidente do conselho da Telcomp, Tomas Fuchs, enfatizou que para chegar à conectividade em todas as propriedades rurais no país é necessário a parceria do Agro com as grandes operadoras de telecomunicações. “Precisamos de empresas que vão iluminar as fazendas na parte de telefonia móvel e as aplicações: não adianta ter a internet 5g e não ter soluções para o campo.”

Segundo estudo encomendado pelo BNDES, o ganho econômico estimado para o campo brasileiro com a adoção da Internet das Coisas (IoT) será de US$ 21 Bilhões em 2025, além de melhorias socioambientais.

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