Venda de máquinas deve acompanhar crescimento da produção agrícola em MT

Nos próximos cinco anos a área de soja em Mato Grosso deve crescer em torno de 2,5% ao ano, tendo em vista o aproveitamento da cultura em áreas de pastagens. Para atender a demanda, os produtores também precisarão investir em tecnologia e isso implica na aquisição de novas máquinas agrícolas (tratores e colheitadeiras). Neste período, o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), vinculado ao Sistema Famato, estima que serão necessários 3.169 tratores e 2.288 colheitadeiras comercializados anualmente no Estado para renovar 100% do parque de máquinas.

Os dados fazem parte do levantamento divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Imea que apontou a atual situação do “parque de máquinas” de Mato Grosso. O estudo foi encomendado pelo Sistema Famato com o objetivo de verificar a quantidade real de máquinas usadas nas lavouras mato-grossenses e a projeção para os próximos cinco anos.

O superintendente do Imea, Otavio Celidonio, afirma que existe muita pastagem que pode ser convertida para produção agrícola. Mas, para que isso aconteça, as instituições financeiras terão que disponibilizar novas linhas de crédito e as indústrias de máquinas precisarão se preparar para atender a demanda do setor produtivo. “É fundamental a renovação do parque de máquinas de Mato Grosso, pois as máquinas antigas geram custos altos e provocam perdas de produtividade. Então, o produtor precisa de novas máquinas para evitar perdas e maximizar os lucros”, explica Celidonio.

Segundo o diretor executivo do Sistema Famato, Seneri Paludo, outro desafio será trazer as indústrias de tratores e colheitadeiras para Mato Grosso. “A gente tem que trabalhar essa estratégia juntamente com o governo estadual para trazer cada vez mais essas empresas. Isso vai favorecer redução de preços para o produtor investir e vai gerar divisas de capital no estado”.

O estudo concluiu também que a comercialização de máquinas agrícolas acompanhou o crescimento anual da área de plantio em 2004. Naquele ano, com a crise que atingiu a agricultura em função da queda brusca dos preços no mercado, a correlação entre vendas de máquinas e preço médio da soja caiu consideravelmente. Isso significa que até 2004 a área de soja crescia em função dos preços da commodity e, consequentemente, havia necessidade de aumentar o parque de máquinas para atender a produção que crescia em larga escala. Após esse período, em função da falta de liquidez, o investimento em máquinas em Mato Grosso diminuiu.

De 1995 até 2003 as vendas de tratores e colheitadeiras cresceram 686% e 432% respectivamente. De 2004 a 2009 o resultado foi o oposto. Neste período a comercialização de tratores reduziu 46% e a venda de colheitadeiras caiu 41%. Esses resultados, segundo o Imea, também consideram a entrada de maquinário de outros estados – o que representa 10% do total que foi oficialmente vendido em Mato Grosso.

Confira as palestras proferidas na 10ª Conferência da Sociedade Internacional de Ciências em Sementes

         Entre 10 e 15 de abri de 2011 foi realizado a 10ª Conferência da Sociedade Internacional de Ciências em Sementes, em Salvador (Costa do Sauípe – Bahia). O evento foi promovido pela Sociedade Internacional de Ciências em Sementes (International Society for Seed Science), em parceria com a Universidade Federal da Bahia.

         A 10ª Conferencia da ISSS foi um espaço para a congregação de estudantes e profissionais acadêmicos da indústria de sementes, propondo-se a debater sobre o futuro global das ciências em sementes no cenário agrícola e no da biodiversidade vegetal, tendo como tema principal “Ciências em Sementes no Século XXI”.

         O Comitê Organizador local, juntamente com o Comitê Científico, organizaram uma programação estimulante com temas suficientemente amplos para proporcionar apresentações instrutivas e interessantes de interesse para todos os cientistas e comunidade sementeira. Os temas incluíram desenvolvimento e maturação, dormência e germinação, tolerância a estresses, biodiversidade e conservação de germoplasma, e biotecnologia, assim como aspectos envolvendo ecologia, fisiologia e biologia molecular. Outro tema previsto envolve os usos industriais das sementes.

         Confira abaixo as palestras do evento:

THE USE OF GERMINATED ORTHODOX SEEDS IN STUDIES ON DESICCATION SENSITIVITY

KNOWLEDGE BASED RESEARCH TOWARDS ACCURATE AND RAPID TESTING OF SEED QUALITY IN WINTER RAPE

SEED BANK PERSISTENCE IN THE FUTURE – MECHANISTIC IMPACTS OF CLIMATE CHANGE – MARK OOI

POLICY ISSUES THAT SEED RESEARCHERS HAVE TO DEAL WITH SPECIAL REFERENCE TO THE BREEDING BUSINESS REPORT – NIELS LOUWAARS

MODIFYING EXPRESSION OF THIOREDOXIN IN CEREALS LEADS TO IMPROVING RESISTANCE TO PRE-HARVEST SPROUTING AND OTHER GRAIN PROPERTIES -Peggy G. Lemaux

EVALUATION OF SEED QUALITY. FROM PHYSIOLOGY TO INTERNATIONAL STANDARDIZATION – Stan Matthews

FROM HIGH-TROUGHPUT PHENOTYPING TO OMICS DATA-ANALYSIS AND BACK – WILCO LIGTERINK

DESICCANT BEADS FOR EFFICIENT SEED DRYING AND STORAGE

PHYSIOLOGICAL, BIOCHEMICAL AND MOLECULAR MARKERS OF SEED QUALITY

SEEDS, RECOMBINANT DNA AND BIODIVERSITY

THE INTERFACE OF SEED TREATMENT AND COATING TECHNOLOGIES WITH SEED BIOLOGY – ALAN TAYLOR

Aprosmat recebe visita de pesquisadores do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

Os pesquisadores vieram ao Brasil a convite do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA-mt) para conhecer o sistema produtivo do Brasil e viabilizar futuras parcerias para desenvolver pesquisas sobre nematóides

A Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso recebeu visita dois técnicos do Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os nematologistas Patrícia Timper e Richard Davis conheceram a estrutura e o trabalho da Aprosmat na análise de nematóides e os serviços oferecidos pelo Laboratório de Nematologia da entidade. Os pesquisadores norte-americanos desenvolvem suas pesquisas sobre nematóides na Universidade da Geórgia (EUA), na cidade Tifton. Os pesquisadores vieram ao Brasil a convite do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA-mt) para conhecer o sistema produtivo do Brasil e viabilizar futuras parcerias para desenvolver pesquisas sobre nematóides. Na oportunidade os visitantes vão propriedades rurais nos municípios de Campo Verde, Pedra Preta, Rondonópolis e Primavera do Leste.

De acordo com a nematologista do USDA, Patrícia Timper, causou boa impressão. “Nós ficamos impressionados pela organização e pela capacidade do laboratório em diagnosticar amostras. Nos Estados Unidos contamos laboratórios com menor capacidade de análises e enfrentamos semelhantes com nematóides nas culturas de soja, algodão e amendoim. Nosso objetivo é desenvolver estratégias integradas para o gerenciamento de fitonematóides em culturas agronômicas e forragem que reduzir os insumos caros e perturbadores do ambiente mantendo a produção rentável”, explicou Timper.

Para a gerente técnica de Nematologia da Aprosmat, Neucimara Ribeiro, foi muito importante para entidade receber a visita dos pesquisadores. “Para nós do Laboratório de Nematologia é um grande incentivo, ter nosso trabalho reconhecido por pesquisadores de outros países. Na visita eles conheceram toda nossa rotina e metodologia de trabalho e também nossos ensaios. Eles também ficaram impressionados com o levantamento que a Aprosmat, por meio do Laboratório de Nematologia realizou sobre o nível de infestação de tipo e raças de nematóides em Mato Grosso”, finalizou Ribeiro. Também integraram a comitiva o nematologista, Rafael Galbieri e os melhoristas Jean Belot e Patrícia Vilela, todos do corpo técnico do IMA-mt.

Assessoria de Imprensa Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso
Pauta Pronta Assessoria de Imprensa e Agência de Conteúdo
Cairo Lustoza

Freio à invasão estrangeira

Os governos de Brasil, Argentina e Uruguai começam a propor leis para por fim a compra de terras por estrangeiros

Os governos de Brasil, Argentina e Uruguai começam a propor leis para pôr fim à avidez estrangeira por suas cobiçadas e extensas terras aptas para a produção de alimentos. No geral, estas medidas são tímidas. Nenhum dos três sócios do Mercosul, juntamente com o Paraguai, propõe uma rejeição à aquisição de terras por parte de capitais privados e estatais estrangeiros, não fixam regulamentações sobre uso do solo, nem revisam o que já foi vendido. Na verdade, procuram pôr limites ao avanço sobre estas propriedades agropecuárias por parte de países que as cobiçam para facilitar o abastecimento de seus próprios mercados de alimentos ou como instrumento de investimento especulativo.

O Brasil já limita a compra de terras por estrangeiros e empresas brasileiras com capital estrangeiro, enquanto na Argentina e no Uruguai estão em estudo projetos que seguem na mesma direção. Em todos os casos, o alerta foi dado pela crescente compra de terras registradas nestes países nos últimos anos devido ao aumento dos preços internacionais dos alimentos e da falta de alternativas de investimento financeiro.

Um estudo apresentado em 2008 pela organização não governamental internacional Grain, que trabalha a favor de camponeses e pequenos produtores Rurais, já havia alertado para este processo e mostrado casos concretos. China, Egito, Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Índia, Bahrein, Kuwait, Omã, Catar e Emirados Árabes Unidos estão adquirindo ou arrendando terras férteis em outros países onde nem sempre os alimentos abundam, afirma a ONG.

A investigação mostra que o Camboja, que recebe ajuda do Programa Alimentar Mundial (PAM), arrenda campos de arroz no Catar e no Kuwait, enquanto Uganda cede campos de trigo e milho para o Egito, e às Filipinas chegam interessados da Arábia e dos Emirados. Este avanço não só procura garantir o fornecimento de alimentos. Também há compras de terras com fins especulativos por parte de bancos e financeiras no Brasil, Paraguai, Senegal, na Ucrânia, Nigéria e Rússia, afirma o documento.

Em entrevista à Inter Press Service (IPS), o dirigente do Rurais=”Rurais” sem=”Sem” terra=”Terra”>Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), José Pedro Stédile, disse que no Brasil foi percebida esta presença cada vez mais importante de capitais especulativos no setor. Compraram terras, usinas de álcool e represas, entre outros investimentos, afirmou. “O MST está preocupado porque isto coloca em risco a soberania e causa mais insegurança alimentar”, alertou. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou que há cerca de 4,5 milhões de hectares em mãos de estrangeiros, mas o governo admite que isto não reflete a realidade e que pode ser mais que o dobro.

Stédile aplaude a norma aprovada em setembro de 2010, que limita a compra ou o arrendamento de áreas acima de um tamanho mínimo a estrangeiros e fixa em 25% o limite da superfície de um mesmo município que podem adquirir. “A prioridade do uso da terra deve ser produzir alimentos para nosso povo e as empresas estrangeiras compram terras para especular, para proteger seus patrimônios, e plantam o que lhes dá mais lucro”, assegurou.

Na Argentina, o governo federal enviou ao parlamento, em abril, um projeto de lei fixando em 20% o limite para titularidade de estrangeiros em território nacional e não lhes permite comprar mais do que mil hectares em áreas produtivas. No entanto, não limita, como no Brasil, a participação de estrangeiros em fundos de investimento, nem tampouco revisa o que já está vendido.

As autoridades argentinas estimam que haja sete milhões de hectares em mãos estrangeiras, mas a Auditoria Geral da Nação fixou em 17 milhões essa propriedade, o que representa 10% do território ou mais da metade da área plantada. Apenas o magnata italiano Luciano Benetton possui quase um milhão de hectares de terras na região da Patagônia.

A iniciativa governamental reivindica a terra como recurso natural não renovável e baseia-se em uma análise do contexto global no qual se destaca o constante aumento da população mundial e a crescente deterioração das terras cultiváveis. A Federação Agrária Argentina (FAA), que reúne produtores em pequena escala, pedia uma norma desse tipo desde 2002, e por isso comemorou o projeto. No entanto, alerta que também é preciso uma lei de arrendamentos.

Nessa lei deveriam ser estabelecidos critérios sobre o que se produz em terras arrendadas. A objeção aponta, por exemplo, para uma polêmica surgida em Rio Negro, província da Patagônia. O governo rionegrense assinou convênio de cooperação com um grupo de empresas chinesas para arrendar 240 mil hectares destinados à produção de soja nos próximos 50 anos, com opção de renovação automática do contrato.

O engenheiro agrônomo argentino Walter Pengue, do Grupo de Ecologia da Paisagem e do Meio Ambiente (Gepama), da estatal Universidade de Buenos Aires (UBA), disse à IPS que se a iniciativa não revisar o que já foi vendido nem regular o uso do solo terá sérias limitações. “O projeto é ótimo, mas me preocupa porque no mundo acadêmico internacional se discute a disponibilidade da terra, e para 2020 se prevê que haverá cerca de 15 países com terras produtivas, entre eles a Argentina”, afirmou. Pengue questiona o acordo do governo de Rio Negro. “Não vendem a terra, mas a arrendam e ali se produz o que o locatário deseja, então, a pegada ecológica de outros países fica para sempre em nosso território”, ressaltou.

No Uruguai, a tentativa do governo de Tabaré Vázquez (2005-2010) de aprovar uma lei que limite a estrangeirização não foi possível de se concretizar, mas a Frente Ampla espera concretizá-la este ano, graças à maioria absoluta que tem no parlamento em seu segundo governo, agora encabeçado por José Mujica. O censo de 2000 indicou que 17% da terra desse país estava em mãos de capitais externos, disse à IPS o geógrafo Marcel Ashkar, da Faculdade de Ciências. Porém, hoje se estima que já cobre entre 20% e 30% das terras aptas para a Agricultura.

O Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca informou que, entre 2000 e 2009, foram comercializados mais de seis milhões de hectares e que mais da metade foi adquirida por estrangeiros, principalmente brasileiros e argentinos. O peso da soja, do arroz e do reflorestamento em grande escala atrai capital, além dos de seus dois vizinhos, também da Espanha, Finlândia e do Chile, que aumentam suas posses no Uruguai de mãos dadas com grandes complexos industriais de produção de celulose.

fonte: Agrosoft

Exportação de soja bate recorde histórico no Porto de Paranaguá

A exportação de soja pelo porto de Paranaguá atingiu a marca de um milhão de toneladas no mês de abril

Desde 2004 o porto não registrava este volume de embarques do produto em um único mês. No comparativo com abril do ano passado, houve um aumento de 12% nas movimentações do produto.

Considerando o volume total de mercadorias, o Porto fechou o quadrimestre com aumento de 10% na movimentação geral. Considerando apenas os granéis (soja, milho, farelo de soja, trigo e açúcar), foram movimentados, até abril, 5,2 milhões de toneladas. O volume foi levemente inferior ao mesmo período do ano passado – quando foram movimentadas 5,3 milhões de toneladas de granéis – em razão da grande incidência de chuvas nos meses de fevereiro e março.

A expectativa da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina é de que a movimentação de granéis pelos portos paranaenses este ano seja entre 10% e 15% superior a registrada em 2010. No primeiro quadrimestre, considerando os produtos isoladamente, o trigo registrou aumento nas exportações em 13%. As exportações de milho foram 16% maiores no primeiro quadrimestre e o açúcar, 37% superior.

Do total da carga de granéis que chegam ao Porto, cerca de 70% vem de caminhão. A estrutura do Porto de Paranaguá é preparada para receber grandes volumes de caminhões no período de safra. No entanto, uma série de fatores este ano acabou contribuindo para a formação de filas. As chuvas em fevereiro e março atrasaram os embarques e o porto ainda está atendendo contratos relativos ao mês de março.

Paralelamente a isso, um dos terminais privados do Corredor de Exportação – com capacidade para 100 mil toneladas – está fechado por problemas alfandegários junto à Receita Federal. Com isso, a capacidade estática de armazenagem do Porto está prejudicada, contribuindo para formação de filas.

Receita – A receita cambial das exportações pelos portos de Paranaguá e Antonina, no primeiro quadrimestre deste ano, apresentou aumento de 13% em relação ao ano passado. As exportações somaram US$ 1,47 bilhão. Em 2010, no mesmo período, foi de US$ 1,3 bilhão.

O maior destaque foi a receita gerada pela exportação da soja: US$ 467,9 milhões. As exportações de congelados somaram receita de US$ 289,8 milhões e as de farelo de soja, US$ 265,5 milhões.

Importações – A receita gerada pelas importações pelos portos paranaenses também apresentaram alta no primeiro quadrimestre de 2011. O dólar baixo tem incentivado operações deste tipo e foi registrado mais de 100% de aumento na receita, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Até abril, foram US$ 1,28 bilhão, contra US$ 687,5 milhões no mesmo período do ano anterior.

Atraso da safra segura navios em Paranaguá

Baixa disponibilidade de açúcar para exportação deixa navios parados no porto à espera de produto para embarcar e aumenta congestionamento em Paranaguá

Com a entrada da safra 2011/12 de cana a passos lentos, o congestionamento de navios aumenta na Baía de Paranaguá. A baixa disponibilidade de açúcar para exportação faz crescer a fila de embarcações no porto, que ainda escoa a produção de grãos de verão. De acordo com a Appa, entidade que administra os portos paranaenses, 30 navios estão atracadas ou à espera de carregamento. Desse total, 23 levarão soja e milho para outros países e sete deixarão o porto com açúcar. Como a colheita de grãos está na reta final, contudo, a tendência é que esse quadro se inverta nos próximos meses.

Até ontem, seis navios estavam ao largo aguardando autorização para atracar, enquanto somente um era carregado com açúcar. Nessa mesma época do ano passado, havia dois navios ao largo e somente um em processo de carregamento.

O cenário não é novidade ao setor, que responsabiliza o governo pelo problema. “Os investimentos em infraestrutura não acompanharam o aumento da participação do açúcar brasileiro no mercado mundial. Por isso, as filas já são rotina todos os anos”, explica José Adriano Dias, superintendente da Associação dos Produtores de Bioenergia do Paraná (Alcopar). Ele afirma que apesar de o país ser dono de mais da metade da comercialização global de açúcar, o ritmo de expansão do setor sucroalcooleiro ainda é lento. “A cana praticamente não cresce no Brasil. Nesta safra, a moagem vai crescer muito pouco em relação ao ciclo anterior”, diz.

O último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira, aponta processamento de 641,9 milhões de toneladas de cana nesta temporada, contra 623,9 milhões no ciclo 2010/11 (+2,9%). Quarto colocado no ranking nacional, o Paraná responde por 46,9 milhões de toneladas, estima a estatal.

Embora o volume produzido ainda seja considerado baixo pelo setor, o Brasil tem conseguido suprir o consumo mundial de açúcar. Somente por Paranaguá, um dos principais corredores de exportação do país, devem sair neste ano 3,2 milhões de toneladas do produto, contra 3 milhões no ano passado. Segundo a Appa, de janeiro a abril de 2011, foram exportados 736 mil toneladas do alimento pelo porto, 27% mais que no primeiro quadrimestre de 2010.

Mas essa diferença poderia ser ainda maior. O excesso de chuva no começo de 2011 comprometeu as atividades nas usinas de cana. Das 30 unidades instaladas no Paraná, 26 estão em operação, revela Dias. Em maio de 2010 o número de indústrias em funcionamento era de 28. Com isso, a moagem da matéria-prima também tem sido mais lenta se comparada ao ano passado. Até 1.º de maio, as usinas processaram 3,5 milhões de toneladas de cana, 30% menos que em 2010, quando o volume ultrapassava 5 milhões de toneladas, de acordo com a Alcopar.

O superintendente da associação relata ainda que, devido ao atraso na moagem, o açúcar exportado por Paranaguá até agora é remanescente da safra passada. “Acredito que o produto novo começará a chegar ao porto ainda neste mês se o clima continuar colaborando”, prevê.

fonte: Gazeta do Povo

Adiamento da votação do novo Código Florestal frustra lideranças agropecuárias

Assuero Veronez, presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente, acompanhou reunião para decidir votação do Código Florestal

O adiamento da votação da proposta de atualização do Código Florestal frustrou lideranças do setor agropecuário que acompanharam toda discussão em torno do texto do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que se estendeu até o início da madrugada. Durante a sessão, cada discurso favorável à votação da matéria era recebido com aplausos das pessoas presentes à galeria do Plenário da Câmara. No entanto, a decisão de deixar a análise do relatório para a próxima terça-feira causou indignação nos representantes do setor rural. “Isso nos leva a ter vergonha do que está acontecendo, diante da interferência do Poder Executivo no Congresso Nacional de uma forma autoritária e desleal, depois da própria base do governo concordar em votar. Esperávamos que os produtores pudessem estar hoje comemorando mais uma etapa superada”, disse o presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Assuero Doca Veronez.

Contudo, ressalta Veronez, o setor não se dá por vencido e estará preparado para mais uma semana de negociações. As discussões sobre o novo Código Florestal no Plenário da Casa devem ser retomadas na próxima terça-feira. “Para quem está há tanto tempo nesta caminhada para mudar esta lei que castiga os agricultores brasileiros, estamos dispostos a enfrentar o tempo necessário. Não vamos desanimar porque vencer esta batalha representa muito para a sociedade”, enfatizou. O vice-presidente da CNA, deputado federal Homero Pereira (PR-MT), também lamentou a manobra da base governista na Câmara para adiar a votação. “É uma loucura, depois de ficarmos o dia inteiro discutindo” afirmou. Durante as negociações, o a base do governo incluiu duas alterações no relatório apresentado por Aldo Rebelo.

Em uma delas, ficou decidido que as culturas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente (APPs) em margens de rios seriam definidas por decreto presidencial após a sanção da lei, com base nos conceitos de utilidade pública, interesse social e baixo impacto ambiental. O vice-presidente da CNA, deputado federal Homero Pereira (PR-MT), discordou deste tópico e defendeu que a consolidação seja regulamentada por lei.

Outro ajuste feito mantém a isenção da recomposição das áreas de reserva legal nas propriedades rurais de até quatro módulos fiscais, mas excluiu o dispositivo que previa que as propriedades maiores pudessem subtrair estes quatro módulos para fins de recomposição. Durante a sessão, o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) chegou a apresentar uma emenda substitutiva global ao texto do relator, conforme acordo fechado horas antes da votação, mas a base governista mudou o discurso e obstruiu a sessão e o presidente da câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), encerrou os debates alegando falta de quórum.

fonte: CNA

Presidente e secretária executiva da Aprosmat visitam a sede do IMAmt

O presidente da Associação dos Produtores de Sementes (Aprosmat), Pierre Patriat, e a secretária executiva, Andréia Santos, visitaram no último dia 5 de maio, a sede do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA), em Primavera do Leste (240 km de Cuiabá). Também fizeram tarde da visita uma equipe de seis técnicos da Circulo Verde, de Luis Eduardo Magalhães, no oeste baiano. Essa empresa, uma das principais consultorias agronômica daquele Estado, tem como foco principal a cultura do algodão.

Os visitantes conheceram a estrutura de trabalho do IMA, entidade da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa). Além da estrutura, os técnicos verificaram as várias linhas de pesquisas realizadas sobre soja, sorgo, algumas espécies, forrageiras, algodão pelos técnicos de Mato Grosso.
De acordo com o diretor executivo do IMA, Álvaro Salles, o instituto tem especial interesse em mostrar os trabalhos executados justamente porque variedades desenvolvidas para a cotonicultura mato-grossense estão sendo usadas por produtores da Bahia. “É um importante estado produtor de algodão e esperamos contribuir em outras áreas”, disse Álvaro Salles.

Ele assinala ainda que um pesquisados do IMA está lotado na Bahia, e que a entidade estuda a possibilidade de instalar uma base de trabalho para dá suporte as pesquisas feitas em vários municípios baianos produtores de algodão.

Um pioneiro no ensino e na pesquisa em tecnologia de sementes no Brasil

Francisco Ferraz de Toledo

Francisco Ferraz de Toledo formou-se na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) em 1954 e foi professor do antigo Departamento de Agricultura da ESALQ no período de 1955 a 1985, tendo se aposentado como Professor Titular. No início de sua carreira deu aulas práticas de campo nas culturas de café, arroz, milho, feijão e algodão. Entretanto, a sua grande contribuição na Agricultura surgiu a partir de 1958, quando constatou que a Tecnologia de Sementes era ignorada no ensino, na pesquisa e na prestação de serviços à comunidade em todas as Universidades existentes no país.

A partir daí, começou a estudar o assunto e em 1960 foi contemplado com uma bolsa de estudos nos Estados Unidos para um programa de especialização em Tecnologia de Sementes, incluindo cursos, visitas a diversas empresas produtoras, usinas de beneficiamento e laboratórios de análise. Após o seu retorno ao Brasil, teve uma atitude pioneira ao introduzir na ESALQ, em 1963, pela primeira vez no Brasil, a disciplina optativa “Produção e Tecnologia de Sementes” no Curso de Graduação em Agronomia. Foi pioneiro, também, no ensino de Pós-Graduação, ao participar da criação do Curso de Pós-Graduação em Fitotecnia, em 1968, inserindo em seu programa as disciplinas de Produção de Sementes, Beneficiamento de Sementes e Análise de Sementes.

Em 1967, com auxílio da Diretoria da ESALQ, reformou um antigo prédio do Departamento de Agricultura e Horticultura para transformá-lo em Laboratório de Análise de Sementes e Usina de Beneficiamento de Sementes, os quais foram equipados com apoio do Convênio Mississippi State University-USP/ESALQ. No biênio 1972/73 foi responsável pela coordenação de atividades previstas no Convênio Ministério da Agricultura-USP/ESALQ, dentro de um programa intitulado Apoio Governamental para a Implantação do Plano Nacional de Sementes (AGIPLAN), que viria colocar a ESALQ definitivamente como um centro de excelência no ensino e na pesquisa em Tecnologia de Sementes, pois possibilitou acrescentar na infra-estrutura física já existente a construção do Pavilhão de Tecnologia de Sementes e da Unidade de Beneficiamento de Sementes. Entre as cláusulas do referido Convênio havia uma que estabelecia a obrigatoriedade da USP contratar mais dois docentes para atuarem na área de Tecnologia de Sementes, tendo sido, então, contratados o Prof. Julio Marcos Filho em 1974 e o autor desta matéria em 1976.

Pode-se afirmar, sem nenhuma dúvida, que o Prof. Francisco Toledo foi um dos maiores responsáveis pelo avanço da Tecnologia de Sementes no Brasil, pois boa parte dos professores, pesquisadores e demais profissionais que atuaram e que ainda atuam na referida área em várias Universidades, Instituições de Pesquisa e empresas tiveram o privilégio de serem seus alunos. Como se não bastasse a grande contribuição que deu com seu pioneirismo no ensino e na pesquisa em Tecnologia de Sementes, após a sua aposentadoria se dedicou, durante 15 anos, juntamente com outros colegas aposentados, à publicação da Enciclopédia Agrícola Brasileira, que viria mais tarde a ser contemplada com o Prêmio Jaboti de Literatura, um dos mais importantes prêmios literários do país.

Durante sua vida acadêmica, Francisco Toledo publicou 130 trabalhos de pesquisa, traduziu o livro Beneficiamento e Manuseio de Sementes, escrito por professores norte-americanos, em 1975, e publicou juntamente com o Prof. Julio Marcos Filho, em 1977, o primeiro livro brasileiro sobre Tecnologia da Produção de Sementes. Orientou 16 teses de Doutorado, 19 dissertações de Mestrado e 22 trabalhos de iniciação científica. Fez parte de 161 bancas examinadoras de concursos e de defesas de teses e dissertações, tendo participado de diversos Congressos nacionais e internacionais. Foi Chefe do antigo Departamento de Agricultura da ESALQ, Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Fitotecnia da ESALQ em três gestões, além de ter participado de diversas comissões assessoras da Congregação da ESALQ.

Em muitas oportunidades o Prof. Francisco Toledo teve o reconhecimento de sua contribuição como professor e pesquisador, podendo-se destacar o Prêmio “Semente de Ouro”, atribuído em 1985 pela Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes, pelo seu pioneirismo na área de sementes no Brasil e mais recentemente, em 2001, recebeu a medalha do Mérito Científico e Tecnológico do Governo do Estado de São Paulo. Este foi Francisco Ferraz de Toledo, que nos deixou, aos 80 anos, no dia 23 de abril de 2011.

Novo curso de amostradores será realizado em Presidente Prudente

A Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (ABRATES) e a Universidade Federal de Lavras (UFLA), com apoio da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), promovem de 01 a 03 de junho de 2011, o Curso Teórico-Prático de Formação de Amostradores de Sementes, em Presidente Prudente (SP). O curso tem apoio da Associação Nacional dos Produtores de Sementes, do CNPq e do Ministério da Agricultura (MAPA).

O curso aborda os princípios básicos da amostragem, definições e conceitos em amostragem de sementes, saúde e segurança do amostrador, marcação e rotulagem entre outros temas, ministrados pelos professores doutores Édila Vilela de Resende Von Pinho, João Almir de Oliveira, Joel Augusto Muniz, Maria Laene Moreira de Carvalho e Renato Mendes Guimarães.

Com carga horária de 24 horas, as aulas teóricas serão dadas no Bloco de Comunicação, Pscicologia e Direito e as aulas práticas serão no Laboratório de Tecnologia Sucroalcooleira, no Bloco de Agronomia e Veterinária da Unoeste.

A coordenadora do Curso, Dra. Maria Laene Moreira de Carvalho espera que o curso “possa proporcionar aos participantes a capacitação técnica necessária para a realização de amostragem de sementes, conforme as exigências legais do Sistema Brasileiro de Certificação de Sementes”. O curso é reconhecido pela Coordenação de Sementes e Mudas do MAPA, em conformidade à Lei de Sementes.

Apesar de dirigido especialmente para as necessidades dos candidatos que desejam se tornar Amostradores de Sementes Licenciados, o curso se aplica a todos os envolvidos com as boas práticas de amostragem. Confira a programação completa do curso no site do evento.