MT alavanca safra nacional de soja

Com 400 mil hectares a mais de soja do que no ano passado, Mato Grosso consolida sua posição de líder nacional na produção da oleaginosa e impulsiona a co­­lheita brasileira de grãos no ciclo 2011/12. Levantamento realizado pela Expedição Safra Gazeta do Povo mostra que a commodity ocupa 6,7 milhões de hectares e deve alcançar 21,37 milhões de toneladas no estado do Centro-Oeste.

O volume representa quase um terço do total a ser colhido pe­­lo Brasil nesta safra – 74,7 milhões de toneladas. Deve compensar a redução de 100 mil hectares no cultivo da soja verificado no Paraná, que decidiu apostar um pouco mais no milho. Es­­pera-se rendimento de 3.190 quilos por hectare em Mato Grosso.

A valorização das commodities agrícolas e as perspectivas climáticas favoráveis ao desenvolvimento da soja no Centro-Oeste do país contribuíram fortemente para que os produtores mato-grossenses ampliassem o cultivo, explica Robson Mafiolet­ti, analista técnico-econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) que participa da Expedição Safra.

“A área de milho é praticamente insignificante em Mato Grosso. Por isso, os produtores se inclinam com mais facilidade à soja”, complementa. Diferente­men­­te do Sul do país, Mato Grosso não tem previsão de seca relacionada ao fenômeno La Niña. O maior receio do setor é o possível excesso de chuvas du­­ran­­te a colheita e o escoamento da produção. O milho ocupará 70 mil hectares em Mato Grosso, aponta o indicador da Expedição.

Lucratividade

Além da expectativa de boa produção, boa parte dos produtores de Mato Grosso garantiu rentabilidade vendendo parcela significativa da colheita por preços maiores que os atuais. As estimativas locais dão conta de que mais da metade da safra do estado já foi vendida a preços médios superiores em pelo menos R$ 1 por saca sobre 2010/11.

Na capital mundial da soja, o incremento na rentabilidade pode chegar a R$ 5 por saca, segundo Laércio Lenz, presidente do Sindicato Rural de Sorriso. “O pessoal negociou a um valor médio de R$ 38 por saca neste ano, contra R$ 33 nesta época de 2010”, conta.

Não é raro encontrar agricultores que comercializaram quase toda a produção antes do plantio. Esse é o caso de Pierre Patriat, um francês dono de 1,1 mil hectares de terras em Rondonópolis (região Sul do estado) que já com­­prometeu 75% da produção de soja esperada para este ano.

Mesmo estando acima da média estadual, ele considera que o volume vendido deveria ter sido maior. “O meu custo subiu 20% este ano – puxado por fertilizante – e agora estamos vendo a soja perder valor. Nesta época do ano passado já tinha vendido 85%”, afirma ele com sotaque carregado. A expectativa de aumento de produtividade, no entanto, tende a compensar uma possível queda no preço médio de comercialização deste ano. No ciclo 2010/11, Pa­­triat colheu 3,3 mil quilos (55 sa­­cas) por hectare. Neste ano, ele espera retirar da lavoura 3,6 mil quilos (60 sacas), em média.

Fonte: Gazeta do Povo

Alta demanda por cultivares precoces impõe falta pontual

Aprosmat frisa que há sementes no mercado, porém a oferta é restrita

Cultivares com características específicas estão em falta, mas Aprosmat frisa que há outras variedades

Mercado e clima driblaram os sementeiros em 2011. A alta demanda internacional e nacional pelo milho e o início do plantio da soja sem sobressaltos, em Mato Grosso, levaram produtores a aumentarem a preferência por variedades precoces e de melhor qualidade (rendimento). A corrida pelas sementes tirou cultivares da ‘prateleira’ e muitas tiveram esgotada a oferta. No Estado, as sementes de soja mais procuradas foram as de ciclo de 95 dias, opção de quem quer plantar algodão e de 110 dias para quem planejou uma segunda safra com o milho.

Como explica o presidente da Associação dos Produtores de Semente de Mato Grosso (Aprosmat), Pierre Patriat, “em nenhum momento faltou semente. O que houve foram casos pontuais de falta de algumas cultivares. Quem comprou primeiro pôde escolher as melhores. Quem chegou depois teve a oferta restrita”.

Neste ano, peculiarmente, houve um grave desequilíbrio entre a oferta de variedades precoces de soja e a demanda. A safra de semente foi prejudicada pelas fortes chuvas do início do ano que redundaram em uma quebra de 20% na produção. “Do outro lado, tivemos o surgimento mais cedo das primeiras chuvas, o que garantiu o plantio antecipado da safra mato-grossense. No ano passado, a estiagem retardou em mais de um mês o plantio. Agora temos maior procura e menos oferta”.

Questionado sobre o preço ao produtor, Patriat explica que não houve alta por parte dos sementeiros e sim, um ajuste de mercado. “Pouca oferta e muita demanda elevam os preços. É a lei de mercado”. Ele não soube mensurar o incremento sobre a saca das cultivares mais precoces.

Em relação ao milho, o presidente da Aprosmat conta que o Estado não produz quase nada de semente. “A toda uma questão climática que prejudica o desenvolvimento delas e por isso, o mercado local fica dependente das multinacionais e da produção de estados como Goiás, São Paulo, Minas Gerais e até do Paraná”. A procura dessas sementes para a segunda safra aumentou mais de 10%, o que segundo a movimentação, o Estado tem atualmente mais de 90% das sementes que serão necessárias para a nova temporada – que começa em meados de janeiro, na medida em que o produtor começa a colher a soja – garantidas.

O maior indicador do apetite do mercado pelo milho e de que o produtor tomou a decisão de também investir numa segunda safra com o cereal é o volume de venda antecipada. Atualmente, conforme levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), das 8,90 milhões de toneladas projetadas, quase 47% estão comercializadas, ou, cerca de 4,18 milhões isso quase cinco meses antes do início do plantio. A movimentação é tão inédita que nem mesmo o Imea tem dados de anos anteriores que possam servir de referência.

ESTADO – As vendas de sementes de soja, em Mato Grosso, aumentaram cerca de 5% em relação ao observado em igual período do ano passado, refletindo a expansão da área. A safra 11/12, que entra na reta final de plantio, deverá cobrir 6,78 milhões de hectares, ante 6,41 milhões da temporada anterior.

Segundo balanço da Aprosmat as sementeiras mato-grossenses ofertaram cerca de 280 mil toneladas de sementes, ou algo em torno de 6,5 milhões de sacas de 40 quilos. Conforme Patriat, esta safra demandará 8,5 milhões de sacas para a cobertura de mais de 6 milhões de hectares. Cada hectare consome uma saca e meia de sementes. A produção estadual supre em mais de 80% a demanda doméstica. Para concluir a semeadura são trazidos de estados como Bahia e Goiás, 1 milhão de toneladas (equivalente a 50 mil sacas de 40 quilos). Patriat destaca que o suprimento não é total porque há algumas disparidades de mercado, logística e preferências que fazem com que alguns produtores prefiram comprar de outros estados. “Alguns produtores mato-grossenses, por exemplo, estão mais próximos de Goiás que optam pela produção e serviços do estado vizinho. Há capacidade para o suprimento de 100% da demanda se precisar”.

fonte: Diário de Cuiabá

Nematóides – Identificando as pragas de solo

Especialista orienta época ideal de identificação de nematoides na lavoura e mostra que a forma correta de coletar a amostra garante um diagnóstico mais preciso.

A Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat) tem alertado os agricultores para importância sobre o diagnóstico exato sobre a população de nematoides existentes nas propriedades. O período ideal para coleta de amostras de análises nematológicas para identificação de gênero, espécie e raça compreende entre o florescimento até antes da colheita.

Os nematoides de galhas (Meloidogyne spp.), os nematoides de cisto (Heterodera glycines), os nematoides das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus) e os nematoides reniforme (Rotylenchulus reniformis) são os que mais atacam as lavouras no Estado. Em um estudo realizado pela associação em todas as regiões de Mato Grosso, P. brachyurus está presente em 96% das amostras analisadas, em segundo lugar aparece H. glycines em 35%. A gerente técnica do Laboratório de Nematologia da Aprosmat, Neucimara Ribeiro, alerta que a época que precede a colheita é um bom momento de diagnosticar a infestação desses vermes de solo. “Com a cultura instalada é melhor para se fazer a análise, já que podemos ter amostra de raiz e de solo. Existem nematoides que se concentram no solo e outros mais na raiz e quando se é analisada apenas uma das amostras o resultado pode ser mascarado”, explica.

Os problemas com nematoides em Mato Grosso têm aumentado muito nos últimos anos. Até cerca de seis anos atrás, a principal preocupação do sojicultor mato-grossense era com relação aos de galhas e o de cisto. Atualmente, o das lesões radiculares também merece atenção especial, pois está amplamente disseminado na região e o seu manejo tem sido complicado. Neucimara Ribeiro explica que P. brachyurus apesar de ser o mais visto nas plantações não é tão danoso quanto H. glycines, porém deve se atentar a ele, pelo fato de seu controle ser muito difícil. “A partir do momento que se tem um Pratylenchus na lavoura, todo o esquema de manejo fica mais complexo”.

Obrigatoriamente o controle de nematoides em culturas de escala, como a soja, deve procurar integrar vários métodos e apresentar baixo custo. A escolha da estratégia de manejo passa primeiramente por uma correta amostragem do solo, para determinar quais espécies e raças estão presentes na área e monitorar os níveis populacionais desses parasitos. Embora, o método de controle de nematoide mais eficiente, barato e de melhor aceitação pelos produtores, seja o uso de cultivares resistentes, muitas vezes estas não estão disponíveis e nem sempre os seus níveis de resistência são satisfatórios. Desse modo, outras estratégias de controle – como a rotação e a sucessão com uma cultura não hospedeira ou tratamento químico – têm de ser adotadas.

A Aprosmat tem oferecido suporte técnico para produtores e profissionais da área e possui um laboratório para a realização teste de população de nematoides. De acordo com a especialista, são oferecidos treinamentos para grupos técnicos e através deles os participantes ficam habilitados para o reconhecimento sintomas e para utilizar a metodologia de coleta de amostras de solo e raiz.

Serviço: Mais informações sobre treinamentos e suporte técnico oferecidos pela Aprosmat, pelo telefone (66) 3421-9907.

fonte: Revista Rural

Programa Soja Livre expande fronteiras

Na safra passada, houve grande adesão dos produtores de Mato Grosso ao Programa Soja Livre

Para a safra 2011/2012, outros estados produtores de soja – RO, GO, MS, SP, PR e SC – vão aderir ao Programa. Para esta safra, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (Abrange), a Imcopa e a Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa formataram uma parceria que prevê a instalação de 18 unidades demonstrativas e a realização de 18 dias de campo nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

Nestes estados, a Embrapa e a Fundação Meridional há 11 anos oferecem sementes de soja convencional e transgênicas aos produtores. “Na minha avaliação, o grande diferencial é que com o Soja Livre teremos agora o envolvimento dos compradores de grãos, que compõem a parte final da cadeia produtiva”, analisa o gerente do escritório de Londrina da Embrapa Transferência de Tecnologia, Luiz Carlos Miranda.

Miranda vê com bons olhos a iniciativa que vem ao encontro da missão da Embrapa de oferecer diferentes alternativas tecnológicas demandas pelo mercado produtor. “Sempre defendemos a rotação de culturas e a rotação entre cultivares – transgênicas e convencional – que são técnicas salutares para evitar o desenvolvimento de pragas, doenças e plantas daninhas resistentes a determinado produto”, avalia.

No Paraná, segundo produtor brasileiro de soja, 85% das propriedades têm menos de 50 hectares e, muitas vezes, os serviços de plantio e colheita, são terceirizados. “No Paraná, a segregação é um ponto nevrálgico para o sucesso do Programa Soja Livre, porque ela exige cuidados desde a produção até a entrega do produto para evitar misturas com a soja transgênica”, explica.

Miranda defende, portanto, a elaboração de um manual, seguindo normas da ABNT, para determinar padrões necessários para que o produtor consiga produzir soja convencional sem misturas ou contaminação por transgênicos. “Na minha avaliação, acho necessário inclusive, que as tradings que irão comprar a produção convencional forneçam assistência técnica aos agricultores para receber o produto com a qualidade requerida”, diz.

O presidente da Fundação Meridional, Almir Montecelli, considera o apoio às pesquisas com soja convencional estratégico, principalmente diante do cenário de aumento de resistências pela utilização de produtos químicos. “A Meridional sempre procurou oferecer opções de soja convencional para os produtores. Apesar da disponibilidade de boas cultivares, o produtor prefere a soja transgênica pelo menor custo de produção”, avalia.

Por isso, na avaliação dele, o aumento da área semeada com cultivares convencionais depende dos valores que serão oferecidos como bonificação. “Para ampliar a área com soja convencional tem que compensar financeiramente para o produtor. Além da questão financeira, a produção de soja convencional exige mais cuidados e é mais trabalhosa”, diz.

Segundo a Associação Paranaense de Produtores de Sementes e Mudas (Apasem), na última safra, 90% da oferta de semente de soja no Paraná foi transgênica. O diretor técnico da Abrange Ivan Paghi diz que no Paraná a expectativa é de ampliar a área cultivada com convencional em 25%. “No Paraná, nossa estratégia é de recuperação de área para a soja convencional, enquanto que em MT trabalhamos pela manutenção”, diz.

No Paraná, ao contrário dos outros estados, Paghi diz que o objetivo é mostrar ao produtor que existem boas opções de soja convencional, altamente produtivas e resistentes a doenças. “As variedades argentinas que entraram no mercado e que dizem ser mais produtivas, em alguns casos apresentam problemas de doenças”, alerta. “Acho importante valorizar as vatangens da soja da Embrapa, que sempre esteve presente nos momentos difíceis da agricultura. Queremos mostrar outros lados para os agricultores; apresentar novas visões; fazer com que eles reflitam e façam a sua opção. Este é o espírito do Soja Livre”, diz.

O Programa Soja Livre teve início em Mato Grosso, na safra 2010/2011, em uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja) e a Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (Abrange), com o apoio de mais 11 parceiros: as fundações de apoio à pesquisa; as empresas Amaggi, Caramuru, Imcopa, Agrodinâmica, Agrolab e Associação dos Produtores de Sementes do Mato Grosso (Aprosmat).

fonte: Portal do Agronegócio

Brasil deve retomar liderança nas exportações de soja

As exportações brasileiras de soja deverão atingir 38 milhões de toneladas na safra 2011/12, o que representa um incremento de quase 27% em relação às exportações da safra anterior, quando o volume total foi de 29,95 milhões de toneladas. Se a estimativa se confirmar, o Brasil assume a liderança mundial nas exportações da oleaginosa. Os dados foram divulgados nesta quarta (09/11), pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

De acordo com a série histórica, o Brasil liderou o ranking nas exportações de grãos anteriormente em 2005/6. Essa volta à liderança agora deve ocorrer porque as estimativas do USDA reduziram ainda mais a previsão da produtividade nos EUA, o que diminui a oferta de soja no país e consequentemente reduziu o volume disponível para exportações. Para 2011/2012 a previsão é dos Estados Unidos exportarem 36,06 milhões de toneladas, comparado com 40,86 da safra passada, ou seja, redução de aproximadamente 13%.

O Brasil ganha a liderança, mas as condições de exportações são desfavoráveis quando se trata de valor agregado. Os EUA vão produzir 83 milhões de toneladas de soja e exportar 44% desse volume em grãos. Já as vendas brasileiras de soja em grãos devem atingir 51% dos 75 milhões a serem produzidos. Os argentinos vão colocar somente 21% da produção de soja em grãos no mercado externo, obtendo maior valor agregado nas vendas de óleo de soja e de biodiesel.

O mercado internacional continua aquecido e deve crescer 4% nesta safra. Só os chineses deverão importar 56,5 milhões de toneladas, dos 97,66 milhões de soja disponíveis para exportação, segundo o Usda. Na safra anterior, 92,41 milhões do grão foram exportadas. A produção mundial de soja, no entanto, cai de 264,18 para 258,6 milhões de toneladas, 2% menos do que no ano passado.

Milho – O Usda registrou queda também na produtividade de milho, que recua para 153,4 sacas por hectare, o menor patamar desde 2003/4. O órgão mantém a previsão de 61 milhões de toneladas para o Brasil, mas elevou a da Argentina para 29 milhões. O apetite chinês, sempre presente na soja, aumenta também no milho: vão comprar 3 milhões de toneladas.

Fonte: Folha de São Paulo

Brasil deve virar maior exportador de soja

O Brasil deverá superar na atual temporada os Estados Unidos como maior exportador de soja do mundo, uma situação que não deve se repetir na próxima safra, mas que antecipa previsões de que os agricultores brasileiros terão dominância no mercado global da oleaginosa em mais alguns anos.

Em 2011/2012, o Brasil exportará 38 milhões de toneladas de soja, contra 36,06 milhões de toneladas dos EUA, que historicamente têm sido os principais exportadores mundial, previu ontem o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Até o mês passado, o USDA projetava exportações do Brasil na temporada de 36,5 milhões de toneladas, contra 37,42 milhões dos EUA.

Ontem, porém, o órgão elevou a estimativa de safra de soja do Brasil para 75 milhões de toneladas, enquanto reduziu a previsão para os EUA, por conta de problemas climáticos.

“Isso ocorre porque eles tiveram problemas, a produção de soja deles (EUA) está comprometida em relação à estimativa inicial”, explicou a gerente de Agroenergia da consultoria Informa Economics FNP, Jacqueline Bierhals.

Os EUA são os maiores produtores de soja do mundo, com safra estimada em 2011/2012 em 82,9 milhões de toneladas, contra 90,6 milhões de toneladas na temporada anterior, segundo o USDA. “Para não afetar o consumo interno (dos EUA), o abastecimento para a indústria de rações, eles cortam as exportações”, acrescentou Jacqueline. Na safra passada, o Brasil exportou 29,9 milhões de toneladas, segundo o USDA, enquanto os americanos exportaram 40,8 milhões de toneladas de soja.

Plantio. A previsão do USDA para as exportações do Brasil pode ser mudada, uma vez que o País está ainda em fase de plantio da safra 2011/2012 e os EUA estão na etapa final de colheita, ponderou o órgão do governo dos EUA, lembrando que a grande colheita estimada para o Brasil ainda dependerá de condições climáticas até o início do próximo ano.

“Entretanto, grandes ofertas da América do Sul e precificação favorável para a Ásia e outros mercados elevaram o Brasil para um patamar mais alto em relação aos EUA este ano”, informou o USDA.

Outro fator que colabora para o Brasil avançar nas exportações globais de soja é o câmbio, lembrou a analista da Informa, considerando que o dólar tem se fortalecido no mundo, deixando o grão americano menos competitivo. “Com a valorização do dólar, a nossa soja acaba ficando mais competitiva. (Compradores) vêm pegar aqui mesmo em época de safra lá. O Brasil ganhou competitividade nesse mercado”, destacou ela.

O Brasil superou os EUA como maior exportador de soja do mundo somente uma vez, na temporada 2005/06, quando as exportações dos EUA ficaram em torno de 25,5 milhões de toneladas, enquanto os brasileiros exportaram cerca de 26 milhões de toneladas.

Fonte: Reuters

Mato Grosso lidera produção

Segundo levantamento de grãos da safra2011/2012 divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta Mato Grosso como maior produtor do país, com previsão de produzir 31,662 milhões de toneladas. Volume representa 19,72% de tudo que o país deverá colher nesta safra e 54% da produção do Centro-Oeste.

Com relação à safra anterior, o incremente esperado é de 2,3%, ante 30,949 milhões de toneladas. Evolução do volume é consequência do aumento de área, que deve passar de 9,638 milhões hectares, na 2010/2011, para 10,076 milhões (ha), de acordo com estimativa da Conab, uma evolução de 4,5% entre um ano e outro. Ao comparar a expectativa de produtividade percebe-se que haverá uma negativa neste segmento, com média reduzida de 3,211 mil quilos por hectare para 3,144 mil kg/ha, ligeira queda de 2%.

Superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Otávio Celidônio, explica que a evolução deverá ser concretizada e que os números apontam um novo recorde para o Estado. Na safra 2010/2011, o Paraná ficou classificado como maior produtor do país com 32,444 milhões de toneladas. Para este ano, a estimativa é que a unidade da região Sul produza 30,499 milhões (t). Entre as commodities de maior destaque para esta safra, a soja consagra o Estado como campeão na produção, como 21,026 milhões (t), uma elevação de 3% com relação à safra anterior. O milho, que neste ano teve preços elevados durante toda a safrinha, deverá permanecer estável na temporada 2011/2012. O levantamento demonstra que a produção deverá ser 7,593 milhões (t).

Produtor de Nova Xavantina (a 635 km da Capital), Carlos Alberto Petter é um exemplo de quem está ampliando a produção nesta safra. Ele conta que aumentou de 900 hectares para 1 mil hectares de soja por 2 motivos. O primeiro seria o preço do grão, que está valorizado no mercado externo, e depois para aproveitar uma área de pastagem degradada que possuía. Questionado se pretende retomar novamente a área para a criação de gado, ele afirma que por enquanto expectativa é permanecer com a soja.

Em Campo Novo do Parecis (a 384 km de Cuiabá), o gerente do sindicato rural, Antônio de la Bandeira, reforça que os produtores estão bastantes confiantes para a safra, isso porque o clima tem contribuído e a plantação pode contar com mais tecnologia, o que evita perdas significativas. No município serão cultivados entre 300 mil e 350 mil hectares da oleaginosa, o que não representa grande acréscimo com relação à safra anterior porque, segundo de la Bandeira, a área destina à soja está consolidada da cidade.

Fonte: A Gazeta

Alta demanda por cultivares precoces impõe falta pontual

Aprosmat frisa que há sementes no mercado, porém a oferta é restrita

Mercado e clima driblaram os sementeiros em 2011. A alta demanda internacional e nacional pelo milho e o início do plantio da soja sem sobressaltos, em Mato Grosso, levaram produtores a aumentarem a preferência por variedades precoces e de melhor qualidade (rendimento). A corrida pelas sementes tirou cultivares da ‘prateleira’ e muitas tiveram esgotada a oferta. No Estado, as sementes de soja mais procuradas foram as de ciclo de 95 dias, opção de quem quer plantar algodão e de 110 dias para quem planejou uma segunda safra com o milho.

Como explica o presidente da Associação dos Produtores de Semente de Mato Grosso (Aprosmat), Pierre Patriat, “em nenhum momento faltou semente. O que houve foram casos pontuais de falta de algumas cultivares. Quem comprou primeiro pôde escolher as melhores. Quem chegou depois teve a oferta restrita”.

Neste ano, peculiarmente, houve um grave desequilíbrio entre a oferta de variedades precoces de soja e a demanda. A safra de semente foi prejudicada pelas fortes chuvas do início do ano que redundaram em uma quebra de 20% na produção. “Do outro lado, tivemos o surgimento mais cedo das primeiras chuvas, o que garantiu o plantio antecipado da safra mato-grossense. No ano passado, a estiagem retardou em mais de um mês o plantio. Agora temos maior procura e menos oferta”.

Questionado sobre o preço ao produtor, Patriat explica que não houve alta por parte dos sementeiros e sim, um ajuste de mercado. “Pouca oferta e muita demanda elevam os preços. É a lei de mercado”. Ele não soube mensurar o incremento sobre a saca das cultivares mais precoces.

Em relação ao milho, o presidente da Aprosmat conta que o Estado não produz quase nada de semente. “A toda uma questão climática que prejudica o desenvolvimento delas e por isso, o mercado local fica dependente das multinacionais e da produção de estados como Goiás, São Paulo, Minas Gerais e até do Paraná”. A procura dessas sementes para a segunda safra aumentou mais de 10%, o que segundo a movimentação, o Estado tem atualmente mais de 90% das sementes que serão necessárias para a nova temporada – que começa em meados de janeiro, na medida em que o produtor começa a colher a soja – garantidas.

O maior indicador do apetite do mercado pelo milho e de que o produtor tomou a decisão de também investir numa segunda safra com o cereal é o volume de venda antecipada. Atualmente, conforme levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), das 8,90 milhões de toneladas projetadas, quase 47% estão comercializadas, ou, cerca de 4,18 milhões isso quase cinco meses antes do início do plantio. A movimentação é tão inédita que nem mesmo o Imea tem dados de anos anteriores que possam servir de referência.

ESTADO – As vendas de sementes de soja, em Mato Grosso, aumentaram cerca de 5% em relação ao observado em igual período do ano passado, refletindo a expansão da área. A safra 11/12, que entra na reta final de plantio, deverá cobrir 6,78 milhões de hectares, ante 6,41 milhões da temporada anterior.

Segundo balanço da Aprosmat as sementeiras mato-grossenses ofertaram cerca de 280 mil toneladas de sementes, ou algo em torno de 6,5 milhões de sacas de 40 quilos. Conforme Patriat, esta safra demandará 8,5 milhões de sacas para a cobertura de mais de 6 milhões de hectares. Cada hectare consome uma saca e meia de sementes. A produção estadual supre em mais de 80% a demanda doméstica. Para concluir a semeadura são trazidos de estados como Bahia e Goiás, 1 milhão de toneladas (equivalente a 50 mil sacas de 40 quilos). Patriat destaca que o suprimento não é total porque há algumas disparidades de mercado, logística e preferências que fazem com que alguns produtores prefiram comprar de outros estados. “Alguns produtores mato-grossenses, por exemplo, estão mais próximos de Goiás que optam pela produção e serviços do estado vizinho. Há capacidade para o suprimento de 100% da demanda se precisar”.

fonte: Diário de Cuiabá

Venda de sementes de milho e soja está 7% maior no País

A safra recorde de grãos do Brasil impulsionou a demanda por melhores variedades de sementes para o período 2011/2012 e pegou de surpresa as empresas do setor. Segundo Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), a busca por sementes de milho e soja no País está 7% mais alta ante o ano passado. Enquanto a procura por variedades de trigo e algodão segue em linha com as demandas da safra anterior.

“Realmente, as vendas de sementes de soja e milho cresceram muito este ano. Isso porque as culturas estavam pagando melhor, fato que elevou a perspectiva de plantio e a busca por sementes. No entanto, não podemos aumentar nossa produção de uma hora para outra por conta de uma expectativa pontual de mercado, pois isso poderia ser um fracasso”, diz Dantas Carneiro, diretor de Produtos e Tecnologias da empresa Pioneer Sementes.

Dantas contou que há alguns anos a busca intensa por sementes com melhor rendimento produtivo levou a Pioneer a aumentar a sua produção este ano em mais de 60%. Entretanto, as vendas de soja já superaram em mais de 60% as vendas do ano anterior. O milho já acumula uma comercialização 40% maior. “No mercado de milho não sabemos se é uma tendência, por isso não aumentamos tanto a oferta. Mas na soja nós já tínhamos uma demanda reprimida há alguns anos, e resolvemos colocar mais sementes no mercado”, disse.

Para a Abrasem, a busca por sementes certificadas e de melhor qualidade é reflexo da maior renda obtida pelos produtores, que, além de uma área de cultivo maior, também apostam em ganhos expressivos por hectare.

O uso de sementes certificadas no milho deve superar a marca de 90% este ano, enquanto a soja deve fechar com 71%; o trigo, 70% e o algodão, 44%.

“Atualmente não temos problemas de falta de sementes até porque o mercado se autocontrola. Tivemos a falta de algumas variedades mais novas de milho, que até então não demandavam tanto, mas com esse incremento e com os bons resultados, a procura foi maior. Mas o mercado está totalmente abastecido”, afirmou Narciso Barison, presidente da entidade.

Segundo Barison, o milho trilha o mesmo caminho da soja e começa a retomar as áreas perdidas no passado, principalmente no Paraná, que prevê uma forte redução na área de trigo para a safra 2011/2012. “A produção de sementes de trigo deve ficar menor para a próxima safra até porque os agricultores já anunciaram que plantarão mais soja e milho. A primeira razão alegada é o preço baixo pago a cultura”, afirmou Marcos Antonio Trintinalha, presidente da Associação Paranaense de Produtores de Sementes e Mudas (Apasem).

O executivo destacou que a falta de sementes não é uma realidade no estado, entretanto algumas variedades de sementes de milho realmente sumiram do mercado. “Não tive muita dificuldade para comprar sementes de milho e soja não, na verdade isso é muita pressão para os produtores comprarem antes, ou pagarem mais caro. Só algumas cultivares que acabaram antes”, disse Adão di Pauli, produtor da cidade de Londrina (PR).

No Mato Grosso, apesar da primeira safra de milho ser muito pequena, a corrida por sementes está 10% maior que o ano passado. “Como a segunda safra promete, a busca por variedades melhores de sementes de milho acabaram por limitar a oferta destes produtos. Isso mostra que o produtor precisa se organizar melhor para ampliar a sua produção”, disse Pierre Marie Jean Patriat, presidente da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat).

fonte: DCI

Plantio na reta final em Mato Grosso

Os produtores de Mato Grosso estão correndo em ritmo alucinado com a semeadura da safra de verão 2011/12. Em Rondonópolis, porta de entrada da Expedição Safra Gazeta do Povo no estado, o clima tem sido praticamente perfeito para o plantio. Agricultores entrevistados pela equipe da Expedição contaram ter concluído os trabalhos no dia 21 de outubro. Outros pretendem guardar as plantadeiras nos galpões ainda nesta semana. Maior produtor de soja do Brasil, Mato Grosso semeia mais de 6 milhões de hectares de soja nesta época do ano e dois terços dessa área já teriam sido percorridos pelas plantadeiras. “O plantio nunca foi tão rápido como neste ano. Se não plantarmos cedo, teremos problema com ferrugem lá na frente”, justifica o produtor Pierre Patriat.

Tecnologia confirma ampliação no milho – A boa rentabilidade alcançada pelos agricultores mato-grossenses na safra passada permite apostas maiores neste ano. O setor investe pesado na soja e recorre a sementes precoces para, na sequência, ampliar a área do milho de inverno. A Associação dos sementeiros do estado (Aprosmat) informa que 95% das sementes de soja comercializadas já foram entregues e que as variedades precoces são as mais disputadas, a ponto de ser registrada escassez do produto em algumas regiões. Apesar de serem mais caras, essas sementes permitem que a colheita ocorra em 110 dias – com ajuda do clima, é claro. As de ciclo normal ou longo pode adiar o plantio de milho por até três semanas. Mato Grosso é quinto estado brasileiro percorrido pela Expedição Safra nesta temporada. As viagens, que vão diagnosticar a intenção de plantio de milho e soja em 12 unidades da federação, começaram há três semanas pelo Rio Grande do Sul e continuam durante novembro.

fonte: Gazeta do Povo do Paraná