Exportações do setor chegam a US$ 87,57 bi

As exportações brasileiras do agronegócio registraram novo recorde. Com a divulgação dos números de novembro da Balança Comercial do Agronegócio nesta sexta-feira, 9 de dezembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ultrapassa a meta prevista para fechar este ano, que era de US$ 85 bilhões. Segundo o levantamento, o valor acumulado de janeiro a novembro de 2011 é de US$ 87,57 bilhões, 24,4% superior ao registrado no mesmo período de 2010.

A expansão se deve, principalmente, à elevação do preço médio de exportação, que subiu em todos os principais setores exportadores do agronegócio. A quantidade exportada teve elevação em somente dois dos cinco principais setores: complexo soja (+8,0%) e café (+1,4%). Isso coloca o complexo soja como principal setor das exportações, com US$ 22,95 bilhões e elevação de 38,9% no ano.

Em segundo lugar nas receitas está o complexo sucroalcooleiro, com registro de vendas de US$ 14,99 (+18,9%). As carnes continuaram na terceira posição dentre os principais setores exportadores, totalizando US$ 14,35 bilhões (+14,8%). Em quarto lugar, os produtos florestais, com vendas de US$ 8,82 bilhões ou 5% acima do registrado de janeiro a novembro de 2010. Logo após aparece o café na quinta posição, com valor exportado de US$ 7,89 bilhões (+55,7%).

Também foi registrado crescimento no valor exportado para os principais blocos econômicos, entre janeiro e novembro de 2011: África (+42,1%); Oceania (+49,6%); Europa Ocidental (+33,2%); Ásia (+31,1%), Nafta (+22,5%), Mercosul (+19,9%) e União Europeia (+18,1%). Quanto aos países, entre janeiro e novembro de 2011, houve aumento das exportações para a maioria dos vinte principais destinos importadores dos produtos brasileiros, em relação ao mesmo período em 2010. Destacaram-se entre os principais mercados, em valores, Argélia (+74,6%), Japão (+49,6%), China (+45,6%) e Espanha (+40,6).

Cultivares convencionais de soja apresentam bons resultados

Até o momento a equipe do Programa Soja Livre já visitou as cincos Unidades Demonstrativas (UD’s) da região Oeste. “As Unidades Demonstrativas visitadas apresentam resultados excelentes, prometendo grande produtividade para próxima safra”, afirma o coordenador do programa Clóvis Albuquerque. As visitas fazem parte do segundo tour técnico do programa, que iniciou terça-feira e encerra dia 16. As visitas tem o objetivo de avaliar as cultivares de soja não geneticamente modificadas da Embrapa para verificar o potencial de desenvolvimento vegetativo dos materiais.

Durante o tour também estão sendo realizadas palestras para divulgar os resultados gerais apresentados pelas cultivares nas UD’s do Programa Soja Livre. A ideia é investir em transferência de tecnologia e em comunicação para divulgar novas cultivares e aprimorar a oferta de sementes e tecnologias não transgênicas, agregando mais valor a toda a cadeia produtiva.

Na terça (6), a palestra ocorreu em Campo Novo do Parecis com 29 participantes. Hoje, será em Sorriso e na sexta em Nova Mutum, ambas às 19h30, nos Sindicatos Rurais. Na próxima semana é a vez da região Leste receber a visita da equipe do Programa Soja Livre. O Soja Livre oferece mais de 15 cultivares de soja convencional para que o produtor tenha opções no momento de fazer a escolha.

O programa é uma parceria da Aprosoja, Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), Embrapa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Governo Federal com apoio da Fundação Rio Verde e Aprosmat.

Câmaras setoriais têm reuniões nesta semana

Cadeias produtivas do arroz, algodão, cachaça, caprinos e ovinos, carne bovina e leite e derivados discutem assuntos de interesses com o governo

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) participa de seis reuniões de câmaras setoriais nesta semana. A cadeia produtiva do arroz expõe suas propostas nesta segunda-feira, 5 de dezembro, até o final da tarde, na sala de reuniões do térreo do prédio sede do Mapa.

A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Caprinos e Ovinos tem encontro marcado para esta terça-feira, dia 6 de dezembro. A discussão vai abordar, entre outros assuntos, o melhoramento genético de ovinos de corte, para o planejamento de 2012. O encontro também será na sala de reuniões do térreo do ministério.

Na quarta-feira, dia 7 de dezembro, as cadeias produtivas do Algodão e Derivados e da Cachaça apresentam suas demandas aos representantes do Ministério. Na pauta do setor algodoeiro está a comercialização e Safra 2011, apresentada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A reunião acontece das 10h às 12h na sala de reuniões no segundo andar do Anexo A do ministério. Os produtores de cachaça vão debater propostas de ações para combate ao mercado ilegal da bebida no auditório menor da sede das 9h30 até 13h45.

Os representantes da Cadeia Produtiva de Carne Bovina também se reúnem na quarta-feira (7), na sala de reuniões do térreo do Mapa a partir das 14h. A Plataforma de Gestão da Agropecuária (PGA) é um dos principais assuntos que serão abordados, assim como o Programa Nacional de Controle da Brucelose.

Na quinta-feira, 8 de dezembro, a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados tem audiência na sala de reuniões das 14h às 17h30. Serão abordados os trabalhos para a implantação da IN 51 e as sugestões enviadas para a mudança do texto do Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA) na parte referente a lácteos.

Estudo orienta plantio de sete culturas

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 5 de dezembro, as portarias com o zoneamento agrícola para as culturas de milheto, citros, mandioca, milho, algodão herbáceo, amendoim e goiaba. O estudo de risco climático leva em consideração a quantidade de chuva, a temperatura e o tipo de solo ideal para indicar os municípios com as melhores condições para os cultivos em cada estado produtor.

De acordo com a publicação, o milheto pode ser plantado no Maranhão, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Norte. A gramínea tem desenvolvimento anual e é característica de clima tropical, de porte alto. É uma planta rústica, com grande resistência à seca. Na alimentação animal, o milheto pode ser consumido em qualquer estágio vegetativo.

As espécies do gênero citrus incluem laranja doce e azeda, tangerina, limão, lima ácida toranja e pomelo. Os ciclos de desenvolvimento variam entre seis e dezesseis meses. Por conta disso, essas plantas não podem sofrer deficiências hídricas durante o florescimento, o que compromete a produtividade das culturas. De acordo com as portarias, os citros podem ser cultivados na Bahia, Pará, Alagoas e Sergipe.

A mandioca é uma planta rústica com ampla adaptação às condições mais variadas de clima e solo. A radiação solar, a temperatura e o regime hídrico são os elementos climáticos que mais influenciam no desenvolvimento da cultura. O plantio é recomendado em municípios do Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará.

O plantio de milho safra 2011/2012 está previsto em Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. A disponibilidade de água tem grande influência na produtividade do milho. Em cultivos não irrigados, esse fator varia de acordo com a precipitação na região em época de semeadura e a quantidade de água disponível no solo. Em relação ao déficit de água, a fase mais crítica para a cultura é a de enchimento de grãos.

O algodão herbáceo ocupou na safra 2010/2011 uma área de 1,4 milhão de hectares com produção de 5,2 milhões de toneladas de algodão em caroço, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As condições de temperatura, umidade do solo, e luminosidade devem ser as mais observadas no cultivo do algodão. O estudo analisou áreas da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará.

O amendoim adapta-se a uma larga faixa de climas, desde os equatoriais até os temperados, com melhor desenvolvimento em climas quentes. Temperaturas de 30ºC ou ligeiramente superiores são as mais benéficas para a germinação e formação do óleo nos grãos. O estudo é para o Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará e Paraíba.

São Paulo e Pernambuco são os estados indicados no estudo publicado nesta segunda-feira para o plantio da goiaba. A goiabeira é um arbusto que pode atingir de 3 a 6 metros de altura, possuindo tronco tortuoso e folhas opostas que se desprendem do ramo quando amadurecem. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais da fruta, assim como Índia, Paquistão e México.

Adidos agrícolas reúnem-se em Brasília

Reuniões com representantes do Ministério da Agricultura marcam atividades da semana de reciclagem

A 2ª Semana de Coordenação dos Adidos vai reunir no Brasil os oito adidos agrícolas que trabalham em embaixadas do Brasil no exterior, em regiões consideradas estratégicas para o comércio agropecuário. Os encontros começaram no último dia 2 de dezembro, com reuniões em São Paulo, e seguem durante toda esta semana, em Brasilia. O objetivo é promover uma reciclagem sobre as diretrizes e prioridades do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Também serão discutidas as pendências técnicas e administrativas e será organizado o Plano de Trabalho para 2012.

De hoje (5) até sexta-feira (9), os debates serão em Brasília, com a participação de representantes do Ministério da Agricultura. O secretário de Relações Internacionais do Mapa, Célio Porto, participa de todos os encontros previstos na agenda. Segundo ele, além de defender os interesses do Brasil, o papel dos adidos também está ligado à identificação de oportunidades de novos mercados e destinos para os produtos nacionais. “Em assuntos importantes como a prevenção de problemas nas negociações sanitárias e solução de questões de impasse, é de fundamental importância o papel dos nossos adidos no exterior” destaca o secretário.

Na sexta-feira, 2 de dezembro, os adidos estiveram em São Paulo com representantes do setor produtivo animal, vegetal, sucroalcooleiro, além de cafeicultor e fruticultor. Eles foram recebidos por representantes da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) e Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). No período da tarde, também na capital paulista, os adidos tiveram reuniões com representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf).

Adidos

Os adidos foram selecionados entre 195 funcionários de carreira do Ministério da Agricultura e de órgãos vinculados, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em meados de 2010. Estão lotados nas embaixadas do Brasil em Bruxelas (Bélgica), Pequim (China), Genebra (Suíça), Buenos Aires (Argentina), Moscou (Rússia), Pretória (África do Sul), Tóquio (Japão) e Washington (Estados Unidos). A missão de cada um dos adidos no exterior vai durar, pelo menos, dois anos.

Soja Livre visita unidades demonstrativas de MT

A equipe do Programa Soja Livre realiza de 6 a 16 de dezembro, o segundo Tour Técnico de Soja Livre. O objetivo das visitas é avaliar as cultivares de soja livre da Embrapa para verificar o potencial de desenvolvimento vegetativo dos materiais. A meta é visitar as 18 unidades demonstrativas de soja livre em Mato Grosso.

Segundo o coordenador do Programa Soja Livre, Clóvis Albuquerque, o programa oferece mais de 15 cultivares de soja para que o produtor tenha opções no momento de fazer sua escolha. “Nossa preocupação é oferecer ao produtor rural liberdade de escolha na hora de decidir pela sua semente”, ressalta o coordenador.

Durante o tour também serão realizadas palestras sobre o Programa nos Sindicatos Rurais de Campo Novo do Parecis, Sorriso e Nova Mutum, respectivamente nos dias 6, 8 e 9 de dezembro, às 19h30. A ideia é investir em transferência de tecnologia e em comunicação para divulgar novas cultivares e aprimorar a oferta de sementes e tecnologias não transgênicas, agregando mais valor a toda a cadeia produtiva.

O Programa Soja Livre é uma parceria da Aprosoja, Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), Embrapa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Governo Federal com apoio da Fundação Rio Verde e Aprosmat. Patrocinam o programa a Fundação Triângulo, Epamig, Fundação Cerrados, Fundação BA, CTPA, Emater, Amaggi, Caramuru, Imcopa e o mais novo parceiro do programa, a empresa FMC.

Venda de sementes de milho e soja está 7% maior no País

A safra recorde de grãos do Brasil impulsionou a demanda por melhores variedades de sementes para o período 2011/2012 e pegou de surpresa as empresas do setor. Segundo Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), a busca por sementes de milho e soja no País está 7% mais alta ante o ano passado. Enquanto a procura por variedades de trigo e algodão segue em linha com as demandas da safra anterior.

“Realmente, as vendas de sementes de soja e milho cresceram muito este ano. Isso porque as culturas estavam pagando melhor, fato que elevou a perspectiva de plantio e a busca por sementes. No entanto, não podemos aumentar nossa produção de uma hora para outra por conta de uma expectativa pontual de mercado, pois isso poderia ser um fracasso”, diz Dantas Carneiro, diretor de Produtos e Tecnologias da empresa Pioneer Sementes.

Dantas contou que há alguns anos a busca intensa por sementes com melhor rendimento produtivo levou a Pioneer a aumentar a sua produção este ano em mais de 60%. Entretanto, as vendas de soja já superaram em mais de 60% as vendas do ano anterior. O milho já acumula uma comercialização 40% maior. “No mercado de milho não sabemos se é uma tendência, por isso não aumentamos tanto a oferta. Mas na soja nós já tínhamos uma demanda reprimida há alguns anos, e resolvemos colocar mais sementes no mercado”, disse.

Para a Abrasem, a busca por sementes certificadas e de melhor qualidade é reflexo da maior renda obtida pelos produtores, que, além de uma área de cultivo maior, também apostam em ganhos expressivos por hectare.

O uso de sementes certificadas no milho deve superar a marca de 90% este ano, enquanto a soja deve fechar com 71%; o trigo, 70% e o algodão, 44%.

“Atualmente não temos problemas de falta de sementes até porque o mercado se autocontrola. Tivemos a falta de algumas variedades mais novas de milho, que até então não demandavam tanto, mas com esse incremento e com os bons resultados, a procura foi maior. Mas o mercado está totalmente abastecido”, afirmou Narciso Barison, presidente da entidade.

Segundo Barison, o milho trilha o mesmo caminho da soja e começa a retomar as áreas perdidas no passado, principalmente no Paraná, que prevê uma forte redução na área de trigo para a safra 2011/2012. “A produção de sementes de trigo deve ficar menor para a próxima safra até porque os agricultores já anunciaram que plantarão mais soja e milho. A primeira razão alegada é o preço baixo pago a cultura”, afirmou Marcos Antonio Trintinalha, presidente da Associação Paranaense de Produtores de Sementes e Mudas (Apasem).

O executivo destacou que a falta de sementes não é uma realidade no estado, entretanto algumas variedades de sementes de milho realmente sumiram do mercado. “Não tive muita dificuldade para comprar sementes de milho e soja não, na verdade isso é muita pressão para os produtores comprarem antes, ou pagarem mais caro. Só algumas cultivares que acabaram antes”, disse Adão di Pauli, produtor da cidade de Londrina (PR).

No Mato Grosso, apesar da primeira safra de milho ser muito pequena, a corrida por sementes está 10% maior que o ano passado. “Como a segunda safra promete, a busca por variedades melhores de sementes de milho acabaram por limitar a oferta destes produtos. Isso mostra que o produtor precisa se organizar melhor para ampliar a sua produção”, disse Pierre Marie Jean Patriat, presidente da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat).

A busca por sementes de soja no estado cresceu algo em torno de 5% ante o ano passado, e gerou problemas pontuais de oferta, para a variedade precoce da cultura. No algodão a situação não se alterou, e a procura por estes insumos deve ficar em linha com a safra anterior.

Por fim, Dantas Carneiro da Pioneer afirmou que caso o milho siga demandando quantidades maiores de variedades diferenciadas, a empresa ampliará a sua produção. “As vendas de sementes de milho foram além das nossas expectativas, mas não sabemos se isso é uma tendência”.

fonte: Jornal DCI

Lagartas e percevejos são os principais desafios dos produtores de soja

Com a soja no campo é comum o aparecimento de pragas. Lagartas e percevejos são as com maior incidência nas lavouras de Mato Grosso. Se não controladas, eles podem acabar com a plantação. Para que isso não ocorra, produtor e equipe não podem descuidar e tem que fazer vistorias periódicas na lavoura.

Essa é a recomendação da entomologista Lúcia Vivan, da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT). De acordo com a pesquisadora, as pragas representam riscos na produção, mas podem ser controladas. O monitoramento nas áreas é que possibilita a identificação correta das pragas e o manejo ideal para cada uma delas.

“É importante realizar as pulverizações de acordo com a praga infestante, pois há diferentes formas de manejo, de produtos e de dosagens em relação a espécie de lagarta e também ao estágio de desenvolvimento dessas”, explica Vivan.

Lagarta elasmo, corós e percevejo castanho são as pragas que mais aparecem no início de desenvolvimento da soja. Para esses, a entomologista indica o tratamento de sementes para proteção das áreas. Lagarta spodoptera é outra que pode surgir. Para essa, Vivan recomenda que o controle seja realizado no período noturno devido a dificuldade de atingi-la quando a temperatura está mais quente, ou mesmo realizar o monitoramento nas áreas antes do plantio e fazer o controle dessas no período da dessecação, sendo o mais recomendado de 20 dias antes do plantio.

Outras incidências de pragas são as lagartas da maçã e a lagarta da soja. Para essas é preciso realizar o acompanhamento nas áreas para detectar os focos iniciais. Para lagarta da maçã é importante verificar as plantas em um metro linear, pois em alguns casos a lagarta não é percebida no pano-de-batida, infestações de 20 a 30% de plantas com presença de lagartas deve-se fazer o controle. O mais importante, segundo a entomologista, é não deixar essa lagarta presente no período reprodutivo devido ao seu hábito de se alimentar de vagens.

Já no caso do aparecimento de percevejos, a pesquisadora diz ser importante manter a população nos níveis de dano que são dois percevejos/m para grãos de um percevejo/m para semente. “Estes são os níveis de ação aceitáveis para controle, populações acima destas causarão danos a soja. Assim, é preciso monitorar as áreas no período vegetativo, pois nesse estágio os percevejos não causam danos, mas se a população estiver muito alta, ocorrerão problemas de controle no período reprodutivo, e é sempre bom lembrar que nos estágios R2 e R3 a população de percevejos deve ser abaixo do nível de ação, pois é o período que ele causa mais dano a soja.”

Essas recomendações serão passadas para produtores de quinze cidades de Mato Grosso e uma de Goiás no Fundação MT em Campo: É Hora de Cuidar 2011 que começou ontem (21) e será realizado até o dia 02 de dezembro. Mais informações no www.fundacaomt.com.br

Fonte: Fundação MT

Ferrovia é mais cara que estrada no PR, afirma estudo

De acordo com especialistas, a solução é baixar a “tarifa teto” estabelecida pela ANTT, o que reduziria o frete

A máxima de que o transporte ferroviário é mais barato que o rodoviário não se aplica no Paraná, segundo estudo encomendado pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e apresentado ontem, no Fórum de Logística do Agronegócio Paranaense. O uso de ferrovias como parte da solução logística para o escoamento de grãos no estado é 3% mais caro que o frete rodoviário. Isso significa que, mesmo com o alto preço do combustível e as tarifas de pedágio, o custo para um produtor de Guaíra enviar a sua produção de caminhão até o Porto de Paranaguá é menor do que transportar a carga de carreta até Cascavel e fazer o restante do trecho de trem.

Apesar do maior custo do modal, o frete ferroviário praticado no Paraná representa 71% da “tarifa teto” estabelecida pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Porém, de acordo com especialistas do setor, isso não significa que os preços praticados no Paraná sejam condizentes com a realidade do mercado. “O teto está inflacionado. A ANTT deveria revisar o valor”, afirma José Vicente Caixeta Filho, coordenador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-Log), da Universidade de São Paulo (USP), responsável pelo desenvolvimento do estudo. “Mesmo dentro do teto estabelecido, as empresas que operam as ferrovias cobram taxas abusivas e os produtores acabam reféns. Queremos que o teto seja diminuído significativamente”, complementa Nilson Hanke Camargo, assessor técnico e econômico da Faep.

Gargalos

Além do valor do frete, os produtores e as cooperativas têm de enfrentar outros obstáculos para movimentar seus produtos pelas vias férreas. As principais regiões produtoras do estado não estão ligadas por trem até os portos responsáveis pelo escoamento da safra, o que exige a integração de outras modalidades de transporte.

“No Paraná não é comum haver ligação ferroviária entre as pontas. Apesar de as ferrovias serem mais adequadas para o transporte de granéis sólidos, o Brasil vai continuar com mais rodovias. Isso não é bom, mas não adianta se enganar”, afirma Caixeta.

Outros gargalos logísticos do modal são falta de vagões, quebra de contratos, dificuldades para passagem da Serra do Mar e recebimento de vagões sujos para carregamento. Em alguns casos, a própria empresa interessada no transporte precisa comprar vagões e colocá-los à disposição das concessionárias de ferrovias. “Se a prestação de serviço continuar assim, os poucos produtores que usam as ferrovias vão optar por outro modal”, aponta Camargo.

De acordo com a ALL, que opera quase 90% dos 2.348 quilômetros de ferrovias do estado, além dos fatores principais que compõem o preço do frete, como distância, volume e sazonalidade da carga, fazem parte da tarifa os custos de manutenção da ferrovia, aquisição e manutenção de material rodante, tecnologia de segurança e outros custos operacionais.

O estudo será finalizado em maio do próximo ano e usado nas tomadas de decisões de pro­­dutores e cooperativas quan­­to ao transporte da produção. “A Federação vai dar subsídio para o pessoal do campo. Nossa preocupação é ajudar a baixar o custo, já que a produtividade no estado aumentou 113% nos últimos 20 anos, mas a renda dos produtores não acompanhou”, aponta Ágide Mene­guette, presidente da Faep.

fonte: Gazeta do Povo Online

Código Florestal: novas emendas devem ser entregues ao Senado

Com a leitura do relatório do senador Jorge Viana (PT-AC) sobre o projeto do novo Código Florestal, os membros da Comissão de Meio Ambiente (CMA) terão até as 18h de terça-feira (22) para apresentar novas emendas ao texto. A previsão é que a matéria seja votada pela comissão no dia seguinte, quarta-feira.

Vários senadores apoiaram o relatório de Jorge Viana, mas outros também apontaram itens sobre os quais manifestaram dúvidas ou discordâncias. Acir Gurgacz (PDT-RO), José Pimentel (PT-CE), Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), por exemplo, defenderam o texto, argumentando que ele procurou atender tanto as demandas ambientais quanto as relacionadas à produção agropecuária.

Para Acir Gurgacz, “houve equilíbro”. E o líder do governo no Congresso, José Pimentel, destacou o item que prevê restrições às importações de produtos de origem agropecuária ou florestal produzidos por países que não se submetam a normas de proteção ambiental semelhantes às brasileiras.

– A inclusão desse item é corretíssima – disse José Pimentel.

Já Randolfe Rodrigues apontou diversos avanços, como a retirada da “anistia eterna” aos responsáveis por desmatamentos irregulares e a inserção da definição de “área verde urbana”.

– O texto ainda contém questões que precisam de um debate mais apurado, mas foi o melhor relatório sobre o projeto produzido até agora – avaliou Randolfe.

Pousio

Apesar de elogiar o relatório, Blairo Maggi (PR-MT) questionou o item que trata do pousio – o período em que uma área deixa de ser utilizada para cultivo, normalmente visando à recomposição de seus nutrientes por meio do “descanso” da terra.

No texto de Jorge Viana, o pousio passa de 10 para 5 anos. No relatório anterior, do senador Luiz Henrique (PMDB-SC), a interrupção das atividades não poderia durar mais de dez anos. Mas, como a inclusão do pousio na definição de área consolidada abre espaço para a regularização de terras desmatadas em Áreas de Preservação Permanente (APPs), mesmo que elas estejam sem uso, Jorge Viana diminuiu esse período para cinco anos.

Blairo Maggi disse que “o agricultor ou o pecuarista, em muitos momentos de sua vida, opta por não ter atividade econômica em seu pedaço de terra”.

– Quero entender o espírito dessa medida. Vamos discuti-la – afirmou.

Ivo Cassol (PP-RO) também protestou contra a redução do período de pousio, afirmando que “cinco anos é muito pouco, inclusive porque às vezes há problemas relacionados a herança ou a brigas familiares”.

Visão ambientalista

Representante do Instituto Socioambiental e do Comitê Brasil em Defesa das Florestas, Raul do Valle reconheceu que há avanços no texto de Jorge Viana, como é o caso da definição de prazos para a adesão aos Programas de Regularização Ambiental (PRA). Mas considera um erro a manutenção do ano de 2008 para a regularização de atividades consolidadas em APPs, classificando de “anistia” a regra que reduz pela metade a exigência de recomposição de mata ciliar para quem desmatou áreas de proteção até aquele ano.

O secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Ferreira, também avaliou que o relatório de Jorge Viana traz avanços para o projeto e assinalou que o governo, agora, aguarda as emendas a serem apresentadas até esta terça-feira para então analisá-las.

Em audiência no Senado realizada há dez dias – antes, portanto, de ter acesso ao relatório de Jorge Viana -, Braulio Ferreira argumentou que pelo menos seis aspectos precisariam ser “melhorados”: incentivos econômicos para manutenção de florestas; parâmetros para a recuperação de mata ciliar; regramento para suspensão de multas por desmatamento ilegal; critérios para compensação florestal; estímulos para recuperação de área degradada; e normas para evitar incêndios florestais.

O relator do projeto, Jorge Viana, ao ser questionado sobre suas expectativas em relação à decisão na CMA, disse que não há um acordo já estabelecido.

– Espero que a votação ocorra sem que haja retrocessos – acrescentou.

Fonte: Agência Senado