Terminal de Itiquira depende só de aval do Ibama

Terminal intermodal da  Ferrovia Senador Vicente Vuolo, a Ferronorte, em Itiquira (362 km ao sul de Cuiabá), aguarda aval do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) para entrar em operação, o que deverá acontecer no mês de março. A informação é do secretário-extraordinário de Estado de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes, Francisco Vuolo. O terminal custou R$ 40 milhões e deverá movimentar 2,5 milhões de toneladas de grãos, óleo de soja e madeira ao ano. Vale lembrar que o terminal de Itiquira é interligado ao terminal de Alto Araguaia através de trecho ferroviário de 112 km e faz parte da malha norte da América Latina Logística (ALL). As obras do trecho foram concluídas em setembro de 2011 e foram investidos R$ 750 milhões.

Segundo o secretário Francisco Vuolo, o Ibama já agendou para o período entre os dias 13 e 17 de fevereiro uma visita técnica no local para as últimas vistorias e posterior Licenciamento de Operação (LO). “Sem essa licença o terminal não pode operar, mas após as vistorias, o aval final do Ibama deve sair ainda em fevereiro e em março entrará em operação. A estrutura já está toda concluída e estamos dentro do prazo”, explica.

Sobre as obras de asfaltamento da MT-299, do entroncamento da BR-163 até o terminal, na qual foram investidos R$ 22 milhões, Vuolo destaca que serão concluídas ao menor sinal de estiagem, em meados de março, mas que esse fato não deve atrapalhar o funcionamento do terminal. “As obras estão em ritmo avançado e deverão estar concluídas assim que o período de chuvas terminar”.

RONDONÓPOLIS

A Ferronorte deverá chegar a Rondonópolis até o início de 2013, onde será construído um dos maiores terminais intermodais do país, para escoamento da produção agrícola e outros produtos. O trecho entre Alto Araguaia e Rondonópolis deverá ter 220 km e vai exigir um investimento na ordem de R$ 800 milhões.  O secretário Francisco Vuolo destaca que os estudos iniciais estão em andamento.

A ferrovia deve chegar a Rondonópolis em 2013 e o cronograma é que a partir daí as obras do trecho Rondonópolis. Cuiabá comecem. “O modelo de concessão será definido em conjunto com o governo federal, pode ser concluída exclusivamente com recurso público ou por meio de parcerias público privadas (PPPs). Há interesse por parte dos chineses e também de um grupo italiano”, conclui Vuolo.

Autor: Maíza Prioli
Fonte: Folha do Estado

FCO Rural disponibiliza R$ 741 mi para impulsionar atividades no setor agropecuário em MT

Mato Grosso terá este ano R$ 741 milhões de reais disponíveis do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste – FCO Rural para expandir o segmento do agronegócio no Estado. A Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), por meio da Câmara de Política Agrícola e Crédito Rural (CPACR), realizou a segunda reunião ordinária do FCO Rural onde foram deliberadas 45 cartas consultas. Destas, 42 aprovadas, duas devolvidas e uma reprovada por não se enquadrarem nas normas estabelecidas pelo Conselho Deliberativo do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste Condel/FCO.

O valor aprovado na reunião foi na ordem de R$ 25 milhões, totalizando até o momento R$ 43,5 milhões. O aporte financeiro pode ser utilizado no setor de armazenagem, recuperação e reforma de pastagens, áreas degradadas, reserva legal e licenciamento ambiental dos imóveis rurais. O principal objetivo do FCO é contribuir para o desenvolvimento econômico e social da região Centro-Oeste.

De acordo com o conselheiro suplente do Estado de Mato Grosso no Condel/FCO e secretário Adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Sedraf, Luiz Carlos Alécio, responsável por conduzir a reunião, ressaltou que o FCO Rural é um dos melhores instrumentos de financiamentos existentes para o produtor rural. “Este ano houve uma alteração muito importante em relação aos valores e as taxas de juros para que os pequenos e médios produtores possam estar inseridos no programa de financiamento pagando juros menores”, reforça.

Só para se ter uma ideia, as novas mudanças nos valores da renda do produtor garantem taxas menores. O produtor que tinha uma renda de até R$ 150 mil e era classificado com Mini, a partir deste ano, pode ter uma renda de até R$ 360 mil pagando a mesma taxa de juros de 5% ao ano. A renda do Pequeno Produtor que variava entre R$ 150 a R$ 500 mil onde ele pagava 6,75% ao ano, a taxa foi mantida e o valor da renda que ele pode ter acima de R$ 360 mil até R$ 3,6 milhões.

Uma das novidades neste ano é categoria Pequeno-Médio inclusa no FCO Rural, ou seja, produtor com renda entre R$ 500 mil a R$ 1,9 milhão agora pode ter uma renda acima de até R$ 16 milhões com encargos de 7,25%, a mesma taxa é mantida para a categoria Médio cujo valor varia entre R$ 16 milhões podendo chegar até R$ 90 milhões. Já o Grande Produtor que tinha acima de R$ 1,9 milhão pode ter renda acima de R$ 90 milhões com a taxa de juros de 8.5% ao ano.

“A incorporação de uma nova categoria como Pequeno-Médio vai fazer muita diferença no bolso do produtor que ganhou mais autonomia para trabalhar com o montante financiado e taxas de juros atraentes”, afirmou o secretário da Sedraf, José Domingos Fraga Filho.

FCO ITINERANTE

Este ano a Câmara Técnica já prepara a nova edição do FCO Rural Itinerante. Para isso será feito o calendário com as datas e locais na próxima reunião que está marcada para o dia 08 de fevereiro, às 8h. O critério utilizado para a escolha dos municípios será de acordo com as demandas de cada região. As palestras serão realizadas na sede dos sindicatos rurais filiados à Famato.

Participaram da reunião representantes do Banco do Brasil, Associação dos Produtores de Soja e Milho no Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Associação dos Criadores de Mato-Grosso (Acrimat), Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Associação dos Engenheiros Agrônomos (AEA), Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Aprocecon, Sistema Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio), Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso (CRMV), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Associação de Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta), Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia de Mato Grosso (Sicme), Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).

Mais informações sobre as linhas de financiamentos estão disponíveis no site da Sedraf, no link Linhas de Financiamento – FCO Rural ou pelo telefone com o coordenador da Câmara de Política Agrícola e Crédito Rural (FCO Rural), Wilson Pereira e com José Antônio Lino pelo telefone (65) 3613-6237.

Terminal agilizará o escoamento da safra de MT

Escoamento da safra mato-grossense de grãos pode ficar mais ágil a partir deste ano com a readequação dos terminais ferroviários de Alto Taquari e Alto Araguaia e inauguração do terminal de Itiquira, pré-agendada para 03 de março. Nas obras de ampliação serão investidos R$ 2,4 milhões pela América Latina Logística (ALL), sendo R$ 1,8 milhão em Alto Araguaia e R$ 600 mil em Alto Taquari.

Concessionária investirá ainda na melhoria do terminal de Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul, onde devem ser aplicados R$ 600 mil. Recursos serão direcionados para obras de infraestrutura no acesso aos terminais, manutenção de equipamentos e rede elétrica, facilitando a descarga de caminhões e o embarque de vagões.

Resultado esperado com os investimentos é conseguir descarregar 900 caminhões por dia, durante a safra, segundo informações do gerente de terminais de Mato Grosso, Ivandro Paim, para atender a demanda da nova safra de grãos matogrossense. Em 2011, no terminal de cargas de Alto Araguaia, foi alcançado o número recorde de 832 caminhões descarregados em um único dia, durante 4 dias consecutivos, no mês de abril. Recorde anterior havia sido 761 caminhões descarregados em um dia. “Estamos conduzindo nosso plano de alta, que fazemos todos os anos. Para a safra 2012 foi estipulado um valor de R$ 3 milhões a serem investidos na parte de

infraestrutura e manutenção pesada de equipamentos”.

No terminal de Itiquira, integrado à malha norte da ALL, o trabalho de conclusão do trecho ferroviário de 112 km entre o terminal e Alto Araguaia foi concluído no final de setembro, no qual foram investidos R$ 750 milhões. Para inauguração do terminal de cargas é aguardada a conclusão da pavimentação de 26 km da rodovia estadual MT-299, interligando Itiquira ao distrito de Ouro Branco do Sul. Até agora, foi concluída a pavimentação de 10 km.

Terminal de Itiquira, construído em parceria com a Seara, ocupa área de 70 hectares e tem 6 km de extensão no município homônimo, distante 110 km de Rondonópolis. Extensão dos trilhos até Rondonopólis está prevista para

acontecer até o fim deste ano. Por Itiquira deverão ser movimentadas 2,5 milhões de toneladas de grãos, além de óleo de soja, álcool, madeira, contêineres refrigerados e derivados de petróleo, sendo a capacidade estática de 100 mil toneladas/dia.

Conforme o prefeito, Ernani José Sander, os investimentos realizados na construção do terminal de cargas já revigorou a economia local, ao atrair 195 empresas desde que a obra começou, em 2010. Entre as empresas que aportaram no município está a fábrica de calcário Petrocal. “Mas já se instalaram aqui muitas micro e pequenas empresas, como lava-jatos, farmácias, óticas, entre outras”.

Autor: Silvana Bazani
Fonte: A Gazeta

Agricultura tem a maior geração de emprego desde 2004

A agricultura brasileira abriu no ano passado 82,5 mil vagas, o maior número desde 2004, quando foram gerados 112,1 mil postos de trabalho no setor, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. O aumento foi de 5,54% em relação ao estoque de empregos de dezembro de 2010, mostrando que o ritmo de crescimento do trabalho na agricultura em 2011 foi semelhante ao do comércio e de serviços, que tiveram expansão de 5,61% e 6,43%, respectivamente.

O avanço, segundo o presidente da Comissão Nacional de Relações do Trabalho e Previdência Social da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carlos Augusto Albuquerque, se deve ao aumento das safras no ano passado e à forte procura internacional pelos produtos brasileiros. “A demanda, principalmente da China, nos garantiu bons preços”, ressalta.

Mesmo com a crise nos países desenvolvidos, Albuquerque afirma que as exportações de commodities agrícolas brasileiras não foram prejudicadas. “Alimento é o último produto que se deixa de comprar”, diz.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que as exportações de soja cresceram 47,85% entre 2010 e 2011, para US$ 16,3 bilhões, enquanto as de milho subiram 22,60% no período, chegando a US$ 2,7 bilhões.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a safra 2010/2011 de soja tenha crescido 3% em relação à safra anterior, ao passo que a expectativa para a safra de milho é de aumento de 2,7%.

A estiagem no Sul do país, que está prejudicando as plantações de grãos, influenciou pouco o emprego em 2011, de acordo com Albuquerque. “O reflexo maior virá neste ano”, observa, evitando previsões quanto à intensidade do impacto. Pelos seus cálculos, apenas no Paraná, entre 15% e 20% das safras de soja e milho deverão ser perdidas devido à seca.

Fonte: Valor Econômico

Exportações de cooperativas têm novo recorde

As exportações das cooperativas do país apresentaram crescimento de 39,8% em 2011 na comparação com o mesmo período de 2010 (US$ 4,417 bilhão), totalizando US$ 6,175 bilhões. Este foi o maior resultado alcançado desde o início da série em 2005. A participação na pauta total das vendas das cooperativas passou de 1,9%, em 2005, para o patamar de 2,4% em 2011.

Historicamente, a balança comercial das cooperativas apresenta saldo positivo, tendo alcançado US$ 5,819 bilhões de janeiro a dezembro do ano passado. O resultado é recorde para o período e supera em 40,4% o valor de 2010, que chegou a US$ 4,144 bilhões. O levantamento das operações de exportação e importação das cooperativas brasileiras é elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

São Paulo foi o estado com maior valor de exportações com US$ 2,078 bilhões, o que representa 33,7% do total deste segmento. Em seguida aparece o Paraná, com US$ 1,930 bilhão; Minas Gerais, US$ 885 milhões; Rio Grande do Sul, US$ 363 milhões; e Santa Catarina, US$ 312 milhões. Rondônia foi o estado que apresentou o maior crescimento no período comparativo, seguido por Mato Grosso do Sul, Bahia, Goiás e Piauí.

De janeiro a dezembro de 2011, dos 27 estados brasileiros, 13 realizaram importações por meio de cooperativas. O Paraná foi o estado que importou maior valor (US$ 136,8 milhões), com 38,5% do total deste segmento. As importações foram conduzidas em 37 Portos, Aeroportos e Rodovias. O porto de Paranaguá foi o que movimentou o maior valor (US$ 136,5 milhões), com o equivalente a 38,4% do total das importações do segmento.

Agronegócio

Os produtos do agronegócio são os que se destacam entre os mais exportados pelas cooperativas. O açúcar refinado foi o mais vendido e representou 17% do total exportado, com total de US$ 1,048 bilhão. O café em grãos negociou US$ 839,3 milhões (13,6%). Em seguida aparecem: soja em grãos; açúcar em bruto; pedaços e miudezas de frango; etanol; farelo de soja; e trigo.

Produtividade agrícola do Brasil é destaque

O Brasil lidera a produtividade agrícola na América Latina e Caribe e apresenta índices de crescimento acima da média mundial, segundo estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2011. Os dados da OCDE mostram também que junto com o Brasil, China, África do Sul e países do Leste Europeu são os que apresentam as maiores taxas de crescimento da produtividade.

O movimento é contrário ao verificado no resto do mundo, especialmente entre os países desenvolvidos que apresentam decréscimo nas taxas de produtividade. Enquanto países como França, Inglaterra e Estados Unidos crescem abaixo da média histórica de 1,48% ao ano, verificada no período que compreende os anos de 1961 e 2007, o Brasil pressiona o crescimento produtivo agrícola na América Latina. O crescimento anual da produtividade do Brasil é de 3,6 % ao ano, comparativamente aos 2,6% da América Latina, 0,86 % dos países desenvolvidos e 1,98% para o conjunto de países em desenvolvimento.

Pelo menos três fatores contribuem para esses resultados, na avaliação do coordenador geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques. O avanço na área da pesquisa, liderada pela Embrapa, é considerado preponderante no aumento da produtividade da agricultura brasileira. Aliado a isso, o aumento das exportações também contribuiu, assim como a variação positiva dos preços internos e ampliação do crédito rural. O Ministério da Agricultura está atento a esse cenário positivo e vem trabalhando na implementação de políticas para a área.

Resultados ainda preliminares sobre as projeções mostram que, até 2022, a produção de grãos deverá aumentar 22%. A soja é a cultura que vai puxar esse crescimento, com média de 2,3% ao ano, seguida do trigo (1,9%) e do milho (1,8%). O segmento de carnes também terá desempenho positivo, com incremento na produção de 40% nos próximos 10 anos. A carne de frango deverá liderar o ranking com estimativa de crescimento de 4,2% ao ano, seguida da carne bovina e suína, com 2% ao ano, cada segmento. “Esses dados são importantes porque exigem um conjunto de ações e medidas que o governo deverá adotar para que as projeções se concretizem, especialmente no aprimoramento da política agrícola e no direcionamento dos instrumentos para a concessão de crédito”, salienta.

O técnico destaca também o fato de o crescimento da produtividade agrícola ocorrer sem a ampliação, nas mesmas proporções, da área cultivada, reforçando a importância do incentivo à inovação e pesquisa que o Mapa vem dando à área. Um exemplo disso é o Plano de Emissão de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que incentiva a produção de várias culturas numa mesma área. Hoje, o país detém 65,3 milhões de hectares de áreas plantadas, sendo 50 milhões em grãos e o restante em hortaliças.

Governo e setor privado discutem impostos diferenciados

Representantes da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e do setor privado agrícola e agroindustrial reuniram-se, na manhã desta quinta-feira, 26 de janeiro, para iniciar os debates sobre quais produtos agropecuários devem fazer parte da nova lista de produtos com tarifa diferenciada para importação. A medida, resultado da Decisão Mercosul nº 39, determina que cada país membro do bloco tenha direito a elaborar uma relação de 100 produtos que terão tarifa elevada para importação.

A lista será elaborada por um Grupo de Trabalho, criado por resolução aprovada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), em reunião na última terça-feira, 25 de janeiro. Segundo a Camex, o objetivo da decisão é tentar reduzir desequilíbrios comerciais provocados por incertezas econômicas.

Participaram da reunião no Mapa o secretário de Relações Internacionais Célio Porto, o diretor do Departamento de Assuntos Comerciais, Benedito Rosa, integrantes das Câmaras Setoriais de Culturas de Inverno, Vinho, Leite, Arroz e Fibras, além de representantes dos ministérios de Relações Exteriores. “Essa reunião é a primeira de uma série de discussões, para tratar de quais produtos agropecuários devem ser incluídos na lista”, explica o secretário de Relações Internacionais, Célio Porto.

Produtos de diversos setores da economia (têxteis, farmacêuticos, indústria automobilística, dentre outros) poderão ser incluídos na lista. Um grupo técnico com representantes do governo federal, composto por integrantes dos ministérios das Relações Exteriores, Fazenda, Agricultura, Planejamento, Desenvolvimento Agrário e Casa Civil, ficará responsável pela elaboração da lista. Dessa forma, cabe ao Ministério da Agricultura, em conjunto com o setor privado, escolher quais produtos agropecuários devem ser incluídos na relação.

“A entrada de certos produtos têm prejudicado a comercialização da produção nacional”, ressalta o secretário. Exemplo disso são os vinhos da Itália, França, África do Sul e EUA; a banana do Equador; o pêssego da Grécia; e a batata pré-cozida da Europa, que estão prejudicando a comercialização dos produtos nacionais. Porto também explicou aos representantes do setor privado como devem proceder para pleitear a inserção desses produtos, que será feita pelo Mdic, via Camex.

Nova lista

O objetivo da nova lista de produtos é solucionar possíveis desequilíbrios causados por eventuais crises econômicas internacionais. Hoje, já existe uma lista de exceção à tarifa Externa Comum do Mercosul, composta também por 100 produtos, que podem ter a alíquota do imposto elevada ou reduzida, de acordo com a necessidade de cada país.

Para começar a valer, a decisão necessita ser incluída na legislação de todos os países membros do bloco: Argentina, Brasil Chile, Paraguai e Uruguai. Além disso, a lista também deve ser submetida aos demais parceiros que têm até 15 dias para contestar. A expectativa dos representantes da Camex é de que a lista de produtos escolhidos seja definida até abril, quando a medida também deve começar a vigorar.

Exportações do agro registram recorde de US$ 94 bilhões

Resultado foi 24% superior ao de 2010 e garantiu superávit comercial para o País

As exportações brasileiras do agronegócio registraram um novo recorde histórico em 2011, somando US$ 94,59 bilhões, valor 24% superior ao alcançado em 2010 (US$ 76,4 bilhões). O bom desempenho fez de 2011 o melhor ano para a balança comercial do agronegócio, e o Ministério da Agricultura espera que 2012 seja ainda melhor. A meta é ultrapassar US$ 100 bilhões, com estimativa de 5,7% de crescimento.

O aumento nas cotações internacionais dos produtos agropecuários foi o principal responsável pelo crescimento das exportações, mas os volumes embarcados para o exterior também cresceram. União Europeia, China, Estados Unidos, Rússia e Japão, nessa ordem, foram os principais destinos dos produtos nacionais.

Os produtos do complexo soja (grão, farelo e óleo) foram os que mais contribuíram para o crescimento nas vendas externas e os que registraram o maior valor de exportação. Café, açúcar e carnes também se destacaram.

De outro lado, as importações brasileiras de produtos agropecuários cresceram 28%, atingindo US$ 17,08 bilhões. Subtraindo esse valor do total exportado, o agronegócio gerou um saldo comercial positivo de US$ 77,51 bilhões para o País em 2011. Esse saldo é quase três vezes superior ao acumulado no resultado global da balança comercial brasileira, que fechou o ano de 2011 com superávit de US$ 29,8 bilhões.

Destaques
Os produtos do complexo soja responderam por 38,7% do crescimento total das exportações do agronegócio. Em seguida vieram o café (16,4%), os produtos do complexo sucroalcooleiro (13,2%), as carnes (11,1%) e os cereais, farinhas e preparações (8%).

Na comparação com 2010, as exportações de soja em grãos cresceram 47,8% em valor (de US$ 11,03 bilhões para US$ 16,31 bilhões), devido ao crescimento de 30,3% no preço médio de venda. Em volume, o aumento foi de 13,5%. As exportações de farelo e óleo de soja somaram, respectivamente, US$ 5,69 bilhões e US$ 2,13 bilhões em 2011.

O complexo sucroalcooleiro teve receita de US$ 16,18 bilhões com vendas externas em 2011 (17,45% superior em relação ao ano anterior). O crescimento se deu em função do aumento de 29,9% no preço de venda, apesar da queda de 9,6% na quantidade exportada no período (de 29,52 milhões para 26,70 milhões de toneladas).

As carnes foram o terceiro setor de maior exportação, com vendas de US$ 15,64 bilhões, o que representa 14,8% de expansão em relação a 2010. Esse crescimento ocorreu em função da elevação de 16,6% no preço médio do produto, o que compensou uma queda de 1,6% na quantidade exportada em relação a 2010.

O setor foi responsável por 16,5% do montante total das vendas externas do agronegócio em 2011, com destaque para a carne de frango, cujas vendas somaram US$ 7,49 bilhões, 19,9% a mais do que o ano anterior.

Os produtos florestais ficaram em quarto lugar no ranking de exportações do agronegócio, com US$ 9,64 bilhões e 3,8% de crescimento em relação ao ano anterior. Destaca-se ainda o café, cujas exportações subiram 51,5% sobre 2010.

Em conjunto, os cinco principais setores (complexo soja, complexo sucroalcooleiro, carnes, produtos florestais e café) somaram US$ 74,33 bilhões em exportações, sendo responsáveis por 78,6% do total das vendas externas de produtos brasileiros agropecuários em 2011.

Essa participação representa um aumento na concentração da pauta exportadora. Em 2010, os mesmos setores foram responsáveis por 77,9% dos embarques.

Principais destinos
Em 2011, as vendas externas concentraram-se, principalmente, em mercados da Ásia e da União Europeia, responsáveis, em conjunto, por 57,4% do total exportado pelo agronegócio brasileiro (US$ 54,34 bilhões) – fatia maior que os 56,8% registrados em 2010 (US$ 43,38 bilhões).

Em seguida, destaca-se a participação do Oriente Médio (10,1%), dos países do Nafta – Estados Unidos, México e Canadá – (8,5%) e da África, excluindo Oriente Médio (8%).

A maior expansão, em relação ao ano anterior, ocorreu na Oceania (55,8% superior), seguida da África excluindo Oriente Médio (43,4% superior) e da Ásia (33,3% superior). Houve redução da participação apenas nos demais países das Américas (com redução de 6,6%). A União Europeia foi responsável por 18,3% do incremento de US$ 18,15 bilhões ocorrido nas vendas externas em 2011 na comparação com o ano anterior.
Na análise por país, destacam-se as exportações para a China, com US$ 16,51 bilhões em 2011, seguida de Estados Unidos (US$ 6,70 bilhões), Países Baixos (US$ 6,36 bilhões), Rússia (US$ 4,05 bilhões), Japão (US$ 3,52 bilhões) e Alemanha (US$ 3,50 bilhões).

O bom desempenho nas exportações para a China se deve, em grande parte, às vendas de soja em grãos (US$ 10,96 bilhões), celulose (US$ 1,3 bilhão) e açúcar (US$ 1,22 bilhão). Esses produtos representaram, em conjunto, 81,6% do total das exportações do agronegócio para o país no período.

* Com informações do Ministério da Agricultura

Safra de soja se mantém alta e milho pode reduzir

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 4º levantamento da safra brasileira de grãos. De acordo com os dados da companhia, Mato Grosso se mantém líder na produção de soja na safra 2011/12, com uma produção estimada em 20,9 milhões de toneladas. O aumento na produção seria de apenas 2,8% com relação a safra passada, que foi de 20,4 milhões de toneladas. Com relação à área cultivada com a oleaginosa, a Conab projeta um crescimento de 5,8% em relação ao ciclo passado, alcançando 6,7 milhões de hectares com soja em Mato Grosso na safra atual.

O vice-presidente da Aprosoja, Ricardo Tomczyk, afirma que haverá um aumento tanto de área quanto de produção de soja em Mato Grosso, porém, em virtude de problemas climáticos em diversas regiões do estado a produtividade tende a ser menor do que a obtida no ano passado. “Podemos ultrapassar as 21 milhões de toneladas de soja nesta safra, mas dependemos de alguns fatores para poder confirmar estes números. A proliferação da ferrugem asiática e o clima são alguns deles”, comenta Tomczyk.

No 4º levantamento de safra a Conab prevê uma produtividade menor para Mato Grosso para a safra 2011/12, com 3.100kg/hectare. Tomczyk destaca que o aumento de área nesta safra ocorreu basicamente em terras com pasto de baixa rentabilidade que foram incorporados para agricultura. “Estas áreas não têm ainda uma fertilidade estabelecida, o que impede de alcançar altas produtividades. É sempre bom lembrar que ainda estamos na dependência do comportamento da ferrugem asiática para avaliar com certeza a produtividade que teremos nas lavouras”.

No país, a estimativa da Conab para a safra de soja 2011/12 foi elevada para 71,75 milhões de toneladas com um incremento da área plantada, apesar da seca no Sul. No mês passado, a Conab havia estimado a produção em 71,29 milhões de toneladas.

MILHO

Por outro lado, enquanto os dados para a cultura da soja não divergem tanto dos dados já apurados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), no caso do milho o levantamento da companhia está muito distante das projeções do Instituto de Mato Grosso. A área plantada com milho segunda safra não sofreu alteração no relatório da Conab em comparação ao ano passado. A companhia foi cautelosa e afirma que ainda é cedo para previsões, pois vários fatores influenciarão na decisão da área que será cultivada, dentre eles estão: clima, comportamento do mercado, período de colheita da soja e o desempenho do milho primeira safra.

No último boletim do Imea, a previsão para área com milho segunda safra em Mato Grosso é de 2,2 milhões de hectares. Em comparação com os dados da Conab na safra 2010/11 (1,8 milhões de hectares), o estado teria um incremento de 20% na área plantada com o milho “safrinha”.

O Imea prevê ainda uma produção de 9,8 milhões de toneladas, um incremento de 40% em relação ao ano passado. A Conab estima uma queda na produção de milho segunda safra no estado, com 7,1 milhões de toneladas.

A diferença entre as previsões da Conab e do Imea deve-se ainda às incertezas que rondam a segunda safra de milho. Em Mato Grosso o plantio terá início no final de janeiro e deve se estender até o final do mês de fevereiro, quando será possível saber  com maior precisão o tamanho da área.

“Em relação ao aumento da produção do milho segunda safra, o que chama a atenção é o equivalente aumento de área, motivado principalmente, pelos preços mais remuneradores do que no mesmo período do ano passado”, destaca o vice-presidente da Aprosoja.

Preço dos alimentos caíram no fim de 2011, aponta FAO

O preço dos alimentos em nível mundial caiu em dezembro, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O Índice de Preços de Alimentos da FAO, divulgado nesta quinta-feira (12) em Roma, apresentou queda, considerada acentuada pela organização, de 2,4% no último mês do ano. Este patamar está 11,3% abaixo do pico registrado em fevereiro de 2011.

O resultado, segundo a FAO, foi influenciado principalmente pelas quedas acentuadas nos preços internacionais de cereais, açúcar e óleos, pelas safras recordes em 2011, queda da demanda e ao fortalecimento do dólar. De acordo com o levantamento, a maioria das commodities sofreu redução no preço.

Segundo o economista da FAO Abdolreza Abbassian, o cenário para os próximos meses é imprevisível, principalmente pelo panorama de incertezas sobre a economia global, a moeda e o mercado de energia.

Esta semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou seu levantamento da safra 2011/2012 de grãos indicando queda de 2,8% em relação ao volume colhido no ciclo passado (162,95 milhões de toneladas). A pesquisa, feita em dezembro, não computou o grosso das perdas na região Sul com a estiagem prolongada e próximo resultado pode ser ainda pior.

A seca também afeta a Argentina, outro grande produtor de commodities agrícolas. Se a produção de produtos como soja, milho e trigo cair nos dois países, e não for compensada por safras maiores em outras regiões do globo, a oferta diminuirá e, consequentemente, os preços tendem a subir.

Fonte: Agência Brasil